terça-feira, 30 de março de 2021

Um recorde pouco meritório - Univ de Lisboa tem 50% dos mais auto-citados investigadores no Top 1% do ranking Stanford

Ainda sobre o grupo de investigadores altamente citados recentemente mencionado no post acima, segue abaixo a lista daqueles dez que raramente citam as suas publicações e também a lista dos dez que se auto-citam numa percentagem acima da média. Tenha-se presente que a universidade de Lisboa tem 50% dos dez investigadores mais auto-citados.  

Top 10 com mais auto-citações
Armando Pombeiro....................ULisboa
Alan Philips................................ULisboa
C. Guedes Soares.....................ULisboa
J. Aguilar-Saavedra....................UNova
Nuno Santos...............................UPorto
James Harris...............................UPorto
Patricio Soares da Silva..............UPorto
Carlos Herdeiro...........................UAveiro
Mário Silveirinha.........................ULisboa
Malte Henkel...............................ULisboa

Top 10 com menos auto-citações
Douglas McKee.........................UNova
B. Sousa Santos........................UCoimbra
J.Luís Martins............................ULisboa
M. Athans...................................ULisboa
P.J. Costa..................................UPorto
Luís B. Almeida..........................ULisboa
Nuno Peres................................UMinho
Mário Figueiredo........................ULisboa
Leslie Woodcock........................UALG
Zachary Mainen.........................IChampalimaud

segunda-feira, 29 de março de 2021

Nova variante do coronavírus ataca jornal Público__Cientistas não sabem se é a estirpe otiosum ou a incompetentem



Compare-se o teor do (preguiçoso ou incompetente) artigo acima no Público colocado online na parte da tarde do dia 24, com o post publicado neste blog, na parte da manhã do mesmo dia 24 e acessivel no link   https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/03/o-monopolio-das-revistas-cientificas.html e que entretanto se tornou no segundo mais visto dos últimos três meses e que pelo seu elevado crescimento de visualizações reúne condições para poder vir a tornar-se num dos posts mais vistos de sempre neste blog

Compare-se ainda o supracitado artigo do jornal Público com um outro artigo (igualmente preguiçoso ou incompetente que fazem admitir a hipótese dessas duas estirpes terem chegado a Portugal há vários anos)  do mesmo jornal Público, onde o jornalista Samuel Silva achou um bom exercicio de jornalismo, divulgar um ranking em que a universidade Católica era considerada a melhor universidade Portuguesa, artigo esse que eu na altura comentei (de forma pouco simpática) num email cujo teor reproduzo abaixo.

PS - Se em 2019 o Presidente do SNESUP disse ao Expresso que havia mais de duas centenas de doutorados desempregados porque é que o jornal Público não contrata um ou dois doutorados para ajudarem a elevar a qualidade das noticias sobre ciência ?

 
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De: F. Pacheco Torgal
Enviado: 12 de setembro de 2019 06:42
Assunto: UCatólica é a melhor universidade Portuguesa____Fake news, incompetência ou ambas?

Depois de em 17 de Agosto o jornalista Samuel Silva ter feito um bom artigo sobre o ranking Shanghai (email abaixo) o mesmo jornalista vem agora, enxovalhar a sua própria credibilidade dando crédito a um ranking da treta, que pasme-se diz que a Universidade Católica é a melhor universidade Portuguesa. Explica o pobre jornalista, Samuel Silva,  que o fenomenal resultado  “foi impulsionado por uma melhoria nos indicadores relacionados com a investigação, como o número de citações...De acordo com os números disponibilizados...a Católica tem uma classificação muito elevada no índice de citações dos artigos científicos publicados pelos seus professores. Tem uma cotação de 94,6 (numa escala de 100 pontos), ao nível das melhores universidades do mundo. A segunda melhor nacional é a universidade do Porto, com 62,1.”

Ou seja o jornalista leu que a universidade católica tinha melhor desempenho em termos de citações do que a UPorto e nenhum alarme lhe soou naquela cabecinha pensadora e cogitasse que isso era indicio de marosca da grossa ! E como é que esse ranking original foi construído ? O jornalista preferiu não maçar os leitores com esse complicadíssimo  assunto, que por certo só está ao alcance das mentes mais brilhantes. Porém o jornalista revela no artigo que chegou à fala com um individuo de nome Tomasso Grant que lhe explicou todos os detalhes da coisa. Quem é este génio dos rankings ? Informa o Linkedin que é alguém com formação em Artes, que acabou o mestrado há um ano atrás, e que há 2 meses ocupa o pomposo posto de Freelance Communications Executive da THE, ou seja que de bibliometria académica, incluindo citações e indice de Hirsch com correcções de Schreiber (embora na THE não se percam com tais preciosismos) percebe rigorosamente zero. 

