quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Harvard___Abolish large notes to figth crime and to tackle economic recessions

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/money-launderingeurope-fails-by-99-and.html
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/academia-vanitas-gravitas-and-organized.html

Still on the money laundering and human trafficking paramount problems mentioned in the links above check below Harvard Prof. Ken Rogoff suggestion:
“large notes such as the U.S. $100 bill, facilitates crime: racketeering, extortion, money laundering, drug and human trafficking…not to mention terrorism”
https://scholar.harvard.edu/files/rogoff/files/the_sinister_side_of_cash.pdf

“The increasing marginalization of cash… will make it ever easier to effectively implement negative interest rate policy in the coming years..if negative interest rate policy can be implemented, it would be by far the most elegant and stable long-term solution to the severe limits on monetary tools that have emerged since the financial crisis”
https://www.hoover.org/sites/default/files/lilley_rogoff_hoover_monetary_conference.pdf



A FCT e Lutz Bornmann, vencedor da medalha Solla Price 2019


A equipa do referido investigador Alemão Lutz Bornmman produziu em Janeiro deste ano um interessante estudo  https://www.mdpi.com/2304-6775/7/1/4/pdf onde analisou as 50 universidades mais prestigiadas dos EUA, tendo concluido que algumas delas apesar de famosas são pouco eficientes a transformar financiamento em ciência com impacto. 

Exactamente como sucede com algumas igualmente famosas unidades do SCTN e cuja eficiência a FCT tinha a obrigação de também ter mandado avaliar para que houvesse um mínimo de justiça na avaliação das unidades de investigação em curso (a tal avaliação onde os avaliadores era suposto lerem os papers mais "representativos" de cada unidade mas decidiram não o fazer, talvez por falta de tempo e ou falta de competência e preferiram antes utilizar métricas não regulamentares), como já tinha sugerido num post de Junho deste ano intitulado “A métrica imprescindível na avaliação das unidades de investigação” pois produzir ciência com impacto a partir de um orçamento de muitos milhões não revela grande mérito o que revela grande mérito é consegui-lo com um orçamento mediano ou até miserável.  


Esta gente não tem nada de útil para fazer ?

Já não nos bastava termos uma policia campeã europeia do número de sindicatos
https://forum.bolseiros.org/viewtopic.php?f=8&t=8950&p=42784&hilit=sindicatos+folga#p42784

isto ao mesmo tempo em que há esquadras a encerrar durante a noite por falta de policias https://www.tsf.pt/portugal/sociedade/esquadra-de-matosinhos-encerrada-a-noite-por-falta-de-policias-11222433.html  
e também ao mesmo tempo em que aproveitam para gastar o seu precioso tempo a participar em challenges idiotas  https://observador.pt/2019/10/29/tetrischallenge-policia-portuguesa-entra-em-forca-no-desafio-que-ja-se-tornou-viral-nas-redes-sociais/
Como é que isto se enquadra no tal "dever de prossecução do interesse público" ?
Imagine-se se na policia se lembram de um roletarussachallenge !


Providência cautelar para anular concurso para lugar de catedrático (ou outro) devido à composição do júri


http://www.dgsi.pt/jtca.nsf/170589492546a7fb802575c3004c6d7d/968f91f8794d31078025793400449b0c?OpenDocument 

Acima link para um Acordão do Tribunal Central Administrativo que deferiu um recurso relativo a uma providência cautelar, visando a suspensão de eficácia do edital, para assim impedir um concurso na Universidade Nova de Lisboa, em que os jurados não pertenciam todos à mesma área disciplinar para a qual foi aberta a vaga. Este Acórdão é por isso bastante curioso porque há muitos concursos onde esse requisito não foi satisfeito mas os opositores a esses concursos preferiram, talvez por ingenuidade (ou cobardia), não intentar a devida providência cautelar 


Situação essa que não é tão rara como julgam alguns, como o prova por exemplo o concurso para catedrático para o departamento de Botânica da Universidade do Porto, em cujo júri apareceu um catedrático do Instituto Superior Técnico titular de uma Agregação em Engenharia Civil (Estruturas) e que aparece referido no Acórdão no link abaixo: 

http://www.dgsi.pt/jtcn.nsf/89d1c0288c2dd49c802575c8003279c7/5710565da43f3367802578690030399a?OpenDocument 

Quem sabe talvez aquele insigne catedrático se dedicasse à botânica nas horas vagas e por isso achou (ele e quem o convidou) que isso era currículo científico mais do que suficiente, para lhe permitir avaliar o currículo de um catedrático de um departamento de botânica, ou quem sabe ele talvez tivesse tão pouca vergonha na cara como quem o convidou. 

