sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

"best funding practices that should foster scientific quality" ou uma abordagem cobarde que os políticos agradecem

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/jeb.13497

No artigo acima scientistas da Holanda, Suécia, França, Australia, Reino Unido, Suiça e EUA tentam responder à questão "How should science funding be allocated? Infelizmente marginalizam a opção por lotarias modificadas defendidas por alguns e que até já começaram a ser aplicadas nalguns países a candidaturas de jovens investigadores https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/naturethis-is-exactly-what-we-need-in.html  mas muito pior do que isso assumem que as limitações financeiras impostas pelo poder politico são uma premissa intocável e quase sagrada. 


É claro que o são para aquele grupo de cientistas cobardes que seguem os conselhos do Editor Sedlak https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/scientists-as-activists.html  mas não o são para um outro tipo de cientistas referido aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/the-pursuit-of-success-in-academia.html Aquilo que se espera da comunidade científica é por isso que reclame aquilo que é a sua justa parte do "orçamento mundial", 1% do PIB mundial agora crescendo todos os anos até atingir 3% em 2030 e 5% em 2050. A classe politica só tem que reduzir o altamente inflacionado orçamento de despesas militares. 

Como recentemente aconselhou o conhecido matemático Jean-Pierre Bourguignon, a comunidade cientifica tem de fortalecer o seu "espirito de luta" e preparar-se para esta batalha, pois já se sabe que os politicos não dão nada de mão beijada  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/there-are-times-when-scientists-must.html





Uma proposta assim tão polémica ?

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/agregacao-fulgurante.html

Se o post sobre as provas de Agregação tinha suscitado um invulgar interesse (vide post acima) muito mais interesse suscitou a proposta relativa às mesmas provas, abaixo, que acaba de se tornar o 2º post mais visto desde o inicio deste blog  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/proposta-de-alteracao-as-provas-de.html

E contudo não se trata de proposta polémica mas tão somente de bom senso porque Portugal, ou pelo menos os impostos dos Portugueses não podem continuar a servir, como serviram até agora, para pagar a muitos catedráticos cujo currículo nunca foi avaliado por especialistas internacionais, mas somente pela amiga prata da casa. 



quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

"Speak the Truth to Power"___A estranha versão da academia Portuguesa


https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/the-pursuit-of-success-in-academia.html

Ainda sobre o post acima é interessante e importante registar que um Professor-Auxiliar da Universidade Nova de Lisboa, "autor de sete livros (três deles em co-autoria"http://www.erc.pt/pt/fs/prof-doutor-alberto-arons-de-carvalho (livros esses que sem dúvida alguma ficarão para a posteridade como marca indelével nos Anais da área das ciências da comunicação, como aquele de título "Valerá a Pena Desmenti-los?", que recebeu 18 citações no Scholar Googlejá por certo traduzido em todas as línguas e dialectos do Planeta), veio agora dizer, como informa hoje o Expresso,  que o programa da Fátima Felgueiras, na RTP1, Sexta às 9, o tal que incomoda tantos políticos, não devia existir na televisão pública. 

Pelos vistos e pelo que se percebe pelas doutas e quase catedráticas palavras, a RTP1 deveria exibir apenas programas laudatórios dos Governos que estão quase como se de uma agenda de propaganda se tratasse (e foi no passado), daquelas que existem na Coreia do Norte ou no mínimo que sirvam para manter o povo Português anestesiado e embrutecido, como o tal famoso programa, campeão de share na RTP1 que é o "Preço Certo", onde um apresentador que recebe um vencimento equivalente ao de quatro professores catedráticos ou ao de uma dezena de médicos, apenas para demonstrar, todos os dias, porque é que Portugal é o país desgraçado que é e cujo destino parece ser (até ao fim dos tempos) o de declarar falência de tempos a tempos.  

Trata-se porém, convém não esquecer, do mesmo Professor Universitário que sobre o caso Sócrates disse que  “Não acho que seja reprovável uma pessoa viver com dinheiro emprestado de outra". Resumindo e concluindo, o que os alunos, que tiveram o azar de lhes calhar na rifa, este ilustre Professor, autor de 7 portentosos livros, "aprenderam" com ele, é que, viver de dinheiro de um amigo, mesmo que seja em quantidades absolutamente industriais e mesmo que estejamos a falar de altas figuras da República, como o Presidente, do Primeiro-Ministro ou do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, nada têm de reprovável, já haver programas como o Sexta às 9 isso sim é que é coisa altamente reprovável, que segundo ensina o insigne génio da comunicação na Universidade Nova de Lisboa, só no limite se pode tolerar em canais privados.  Um nojo. 