Um conhecido catedrático de medicina da universidade da Universidade de Stanford acaba de ser noticia por causa de estar na origem de um ranking dos cientistas mais citados a nível mundial (entre 35 milhões de cientistas ou 7 milhões se reduzirmos a amostra somente aqueles com publicações indexadas). Quantos dos 100.000 cientistas que lá aparecem pertencem à Universidade Católica Portuguesa ? rigorosamente ZERO enquanto a UPorto tem 40 ! e é esta a universidade com o melhor desempenho nacional em termos de citações que até rivaliza com as melhores do mundo ! Sobra assim a magna dúvida, entre o jovem que agora se inicia nas lides do Freelance Communications da THE a falar de um ranking da treta e o catedrático de medicina da universidade de Stanford (que sozinho tem quase tantas citações ou até mesmo mais citações do que todos os docentes da UCatólica juntos) em quem podemos nós acreditar ? 


The Economist__Which countries became happier with Covid-19 ?



Still concerning the U-shaped happiness relationship  (post above) demonstrated by professor David G. Blanchflower in the journal Applied Research in Quality of Life its worth seeing the article recently published in The Economist (link below) that shows UK is now a more sad country while countries like Finland, Germany, Japan and India became happier countries. 



domingo, 28 de março de 2021

"A prioridade deixou de ser a vida cosmopolita e passou a ser a ligação à natureza"


A frase que dá título a este post, foi retirada de um recente artigo na revista Visão, onde se fala do aumento da procura de moradias (55 milhões de visualizações no portal Imovirtual) e da tendência de saída do centro das cidades. 

Mas onde não se fala porém sobre o facto de haver muitos cuja actividade profissional não passa pelo teletrabalho e nem tão pouco sobre aqueles que vivem numa situação económica muito precária que é incompatível com uma mudança para o Interior do país.

Esses ("desgraçados") vão ter de continuar a viver em cidades, aconteça o que acontecer, com esta pandemia ou outra qualquer que irá certamente aparecer. Vide post anterior    https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/05/the-economistthe-end-of-megacity-era.html

Irónico neste contexto é que haja 730.000 casas vazias em Portugal como hoje se recorda num artigo no jornal Público, dedicado ao problema da habitação https://www.publico.pt/habitacao-do-protesto-a-proposta/solucoes-para-habitacao-chamem-os-acrobatas-e-os-jogadores-de-xadrez 

E interessante é também no mesmo contexto, que hoje o Jornal de Noticias, contenha artigo onde se dá conta que as autoridades deste país, levantaram nos últimos meses centenas de autos de queixas sobre ruído, o que mostra bem o inferno em que se tornou viver em contexto urbano durante a pandemia do Covid-19. 

UAveiro lidera na produção de livros indexados__Quinquénio 2016-2020

 


Ainda na sequência do post acima relativo à produção de livros indexados, durante o sexênio 2013-2018, segue abaixo os valores para o quinquénio 2016-2020, para instituições que tenham produzido um mínimo de 10 livros. 

UAveiro...........9 livros por cada 100 docentes ETI
ISCTE.............8
UMinho............7
UNova.............5
UBI..................4
UÉvora............3
UCoimbra........3
UPorto.............3
ULisboa...........3
Pol. Porto........2
UALG..............2

PS - No quinquénio 2016-2020 Portugal produziu 41 livros indexados por milhão de habitantes enquanto que o Reino Unido produziu 168 livros por milhão de habitantes, uma "pequena" diferença de 400% que não é porém explicada pela diferença de investimento na ciência, pois o Reino Unido não investe (por cabeça) quatro vezes mais do que Portugal, nem sequer três vezes mais, mas apenas pouco mais do dobro.

sábado, 27 de março de 2021

Os investigadores do Instituto Superior Técnico no Top 1% do ranking Stanford



Relativamente ao ranking mencionado no link acima, que abarca o grupo dos 2% mais citados a nível mundial, se restringirmos somente ao grupo dos investigadores no grupo Top 1% mais citados, constata-se que o número daqueles que pertencem ao Instituto Superior Técnico reduz-se de forma muito acentuada para apenas duas dezenas e no caso concreto da área da engenharia civil (que recorde-se é só uma das seis áreas científicas mais competitivas da Universidade de Lisboa) o IST fica sem nenhum representante dessa área, já que os dois investigadores de engenharia civil que sobram no Top1% do ranking Stanford,  por uma estranha coincidência, pertencem os dois à Universidade do Minho. Um é o director da unidade de investigação ISISE e o outro é o dono deste blog. 