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Democrata Todo Bom prega aos jovens sobre o gado vacum


A secção de Economia do Expresso do sábado passado trazia um bizarro artigo em que um "gestor de empresasde nome Luís Todo Bom se queixava que os jovens Portugueses não se mobilizam em torno de causas estruturais como o "aumento de produtividade" ou os "custos de contexto" e pior do que isso registou o referido gestor (talvez com horror) que os mesmos jovens mostram uma "atracção por aspectos conjunturais...sem qualquer relevância para a qualidade de vida e afirmação do nosso país" os quais elenca logo a seguir e onde se incluem por exemplo, o fim das touradas ou a recusa do consumo de carne de vaca (só nos cá faltava mais um adorador do bife de vaca), que diz o gestor de empresas (e eventual cientista nas horas vagas) não tem qualquer base científica ou suporte de estudo sério.

Como é que é possível que alguém possa ser tão obtuso ao ponto de esperar que jovens se mobilizem em torno de coisas como produtividade e custos de contexto se até mesmo o actual alto quadro da Goldman Sachs, a tal hidra que controla o mundo, Durão de apelido (imagem acima) foi na sua juventude um furioso maoísta que vociferava contra o serviço cívico como sendo uma medida burguesa
https://www.sabado.pt/video/detalhe/durao-barroso-no-mrpp

Seja como for é motivo de regozijo que o referido "gestor de empresasnão se tenha lembrado de associar a questão da carne de vaca ao mundo da droga, como fez este inqualificável "senhor" https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/um-engenheiro-que-nao-sabe-ingles.html  porém não deixa de ser singular que este gestor cuja ficha curricular no site do ISCTE, onde foi Professor Associado Convidado, nada permite saber https://ciencia.iscte-iul.pt/authors/luis-manuel-pego-todo-bom/cv mas que uma outra do site do PSD é muito mais informativa e onde até se refere que tem "publicados cerca de 50 comunicações e estudos"  https://www.psd.pt/luis-todo-bom/  não tendo porém sequer um único em base indexada, se permita dar bitaites sobre a seriedade de estudos científicos se provavelmente ele nem sequer sabe o que é o Scopus ou a Web of Science, pelo que eu não sendo jovem há muito tempo aqui lhe deixo dois: 
https://www.nature.com/articles/s41586-018-0594-0

Prof. da U.Porto acusa "A decisão do reitor é intolerante, irrefletida, irrelevante, fraturante....uma boa dose de ignorância"



Acima link de artigo no jornal Público saído da pena do professor-Auxiliar da Universidade do Porto, João José Rato Niza Ribeiro. É pena que ele não tenha iniciado (ou terminado) o artigo dizendo quais são os seus interesses particulares na questão, como por exemplo, se algum dos seus familares possui uma exploração de bovinos ou no minimo dos mínimos o facto de fazer investigação (16 publicações Scopus, índice-h=5 e índice-h platina=1) na área dos bovinos, pelo menos enquanto houver bovinos, pois o futuro não se afigura muito risonho para estes.

O grande argumento do professor João José Rato Niza Ribeiro é o facto das emissões das vacas em Portugal serem muito reduzidas no contexto mundial, diz ele com sapiência matemática que representam somente "0.007% das emissões globais de GEE ou seja nada". É sem dúvida de um argumento muito melhor do que o do Paulo Portas que disse que as vacas eram sumidouras de carbono https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/paulo-portas-o-cientista-faz-importante.html 
mas é um pseudoargumento  que não só muito convenientemente esquece isto 
https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/01436597.2018.1535895?journalCode=ctwq20 

Como ainda por cima basicamente se insere na mesma linha de raciocinio daquele individuo que faz um viagem de avião por semana, conduz um carro desportivo que emite meio quilo de carbono a cada quilómetro mas que alega que o problema não são as emissões carbónicas associadas ao seu estilo de vida porque essas representam apenas uma ínfima percentagem das emissões globais de GEE ou seja são nada !

Trata-se de mais um caso de falta de rigor nos argumentos que não destoa do argumentário pouco científico daquela catedrática de nome Maria Assunção Araújo (índice-h platina=0.03) http://web.letras.up.pt/dynat/inv_AA_CC.htm   
também da mesma universidade do Porto, que andou a patrocinar um congresso de negacionistas, 
https://www.publico.pt/2018/09/06/ciencia/noticia/cientistas-escrevem-carta-aberta-sobre-conferencia-de-negacionistas-no-porto-1843220  

