sábado, 24 de abril de 2021

Artigo do dean da Católica-Lisbon é um dos mais citados do mundo__Será mesmo assim?

 

https://eco.sapo.pt/2020/12/29/artigo-cientifico-do-dean-da-catolica-lisbon-e-um-dos-mais-citados-do-google-scholar/

As noticias associando a Universidade Católica a grandes realizações científicas sempre me suscitaram um elevado cepticismo, como quando por exemplo aquela universidade foi considerada a melhor universidade Portuguesa, por alegadamente ter um padrão de citações fabuloso ao nível da Universidade de Cambridge, pelo que quando li a noticia no link acima onde se fala de um artigo de um docente daquela universidade, na área da gestão, que alegadamente é um dos mais citados do mundo tinha que tentar confirmar essa alegação. 

É verdade que 1600 citações no scholar google na área da gestão, é coisa rara até porque há muitos professores Portugueses naquela área científica, inclusive professores Associados e até mesmo catedráticos, cuja totalidade da sua produção científica não conseguiu chegar a 1600 citações, como por exemplo aquele catedrático, que certamente por um grande azar ainda nem sequer conseguiu chegar às 100 citações no google académico https://scholar.google.pt/citations?hl=pt-PT&user=ISHuUPkAAAAJ porém mesmo assim um artigo com 1600 citações está longe de ser um dos mais citados do mundo, naquela na área da gestão, como se constata pelos três artigos abaixo:

- Firm Resources and Sustained Competitive Advantage.......79607 citações
- Dynamic capabilities and strategic management..................40678 citações
- A resource‐based view of the firm.........................................36829 citações

Faria por isso muito mais sentido que na noticia acima aparecesse escrito que aquela era um dos artigos mais citados, da área da gestão em Portugal, até porque há outros artigos com afiliação Portuguesa nessa área que receberam mais citações como por exemplo o artigo "Dynamic Capabilities: A review of past research and an agenda for the future" publicado no Journal of Management que já recebeu 2117 citações no google acdémico. 

PS - Uma coisa é certa porém está noticia é ainda assim bstante mais credivel do que aquela fantasiosa publicada pelo Expresso, segundo a qual uma certa investigadora (estrela) teria um artigo citadíssimo mas que afinal uma rápida pesquisa mostrou que só tinha 154 citações na base Scopus, vide email abaixo de 2017, enviado na altura a alguns Colegas:



De: F.Pacheco Torgal 
Enviado: 8 de Dezembro de 2017 15:14
Para: F. Pacheco Torgal
Assunto: Expresso "O regresso de uma estrela”
 
A revista do Expresso dá hoje destaque, em “notícia” com o título supra, à vinda de uma astrobióloga para o IST. Concordando que é muito positiva, a vinda para Portugal de talentos nacionais (e ou estrangeiros) da área da investigação (ou outra), parece-me no entanto que a forma como é dada esta notícia abusa dos superlativos, os quais deixam aos leitores (menos crédulos) uma estranha sensação que o jornalista muito se preocupou em dourar a pilula, mais até do que seria admissível ou sequer razoável. Quase parece que é o “Stephen Hawking” Português que à pátria retorna.
 
Fala de um artigo “citadíssimo” no qual a referida estrela é primeira autora, mas uma pesquisa pela Scopus revela que o artigo em causa, de título “Extraterrestrial nucleobases in the Murchison meteorite“ publicado na revista Earth and Planetary Science Letters, recebeu 154 citações desde a publicação em 2008 até hoje, o que dificilmente merece tal adjectivo. Não só porque há académicos Portugueses a trabalhar em Portugal-o que significa que não beneficiam do efeito de empolamento citatório de que beneficiam os artigos com afiliação do Imperial College-com artigos que para a mesma janela temporal receberam muito mais citações, sem direito a tal deslumbrada atenção dos media, mas também porque se olharmos para todos os artigos publicados por investigadores com afiliação Portuguesa a partir de 2008, contatamos que o referido número de citações é insuficiente para valer ao mesmo um lugar sequer entre os 900 mais citados !
 
A narrativa jornalística percebe-se porém muito melhor quando no meio se insere caixa de texto sobre as bolsas ERC, a qual esqueceu que a evolução temporal das bolsas ganhas teria que ser bastante maior para que pudesse ser catalogada como um sucesso, face ao passado, e ainda por cima se têm presente que é feita naquele jornal que têm feito vista grossa aos problemas com que se têm defrontado a ciência em Portugal.
 