sexta-feira, 26 de março de 2021

Prémio de engenharia LGBT e prémio Nobel LGBT



https://www.dnoticias.pt/2021/3/26/255424-presidente-da-republica-felicita-elvira-fortunato-pelo-wfeo-gree-award-women2020/

A imprensa Portuguesa desatou hoje a publicitar a vitória da catedrática Elvira Fortunato, num alegado maior prémio mundial da engenhariaum prémio que recorde-se foi criado apenas em 2018, a que só podem concorrer mulheres e que tem o insignificante valor de 1000 dólares (848 euros) sendo  patrocinado pela firma Chinesa GREE Electric Appliances, Inc. Zhuhai http://www.wfeo.org/2020-wfeo-gree-women-in-engineering-award/

Mas será que como alega a imprensa esse prémio é mesmo o maior na área da engenharia a nível mundial? Pelo valor não é certamente o maior, nem pouco mais ou menos, porque existem vários outros prémios de engenharia de elevado valor, como por exemplo aqueles três no valor de meio milhão de euros, como por exemplo o prémio Charles Stark Draper, ou o prémio Fritz J. e Dolores H. Russ, ou o prémio Bernard Gordon 

Isto já para nem falar do prémio Rainha Elizabeth no valor de 1 milhão libras (aproximadamente um milhão e duzentos mil de euros) que alguns apelidam de Nobel da engenharia https://www.raeng.org.uk/grants-prizes/prizes/prizes-and-medals/awards/queen-elizabeth-prize-for-engineering

E será que faz sentido criar um prémio de engenharia a que só podem concorrer mulheres? E se os engenheiros LGBT se lembrarem de criar um prémio a que só podem concorrer os engenheiros daquele grupo ? E se os cientistas LGBT começarem a exigir que os prémios Nobel sejam divididos por géneros, separando aqueles prémios a que podem concorrer só homens cientistas, ou só mulheres cientistas ou só cientistas LGBT ? 

Melhoria seria porém que a Engenharia deixasse de servir de barriga de aluguer a ireparáveis fracturas de género e se concentrasse somente em ajudar a revolver os graves problemas que ameaçam a Humanidade como por exemplo os 14 grandes desafios da engenharia a nível mundial, cuja resolução (dizem aqueles que os definiram) ajudará a garantir que a vida Humana pode continuar a subsistir neste Planeta:

* Make solar energy affordable.
* Provide energy from fusion.
* Develop carbon sequestration methods.
* Manage the nitrogen cycle.
* Provide access to clean water.
* Restore and improve urban infrastructure.
* Advance health informatics.
* Engineer better medicines.
* Reverse-engineer the brain.
* Prevent nuclear terror.
* Secure cyberspace.
* Enhance virtual reality.
* Advance personalized learning.
* Engineer the tools for scientific discovery.


quarta-feira, 24 de março de 2021

The highly profitable disgusting business of scientific journals has finally begun to crumble with a little help by the European Commission



Following the platform suggested in the link above, it is good to know that the European Commission has just launched a platform on which the articles produced in investigations financed by European projects will be published free of charge and in open access. "All research is welcome and will be published irrespective of the perceived level of interest or novelty"https://erticonetwork.com/dg-research-and-innovation-opens-new-publishing-platform/

The submission of articles to the referred platform is done here https://open-research-europe.ec.europa.eu/for-authors/publish-your-research

And now that the European Commission has kicked off, it is the duty of all universities to quickly create similar platforms, to thereby free themselves from the yoke and exploitation of publishers (whose desk rejection arrogance increases from year to year), to whom they give free articles and also free reviews, which they then sell for a high price, including ironically to those who gave them initially. 

In the last dozens of years, even after the internet was invented and the marginal cost of publication has become practically nil, countries still paid billions to scientific publishers, considered to be The Most Profitable Obsolete Technology in History, so as soon as more platforms like the one mentioned above are created, more articles will be made available freely and many billions will be saved that can be used to hire more researchers and to finance important investigations and not to fatten the huge profits of publishers that are estimated to amount to the astronomical figure of $ 20 billion annually.

A Harvard professor once said that "The way banks make money is so simple that it is disgusting". However, and compared to how much more easily scientific Publishers make money (therefore more disgusting) that´s extremely unfair to the banking business. 

PS - Back in  2012, a mathematician from the University of Cambridge initiated the Cost of Knowledge boycott. However, not only it fail to have any impact on the profits of Elsevier but it forgot that Elsevier is not the only shark in the publishing Ocean. A boycott is needed all rigth but against all scientific publishers. 


O repugnantemente lucrativo negócio das revistas científicas começou felizmente e finalmente a ruir



Na sequência da plataforma proposta no post acima, em 1 de Dezembro de 2020, é bom saber que a Comissão Europeia acaba de lançar uma plataforma (não tão ambiciosa quanto aquela que eu próprio tinha idealizado, mas ainda assim capaz de provocar grandes mudanças no mundo científico) na qual serão publicados sem qualquer custo e em acesso aberto os artigos produzidos em investigações financiadas por projectos europeus. 

