quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

FCT__Publicações médias anuais por investigador ETI na base Scopus em 29 áreas científicas

 

Na sequência do post acima sobre as citações médias de 29 áreas científicas segue abaixo o valor médio anual de publicações indexadas por investigador ETI, de acordo com o mesmo estudo da Elsevier. 


Agricultura e Ciências Florestais........................................................2,2 publicações/ano/ETI 
Ciência Animal e Ciências Veterinárias..............................................2,1
Tecnologia de Produtos de Base Biológica ou Ciências Aliment.......1,8
Ciências Bioquímicas.........................................................................2,3
Bioengenharia....................................................................................2,0
Ciência Biológicas ou Biologia Ambiental..........................................1,9
Biomedicina........................................................................................2,1
Biotecnologia.....................................................................................2,4
Gestão...............................................................................................1,5
Engenharia Química..........................................................................3,0
Química..............................................................................................2,9
Engenharia Civil.................................................................................2,5
Investigação Clínica...........................................................................4,8
Ciências e Engenharia dos Computadores........................................4,0
Diagnóstico, Terapêutica e Saúde Pública.........................................2,6
Economia...........................................................................................1,9
Engenharia Electrotécnica.................................................................4,3
Ciências Ambientais...........................................................................2,2
Biologia Experimental.........................................................................1,9
Geociências........................................................................................2,0
Imunologia e Infeção..........................................................................2,2
Ciências e Tecnologia do Mar............................................................2,3
Ciência e Engenharia de Materiais....................................................3,0
Matemática.........................................................................................2,1
Engenharia Mecânica e Sistemas de Engenharia..............................2,8
Nanociências e Nanotecnologia..........................................................3,1
Neurociências, Envelhecimento e Doenças Degenerativas................1,6
Física...................................................................................................3,3
Psicologia............................................................................................1,8

Sobre os valores médios de publicações indexadas listados acima é importante relembrar o seguinte. Se é verdade que os mesmos se reportam a um estudo de 2013, que incidiu nas publicações do quinquénio 2008-2012, não é menos verdade que 2012 foi precisamente o ano em que Portugal ultrapassou a Alemanha (e antes disso já tinha ultrapassado a Itália e a França) no rácio publicações indexadas na base Scopus por milhão de habitantes, pelo que dificilmente se pode aceitar que se diga que as referidas médias são baixas.  

Coisa bastante diferente e que se afigura especialmente bizarra (e pouco ética) é que haja quem tenha médias de publicações indexadas anuais, que são muitíssimo superiores aos valores médios acima listados (que nalguns casos chegam a ser 3000% superiores), configurando desvios estatísticos absolutamente incompreensíveis e inaceitáveis, e que ainda por cima, muito hipocritamente (e de forma muito pouco científica), se pretenda que as mesmas são a prova da existência de uma raça superior de investigadores, dotados de capacidades sobre-humanas e capazes de trabalhar 24 horas por dia, 365 dias por ano, o que significaria também, que aqueles investigadores cuja produtividade é ligeiramente inferior à média, seriam assim e afinal investigadores muito preguiçosos, tese essa que é porém cruamente desmentida pela comparação internacional também acima referida.  

PS - Tenha-se ainda presente que o dilúvio de publicações a nível mundial está a prejudicar a ciência. Facto que já tinha sido referido por vários autores, como por exemplo há três anos atrás num artigo publicado no Journal of Informetrics, facto que voltou a ser referido num artigo de 2020 publicado na revista Science e que ainda recentemente o voltou a ser https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/10/the-deluge-of-papers-is-obstructing_13.html