The Pursuit of Success in Academia and the 10 people that mattered in Science in 2019



See also the article below by the well known Albert-László Barabási, Director, Center for Complex Network Research https://www.barabasilab.com/
"The degree of success... denoted "S," is broken down into two components: The essentially random quality of the underlying idea, symbolized by "r," and the ability of the creator behind the project to actually bring ideas in a given field to fruition...repeated struggles in a particular field could suggest an underlying lack of talent in that field....if our Q-factor isn't resonating with our job, we should consider if we've pinned our hopes on the wrong career path."https://www.businessinsider.com/physicist-albert-laszlo-barabasi-formula-success-2018-12

But much more important see in the link below the 10 people that mattered in Science in 2019 

The first one in Nature´s list is Ricardo Galvão, the scientist who was fired by Bolsonaro a few months ago. The same one that I commented in an email later placed as a post in August 9, when i also commented about hundreds of scientists being persecuted in Turkey: "In my view being sacked for serving the truth has more value than to published in Science or in Nature and being jailed for that reason is more important than to get a Nobel prize" 
just because the higher duty of "Speak the truth to Power" is much harder than to get published in Science or in Nature and sometimes even harder than to receive a Nobel prize  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/scientists-as-activists.html


Is culture a contributing factor of strong science?___Paper with data from 53 countries

https://arxiv.org/abs/1909.04521
Check figure below from the paper in the link above by authors of Germany and Norway concerning countries ordered by scientific impact (top 1%) and uncertainty avoidance (the capacity of individuals in a country to recover quickly from vague or ambiguous situations)









quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Investigadores da Noruega e da Alemanha tentam explicar o baixo impacto da ciência Portuguesa (e de outros 52 países)

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/detectar-o-baixo-impacto-da-ciencia.html
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/mais-evidencias-sobre-o-baixo-impacto.html
Atento os posts nos links acima é importante referir que o investigador Alemão Lutz Bornman, vencedor da medalha Solla Price 2019 e um investigador de uma universidade da Noruega, puseram-se ao caminho para tentar descobrir alguma correlação entre o impacto de publicações científicas e factores culturais em artigo de titulo "Is culture a contributing factor of strong science?" tendo concluído que "We found that four dimensions of culture (i.e. individualism, power distance, uncertainty avoidance, and indulgence) correlate practically and statistically significantly with scientific impact of nations". Abaixo imagem retirada do mesmo artigo e que correlaciona impacto (Top 1%) e aversão à incerteza, onde Portugal apresenta um dos piores desempenhos entre os vários países estudados. 




Boas noticias, Portugal está quase a conseguir livrar-se dos parasitas

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/portugal-e-america-do-norte-mesma.html
Atento o post acima é bom saber, como informa hoje o jornal Público que o nosso país pode estar atrasado em muitas coisas mas há uma área em particular onde avança com determinação implacável, na eliminação dos parasitas voadores, os tais que a coberto da noite e quais vampiros têm contribuído para diminuir de forma drástica a produção agrícola da República, sendo por isso sem qualquer dúvida temíveis inimigos do Estado Português https://www.publico.pt/2019/12/18/ciencia/noticia/pardal-pintassilgo-cuco-ha-menos-aves-portugal-1897695  

Pena é que o Orçamento de Estado não contenha nenhum beneficio fiscal para aqueles que contribuam para o referido desígnio nacional. Ainda assim  e por uma estranha conjuntura dos astros, o Orçamento de Estado tem boas noticias, como se pode intuir pela capa do jornal i de hoje que informa que o Alegre e o Soares estão furiosos com o Governo e se aquelas duas impagáveis figuras maçonicas  estão furiosas é porque o referido Orçamento só pode trazer coisa mesmo boa. 

E é de facto assim por conta disto  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/o-projecto-de-lei-e-satisfacao-sadica.html entendendo aqueles dois fidalgotes (a quem os impostos dos Portugueses tem de pagar subvenções vitalícias por conta do insuportável incómodo de terem andado algumas décadas no Parlamento) que já não bastam os milhões de euros em subsídios camarários às touradas 
https://www.publico.pt/2018/09/15/sociedade/noticia/autarquias-gastaram-mais-de-um-milhao-de-euros-em-touradas-em-cinco-anos-1844039
era só o que mais faltava que em cima disso também tivessem ainda de beneficiar de um IVA à taxa mínima.  Quem quer ter o prazer de ver touros a sangrar que pague o "espetáculo" de forma integral senão um dia destes ainda temos organizadores de lutas de cães a querer também um IVA reduzido. 




Can a 190 million dollars wealth threshold be consider a communist one ?