Congresso esse que convém recordar foi subsidiado pela Universidade do Porto, ficando por isso no ar a dúvida se usando da mesma generosidade, a mesma universidade também estará disponível para financiar congressos sobre o Creacionismo e a Terra Plana ou outros controversos temas como este https://en.wikipedia.org/wiki/Master_race ou alguns daqueles que aparecem no link abaixo:

climate change can cause an increase in Ebola rates over the next 50 years

"In the worst-case warming scenarios that they looked at, the area that could be affected by “spillovers” of Ebola – when the virus jumps from an animal to a human – will increase by nearly 15 per cent compared with today...Clearance of the Amazon rainforest seems to be driving up the spread of malaria, suggests research by Andrew MacDonald and Erin Mordecai at Stanford University"
https://www.newscientist.com/article/2219981-how-deadly-disease-outbreaks-could-worsen-as-the-climate-changes/




https://hfv.lanl.gov/content/sequence/HFV/RESOURCES/outbreak_maps/outbreak_maps.html

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Um ranking escabroso que custa a morrer


https://www.publico.pt/2019/10/28/sociedade/noticia/tres-mestrados-gestao-top-100-melhores-mundo-1891580

É impressionante a displicência com que a imprensa corre a publicitar noticias sobre um putativo ranking do Financial Times, onde há muito pouco de meritório como se viu aqui 
http://forum.bolseiros.org/viewtopic.php?f=8&t=8800&p=42537&hilit=bulldoze#p42537
e serve apenas para fazer a apologia do "show me the money" que já mostrou à saciedade para que é que serve e que é extremante danosa neste contexto aqui 
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0921800918314836





O anjinho presidente da Iniciativa liberal



Depois de há tempos atrás ter louvado uma iniciativa pontual do partido iniciativa liberal (link acima) não posso agora deixar de repudiar um artigo hoje no jornal Público em que Carlos Guimarães Pinto, Presidente daquele partido (auto-retrato acima em que aquele sonha com o Estado mínimo) desenvolve uma ingénua (e até pouco inteligente) tese sobre inveja e bolos que crescem e diminuem, artigo esse que a única coisa que faz é mostrar a profunda ignorância do seu autor sobre o funcionamento de uma sociedade. 

Sr. Presidente do Iniciativa Liberal, por favor, deixe de ler literatura de cordel e informe-se sobre o que é que realmente contribui para uma sociedade mais coesiva. 

Sr. Presidente do Iniciativa Liberal, não, não é verdade que os campeões liberais adorem o mérito e quem explicou bem a coisa  foi o bilionário Peter Thiel que escreveu "competition is for loosers" (leia-se, nós queremos é monopólios e mais vale pagar a políticos para ter baixos impostos do que ter que competir num mercado onde vale a lei da selva)

Sr. Presidente do Iniciativa Liberal, não, não é verdade que numa putativa sociedade meritocrática, o filho de uma prostituta e de um traficante ou toxicodepente algum dia terá as mesmas oportunidades que os filhos do Sr. Trump ou será diplomata e muito menos juiz do Supremo e quem explicou bem a coisa foi o Nobel Stiglitz:
"the hypocrisy of America’s claim to be a land of opportunity: Yes, anyone can get ahead, so long as they are born of rich, white parents"

Irónicamente é a própria Forbes que faz questão de reconhecer a desgraçada realidade da pátria da meritocracia:
“...For children born in the 1940s, more than 90 percent were earning more than their parents. Today, that number has dropped to 50 percent... The chart below shows the average probability that a child in a particular birth cohort will attain higher education credentials than their parents.  In the 1940s, the average probability was close to 70 percent. For the 1980s cohort, that number has dropped to below 45 percent.

Sr. Presidente do Iniciativa Liberal, um último comentário, eu não queria ser desmancha prazeres, mas a sua maravilhosa teoria do crescimento (infinito), enquanto solução para tudo e mais umas botas, talvez fizesse sentido há 200 ou 100 anos atrás, agora faz muito pouco sentido no contexto de uma realidade que chocou de frente com os limites físicos e ecológicos do Planeta e que implica que os países ricos tenham de reduzir de forma drástica o seu conforto https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/is-it-possible-to-achieve-good-life-for.html

Public shaming in Academia or Sharia Law in Academia ?

“...lead this war on science through acts of public shaming. The aggression can take place in an anonymous format, scarring science, destroying families, but advancing the journalistic careers of its founders, Ivan Oransky and Adam Marcus, as well as the social and political ambitions of John Arnold. It can confidently be said that science is under brutal attack..."

The paper above sheds light on the disconcerting and archaic practices of public humiliation within Academia—a tradition that appears to have been imported from the United States, reminiscent of the outdated public whipping still employed in countries governed by Sharia Law, as depicted in the second image below. It's noteworthy that in the very same US, a person attempting theft from a Walmart store in Ohio was subjected to public humiliation for eight hours a day over ten days to avoid incarceration. This peculiar occurrence takes place in a nation that paradoxically saved billion-dollar bankers (essentially, bank robbers), who, by similar logic, might have been expected to endure a comparable form of public humiliation until the end of their days. Unfortunately, the predictable outcome was a sparing of the bankers from any public humiliation, a regrettable circumstance that ironically underscores the hypocritical nature of the situation.