A submissão de artigos para a referida plataforma é feita aqui https://open-research-europe.ec.europa.eu/for-authors/publish-your-research 

Uma das consequências mais evidentes da criação desta plataforma (além da óbvia redução dos lucros bilionários das empresas proprietárias das revistas) é que as universidades Portuguesas terão agora de rever com urgência os seus regulamentos de avaliação de desempenho, onde os artigos eram, independentemente do seu conteúdo (!!!), valorizados em função somente do tipo de revista onde tivessem sido publicados e onde não estava prevista a publicação numa plataforma como aquela mencionada acima. 

E agora que a Comissão Europeia deu o pontapé de saída é dever de todas as universidades rapidamente criarem plataformas similares, para dessa forma se libertarem do jugo e exploração das revistas (cuja arrogância e prepotência aumenta de ano para ano), a quem são praticamente obrigados a dar artigos de borla e também revisões de borla, que elas depois vendem por um elevado preço, incluindo ironica e paradoxalmente a quem as deu incialmente. Tenha-se presente a este respeito que as editoras de revistas científicas facturam anualmente a quantia astronómica de quase 20.000 milhões dólares.  

Nas últimas dezenas de anos, já depois da internet ter sido inventada e do custo marginal de publicação se tornar praticamente nulo, Portugal pagou centenas de milhões de euros de dinheiro dos contribuintes para poder ter acesso aos conteúdos dessas revistas (só no ano de 2005 Portugal pagou quase 11 (onze) milhões de euros)pelo que assim que mais plataformas, como aquela acima mencionada, forem sendo criadas, tanto em Portugal como por esse mundo fora, mais artigos serão disponibilizados em acesso aberto e a custo zero a nível mundial e mais cedo se começarão a poupar milhares de milhões que poderão ser muito melhor utilizados para contratar mais investigadores e a financiar investigações importantes. 

Um conhecido Professor de Harvard falecido em 2006 disse que "A maneira como os bancos ganham dinheiro é tão simples que é repugnante", porém atenta a forma muito mais simples e até isenta de riscos, logo muito mais repugnante, como as editoras de revistas científicas ganham muito dinheiro, que foi considerada como sendo a tecnologia obsoleta mais lucrativa da história, é caso para dizer que se trata de uma afirmação muito injusta para com o negócio bancário !

PS - Em 2012, um matemático da Universidade de Cambridge iniciou o boicote do Custo do Conhecimento, ao qual se juntaram alguns milhares de cientistas, porém o referido boicote não teve impacto porque os lucros da editora alvo do boicote continuaram a crescer de forma substancial. Além disso apelar ao boicote de uma única editora não faz sentido porque há outros tubarões no Oceano das editoras científicas, pelo que qualquer boicote só pode obviamente obter resultados se for dirigido a todas as editoras, ou pelos menos ao grupo das mais lucrativas como a Elsevier, Springer Nature, Wiley-Blackwell, Taylor &Francis, SAGE.   


Caixa Geral de Depósito__Mais um generoso empréstimo com juros amigos e garantias virtuais



Como é que Angola (o mesmo país que tem centenas de multimilionários) vai pagar o empréstimo, mencionado no recente artigo, acessível no link acima, que recebeu da Caixa Geral de Depósitos, se nem sequer paga a alimentação aos doentes Angolanos que envia para Portugal e os quais informou a imprensa Portuguesa nem dinheiro tem para comer ?

Que garantias é que Angola deu para receber esse empréstimo ? Será que são idênticas aquelas garantias de milhares de milhões que foram dadas pelo anterior Presidente de Angola e que depois se esfumaram ?  

E porque será que não foi um banco Chinês a fazer o empréstimo já que eles não só possuem muito mais dinheiro do que Portugal mas também são agora os maiores interessados no sucesso da referida Mota-Engil ? 
https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/construcao/detalhe/construtora-chinesa-compra-23-da-mota-engil-por-1694-milhoes

E porque é que por uma questão de igualdade qualquer Português não pode também ir à Caixa Geral de Depósitos contrair um empréstimo a pagar em 10 anos com juros amigos ? 

PS - Sobre os empréstimos da Caixa é bom não nos esquecermos aquele famoso empréstimo no valor de 231.000 euros feito à filha do Dr. Armando Vara pelo qual ela pagava apenas 200 euritos a cada mês ou os outros ruinosos empréstimos que motivaram a proposta que fiz em Junho de 2020 https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/06/a-experiencia-cientifica-que-urge.html