Quase parece que a alguém interessa tenta fazer passar uma imagem da ciência em Portugal que não têm aderência à realidade dos factos, como se percebe bem pelas declarações da cientista Prémio Pessoa, Maria Mota:  https://www.tsf.pt/sociedade/ciencia-e-tecnologia/interior/cientistas-a-beira-do-desespero-apontam-dedo-a-falta-de-financiamento-5629214.html  ou mais recentemente pelo retrato crú, feito no mês passado, pela insigne Cientista Maria de Sousa, prémio Universidade de Lisboa 2017  https://www.publico.pt/2017/11/13/sociedade/noticia/qualquer-portugues-medianamente-inteligente-tera-vergonha-de-perder-os-seus-melhores-cientistas-1792432
 
Se já é inadmissível o atual nível de subfinanciamento do ensino superior, as últimas noticias que dão conta da estranha intransigência do Ministério das Finanças em pagar aquilo com que se comprometeu, constituem um enxovalho gratuito a todo o ensino superior. Temeridade que pode vir a ter graves consequências para as mesmas finanças, tendo em conta que o OE de 2018 espera que o mesmo ensino superior consiga captar 600 milhões de euros, metade dos quais em projectos europeus.
 
Na China e no Japão existe uma milenar arte de pesca que usa aves para pescar peixes, consta que aquelas porém só o fazem se receberam contrapartida que entendam como justa ! Estranho será por isso que alguém espere que os investigadores Portugueses aceitem tentar pescar pelo menos 600 Moby Dicks e que o façam recebendo como contrapartida prévia público enxovalho.
 
 

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Académicos que preferem esconder as misérias debaixo do tapete



Ainda relativamente ao recente post acima e ao facto do artigo de Hirsch sobre o índice-h receber mais de mil citações por ano é interessante comparar esse desempenho com o facto do recente e interessante artigo do catedrático da Universidade de Stanford
só ter recebido 70 citações em 2020. Será que a razão para isso terá que ver com o facto do artigo em causa ter proposto um método que permite saber quem são aqueles pouco éticos professores e investigadores envolvidos em "extremely self citations and citations farms" e a solidariedade académica não apreciar que se exponham publicamente tais misérias ? 

Ainda sobre professores e investigadores que muito gostam de se auto citar recordo que em Portugal o IST lidera e é responsável pelo mau resultado da Universidade de Lisboa https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/03/o-cientista-que-se-auto-citou-numa.html

PS - Atento o valor que o Reino Unido gastou com a avaliação das unidades de investigação, mencionado no final do post que inicia o presente post, se fizermos uma normalização pela população e pelo PIB/capita então isso significa que na última avaliação de unidades de investigações Portugal gastou algumas dezenas de milhões de euros. Se metade das unidades tivessem sido avaliadas com base em métricas (como aconselha um ex-responsável pela investigação e inovação Inglesa) e somente as unidades de investigação com as melhores métricas tivessem sido avaliadas com painéis de revisores isso significaria uma poupança de vários milhões de euros que permitiriam contratar muitos investigadores que não tiveram outro remédio senão sair de Portugal como por exemplo esta aqui e foi por isso que em Agosto de 2020 eu escrevi que a FCT deve um pedido de desculpas aos investigadores desempregados https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/08/a-fundacao-para-ciencia-e-tecnologia.html pois eles não estão desempregados por conta de terem um currículo internacionalmente pouco competitivo mas somente por conta de uma errada opção da FCT. 

A Reitora do faz de conta e a grande alegria na maçonaria

 

A revista Visão que tem por (péssimo) hábito dar palco aos Ministros deste Governo em entrevistas com perguntas delicodoces, a mesma revista que foi expedita a publicar um artigo do seu patrãozinho (cujos  inesperados muitos milhões surpreenderam muita gente) artigo esse onde o referido patrãozinho, nada supreendentemente mostrou grande contentamento pela decisão do juiz Ivo Rosa sobre o processo Marquês, parece porém andar em maré de azar, como se comprova pelo facto da Directora Mafalda Anjos, ter evidenciado ontem na sua última crónica que muito lhe custou engolir que o Presidente da República se tenha pronunciado a favor da criminalização do enriquecimento ilícito. 