Given the assertion made at the end of the preceding post that $19,000 per capita represents the communist wealth threshold ("from each according to their ability, to each according to their needs,") — a notion supported by Professor Jeffrey Sachs, who posited that dividing the world GDP by the global population results in approximately $19,000 per capita — it raises a pertinent question. What if individuals were constrained from attaining a wealth level exceeding 10,000 times the annual world GDP per capita? Would such a limitation still align with a communist ideology?

Well, not according to the academic who said the following: "if you have a limited total, and you also have a minimum income, then that implies a maximum somewhere" https://newleftreview.org/issues/II109/articles/herman-daly-benjamin-kunkel-ecologies-of-scale

PS - Admittedly, the extravagant price tag of $19 million for each Bugatti La Voiture depicted above might challenge these principles. In this evolving world, however, marked by challenges and the imperative for collective sacrifice, particularly for those accustomed to excessive consumption and environmental impact, the previously accepted norms may need reconsideration. Even the opulent Bugatti La Voiture, were it to embody life according to Herbert Marcuse, could be labeled as the epitome of objectification, echoing the evolving ethos of a world where lifestyles are shifting amidst an urgent need for conscious choices. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/is-it-possible-to-achieve-good-life-for.html

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

The Harsh Reality__Why top footballers earn much more than top scientists ?

Paul de Grauwe, Senior Professor at the London School of Economics (and Emeritus Professor at KU Leuven), posed the provocative question that gives this post its title. The very fact that he raised such a question signals a shift in thinking.

De Grauwe notes that footballers engage in an activity that hundreds of millions of people are willing to pay to watch. In contrast, the knowledge produced by scientists is, in most cases, made freely available to almost everyone—apart from patented innovations, which often fail to generate substantial revenue. Because scientific output is rarely rewarded through market mechanisms, De Grauwe argues that it falls to policymakers to find effective and fair ways of compensating scientists for their contributions to society.

PS -  On this topic, it’s also worth recalling the words of Ulrich A.K. Betz, Vice-President at Merck, in a paper published in the journal Technological Forecasting and Social Change:
"Why should a super star scientist be celebrated less than a super star football player?" 

Universidade do Porto com mais de 100 concursos aconchegados


Na sequência da renhida competição mencionada no post acima ficou-se recentemente a saber que a Universidade do Porto decidiu arrasar a concorrência com mais de 100 concursos aconchegados, onde há situações peculiares como um edital para 10 vagas para lugar de catedrático na área da medicina, https://dre.pt/application/file/a/127101815 coisa estranha porque se há uma universidade e uma unidade orgânica que dificilmente podiam alegar problemas financeiros para abrir concursos essas são precisamente a universidade do Porto e a faculdade de medicina da mesma. 

E agora compare-se isto com a forma como nos EUA selecionam professores em universidades de topo:
"The focus is on people who have the potential to be (or are) stars -- e.g., who have done something that is viewed as seminal or "game changing",
https://www.forbes.com/sites/quora/2012/04/13/how-does-one-become-a-professor-at-universities-such-as-harvard-stanford-caltech-and-mit/#603144e9428e

Ou mesmo na Alemanha, vide descrição na secção II do artigo, pág 6, http://www.geaba.de/wp-content/uploads/2017/07/DP_17-22.pdf que é prova de um sistema muito competitivo que não tem qualquer semelhança com o nosso país. Não admira por isso que a Alemanha tenha 23 universidades no ranking das 100 mais inovadoras da Europa https://www.reuters.com/article/rpbtop1002019/reuters-top-100-europes-most-innovative-universities-2019-announced-idUSKCN1S60PA  onde até a Espanha tem 5 enquanto que Portugal tem zero e nos próximos anos vai continuar a ter zero apesar dos seus inúmeros Excelentes Agregados https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/proposta-de-alteracao-as-provas-de.html

Faz por isso sentido perguntar, com que científica moral é que académicos (que chegaram ao topo da carreira sempre na mesma "casa" quase como se fizessem parte da mobília (Orlando Lourenço dixit) em "concursos" praticamente sem qualquer concorrência e com júris amigos (Vital Moreira dixit)) vão depois sentar-se em júris de Agregação para "avaliar" candidatos cujo currículo foi construído em concursos internacionais (os únicos internacionais porque neles há estrangeiros efectivamente a serem selecionados) cuja taxa de rejeição supera 90% ? https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/proposta-de-alteracao-as-provas-de.html 

Ainda bem que ainda na ninguém na academia se lembrou de imitar o que se faz no Exército e atribuir condecorações (cujo valor fosse proporcional à taxa de rejeição dos concursos participados) constitutivas de direitos hierárquicos, o que levaria muitos Associados, Catedráticos e Reitores a terem de fazer "continência" quando se cruzassem com muitos investigadores, inclusive nas ditas provas de Agregação.