terça-feira, 17 de novembro de 2020

Quem são os Scopus Highly Cited Scientists dos Politécnicos Portugueses ?



Como a imprensa Portuguesa prefere dedicar-se a rankings da treta ou a exercicios de previsão efabulatória e até de desinformação, acho importante dar a conhecer os 9 nomes daqueles Colegas que trabalhando em Institutos Politécnicos possuem uma obra cientifica altamente citada a nível internacional, que lhes garantiu um lugar na segunda edição do ranking de Stanford. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/11/stanford-universityupdated-ranking-of_7.html Os nomes estão ordenados pela mesma ordem com que aparecem no ficheiro excel original. Recorde-se que a rica Universidade Católica tem apenas 2 SHCS e é a unica universidade privada que possui SHCS:

José Tenreiro Machado.......IPPorto
Paulo Leitão........................IPBragança
Isabel Ferreira.....................IPBragança
Geoffrey R. Mitchell.............IPLeiria
Lilian Barros........................IPBragança
José Alberto Pereira............IPBragança
Raúl Campilho.....................IPPorto
Zita Vale...............................IPPorto
Vitor F. Pires........................IPSetúbal

PS - Aproveito ainda para reproduzir abaixo um email de Março de 2018, que me parece muito pertinente no presente contexto: 

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De: F. Pacheco Torgal
Enviado: 8 de Março de 2018 7:58
Assunto: Professor Emérito da universidade do Porto contra doutoramentos nos politécnicos

https://www.publico.pt/2018/03/07/sociedade/opiniao/por-que-e-que-nao-devia-haver-doutoramentos-nos-institutos-politecnicos-1804471

Independentemente das motivações e razões que levam hoje o Professor Emérito Pedro Guedes de Oliveira a ser contra o facto de poder passar a haver doutoramentos nos politécnicos, escrevendo nomeadamente que não interessa nada a competência científica daqueles, mas interessa somente a missão, esquecendo que Portugal é Portugal e não outro qualquer país, que a missão a que ele se refere só podia ser concretizada nos referidos termos, se tivéssemos por cá o tecido empresarial da Alemanha ou de algum país Nórdico, que é também por causa disso que não foi possível cumprir o RJIES em termos de número de especialistas, vindo directamente da indústria para os Politécnicos, porque a indústria que temos é uma indústria de muito baixa tecnologia, pretendendo também o ilustre Colega acreditar que realidade é estática e esculpida na pedra e o país e os seus representantes eleitos não pudessem fazer uma interpretação dinâmica daquilo que melhor serve os interesses deste país, e esquecendo também e por exemplo que o relatório da OCDE também criticou que houvesse universidades com oferta académica na área dos politécnicos mas sobre isso anda tudo calado ou que as universidades andem viciadas em investigação aplicada que não faz parte da sua missão, porém a parte que me deixou bastante perplexo foi a comparação que aquele fez com Volkswagens e Mercedes.

Em email de 18 de Novembro já tinha comentado e manifestado a minha incredulidade com o facto de um artigo do Professor Emérito José Ponte da UALG, a propósito de avaliação dos cursos, ter incluído uma comparação com a venda de frigoríficos. Pode ser que as minhas limitações intelectuais me impeçam de alcançar a pertinência e a amplitude das referidas comparações mas se no segundo caso ainda se consegue perceber a intenção pretendida, mesmo que aquela falhe redondamente no objectivo, já no primeiro caso não se entende de todo que o seu autor não se tenha apercebido de quão desrespeitosa e até injuriosa é a comparação que coloca os melhores Politécnicos ao nível de um Volkswagen e as melhores universidades ao nível de um Mercedes. É uma óptima comparação se a ideia era estigmatizar ainda mais os politécnicos e mesmo que não tenha sido (o que é provável) não apaga o dano feito.

Teve toda a razão o Presidente da A3ES, quando disse há tempos, que houve uma deriva académica por parte dos Politécnicos, mas essa é da exclusiva responsabilidade dos Mercedes (perdão das Universidades) quando não deixaram a muitos colegas outra opção que não fosse irem fazer carreira no ensino politécnico, porque era impossível fazerem-na nas universidades, por causa que naquelas se andaram a promover candidatos (em concursos de fachada, palavras do Presidente da CNE) muito menos pela sua competência científica e muito mais pela sua subserviência (palavras textuais de vários catedráticos). E em virtude disso temos hoje Politécnicos com Highly Cited Researchers (que constitui um dos critérios do ranking ARWU, o mais exigente que existe), que é coisa que estranhamente a Universidade do Porto até hoje nunca conheceu entre os seus Professores/Investigadores. Se a deriva académica deu a Portugal aquilo que algumas universidades não foram capazes de dar então ainda bem que houve essa deriva.