Logo ela que há alguns meses atrás menosprezou a importância da corrupção apelidando-a de cassete, opção muito pouco feliz e muito cobarde que eu critiquei aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/08/um-infeliz-editorial-sobre-o-partido.html e como ela própria também não o esconde, mais ainda lhe custa a engolir, que neste momento haja deputados que pretendam transformar em lei uma proposta do Sindicato dos juízes,  numa prosa pretensamente sensata mas que tem tanto de hipócrita como de despudorada, e que um artigo do conhecido advogado Teixeira da Mota hoje no Público serve como excelente e certeira resposta. https://www.publico.pt/2021/04/23/opiniao/noticia/abriu-epoca-caca-1959652

E para grande azar, esta semana a referida revista vê-se obrigada pela ERC, a publicar uma carta de duas páginas, por conta do direito de resposta de uma professora, que a revista em causa terá alegadamente tratado de forma pouco rigorosa num artigo de título "A Reitora do faz de conta",  embora em abono da revista se diga que a referida revista devia colocar o mesmo empenho com que investigou a tal "Reitora", a investigar antes alguns dos mais rasteiros políticos Portugueses, ao invés de preferir desvalorizar o gravíssimo problema da corrupção, que há muito empobrece este país, como faz a revista Sábado, que esta semana dá a conhecer o impressionante currículo de um deputado socialista de apelido Tóni Texugo. 

A página do caderno principal do Expresso hoje publicado informa que de acordo com uma recente sondagem apenas 10% dos Portugueses acreditam viver em plena democracia. Curiosamente no post abaixo de há quatros dias atrás escreveu-se que:
 "...e de facto não há qualquer razão para acreditar que ainda vivamos numa democracia mas antes num simulacro dela, capturada que ela foi há muito pela excelsa gatunagem e pelas leis que protegem a própria gatunagem" https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/04/catedratico-afirma-que-o-direito-e-uma.html

Informa também hoje o mesmo Expresso que um altíssimo representante da maçonaria foi ouvido no Parlamento e durante essa audição chamou os deputados não maçons de ignorantes, significando isso que neste país os maçons são os novos aristocratas, quem não é maçon não passa de um ignorante plebeu que nem sequer devia poder estar no Parlamento, a instituição que é segundo a referida figura o maior templo maçonico deste país. Muito pior do que isso porém ainda se pode ler no mesmo Expresso, que o juiz maçon e Secretário de Estado Belo Morgado, está muito contente porque vão acabar com o tribunal onde está o juiz Carlos Alexandre. E quando um maçon está muito contente, ainda por acima logo um maçon que é juiz no Supremo, então é dia de grande festa na maçonaria. Finalmente vão conseguir afastar o juiz Carlos Alexandre dos casos de corrupção envolvendo conhecidos políticos. Este é por isso sem dúvida um dia muito negro para o que ainda resta da democracia em Portugal. 

Esclarecimento - O nome do Secretário de Estado Belo Morgado já tinha sido mencionado neste blog em Janeiro deste ano, por conta do seu gabinete ter contratado por quase 4000 euros/mês, alguém cujo currículo está adornado com um doutoramento anulado por plágio https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/01/3700-eurosmes-para-o-assessor-que.html


quinta-feira, 22 de abril de 2021

The first bricks in the science publishing multibillionaire castle have fallen



Continuing from the previous post discussing a distastefully profitable business, take a moment to explore the article recently published in the journal Science. It sheds light on the profound transformations underway in the scientific publishing sector, indicating that the landscape is rapidly evolving and poised for even more significant changes in the years ahead
"15 journals are outsourcing something central to science itself: the peer-review process. The journals, which include BMJ Open Science and Royal Society Open Science, say they will accept articles reviewed by a nonprofit “peer community”  organization. It’s the first time that journals have guaranteed that they will accept the recommendations of another body with no further review....Or authors can choose to publish the paper—along with PCI RR’s recommendation—as a preprint, bypassing the journal system entirely..."

PS - It is crucial to recall that even Elsevier has acknowledged the diminishing relevance of traditional journals, signifying a recognition that their effectiveness is nearing obsolescence:
“…the leaders of Elsevier have now decided that the epoch of journals will soon be over..They now describe the company as a “global information analytics business that helps institutions and professionals progress science, advance healthcare, and improve performance.”...The company recognizes that science publishing will become a service that scientists will largely run themselves…The company thinks that there will be one company supplying publishing services to scientists—just as there is one Amazon, one Google, and one Facebook; and Elsevier aims to be that company.

Caíram os primeiros 15 tijolos do castelo imperial das revistas científicas



Depois de recentemente a Comissão Europeia ter criado uma plataforma para artigos que ficarão em acesso aberto e a custo zero, que veio colocar em causa o lucrativamente repugnante negócio bilionário das revistas científicas, que foi comentado no post acima, chega agora mais um claro sinal da mudança dos tempos, pois aquilo que sempre foi um privilégio exclusivo das revistas científicas vai deixar de o ser, porque 15 revistas acabam de anunciar que prescindem do mesmo, aceitando doravante que as revisões dos artigos passem a ser conduzidas por uma entidade independente. Mais importante ainda e como se reconhece no artigo acessível no link abaixo, depois de uma publicação ter sido revista pelas tais entidades independentes os seus autores podem logo colocá-la online, dispensando inteiramente as revistas científicas, exactamente como vai suceder com os artigos que ficarão online através da tal supracitada plataforma da Comissão Europeia  https://www.sciencemag.org/news/2021/04/fifteen-journals-outsource-peer-review-decisions 

quarta-feira, 21 de abril de 2021

"Ricos pensam que são mais espertos e trabalhadores do que os pobres, embora sejam simplesmente mais cruéis e vigaristas"


"...indivíduos ricos...mentem mais e cometem mais erros, enganos e até roubos quando enfrentam as mesmas situações que os pobres, como demonstrado neste vídeo..."

Apesar do post acima (cujo título foi utilizado como título para o presente post) ser de 21 de Abril deste ano, na verdade há um ano atrás, eu já tinha divulgado o estudo onde se concluiu que em média os ricos tem mais propensão para roubar, enganar e mentir. https://www.businessinsider.com/rich-people-more-likely-to-steal-cheat-lie-2018-8

A unified index to quantify scientists across disciplines


"the average h-index of the 125 Nobel laureates is approximately 6 times that of other researchers, while the average hu-index is nearly 10 times. The larger difference brought by hu-index gives a discriminative reputation to outstanding individuals”

The new index suggested in the recent paper above has some value but what is really amazing is that 16 years after Hirsh first suggested the h-index his paper has so far received more than 10.000 citations on scholar google. And if by 2008 Hirsch paper was cited more than 300 times a year in 2020 that number raised to more than 1300 citations meaning that the science community is even more obsessed with the quantification of the impact of researchers output

PS - Yesterday the former Director for Research, Innovation and Skills at the Higher Education Funding Council for England just said that UK  Research Excellence Framework should use metrics instead of experts panels to assess the research quality in several disciplines https://www.timeshighereducation.com/news/creator-says-ref-should-swap-expert-panels-metrics-science And one needs not to be a genius to understand that if REF back in 2014 already cost 250 million pounds, that´s a lot of money that is not spend hiring researchers and funding important investigations. Especially because recent studies showed that for a high number of disciplines "metrics agree quite well with peer review and may offer an alternative to peer review"

terça-feira, 20 de abril de 2021

Catedrático de Direito afirma que o Direito é uma aldrabice


Um famoso catedrático de Direito da Universidade de Coimbra, Orlando de Carvalho de seu nome, disse um dia que "O povo até tem razão (o Direito) em grande parte é aldrabice...". E nós não temos qualquer razão para duvidar dele, especialmente depois de termos ficado recentemente a saber que os corruptos deste país estão protegidos pela própria lei https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/04/a-bomba-atomica-judicial-do-tribunal.html

Será por certo a mesma aldrabice que permitiu que um catedrático de Direito da mesma universidade de Coimbra tenha feito um parecer a justificar que os 14 milhões de euros que o banqueiro Ricardo Salgado recebeu de um construtor civil eram apenas uma inócua liberalidade, bastando para isso ao referido banqueiro pagar os quase 30.000 euros que custou o douto parecer e dessa forma ajudando a perceber quem são aqueles (além dos corruptos) que muito beneficiam por conta deste país estar acorrentado ao Direito Romano-Germânico, pois é evidente que nos países onde vigora a Common Law, como por exemplo o Reino Unido, não há por lá catedráticos de Direito milionários como há em Portugal. 

Hoje mesmo no jornal Público o jornalista João Miguel Tavares fornece mais informações sobre como é que o Direito Português protege os acusados de corrupção, por conta de oportunos e muito generosos prazos de prescrição e como não podia deixar de ser o seu artigo até menciona um douto parecer de um famoso catedrático de Direito da Universidade de Coimbra.  https://www.publico.pt/2021/04/20/politica/noticia/juiz-deputada-advogado-professor-filho-1959198

Mas se é verdade que o Direito Português é uma refinada aldrabice curiosamente na vizinha Espanha o Direito que por lá utilizam está muito longe de o ser porque naquele país já meteram oito banqueiros na cadeia enquanto que em Portugal nunca houve nenhum que lá tivesse entrado (o Dr. Salgado vai morrer de velhice antes mesmo de ser concluído o processo da falência do BES lá para 2060, o próprio advogado Rui Patrício o afirmou) e o mais espantoso ainda é que vizinha Espanha até há pasme-se Ministros presos por corrupção enquanto em Portugal nunca houve nem haverá algum tão cedo. 

O  conhecido e corajoso Medina Carreira disse há menos de uma década atrás que "não é possível que num regime onde a gatunagem funciona predominantemente que a democracia sobreviva" e de facto não há qualquer razão para acreditar que ainda vivamos numa democracia mas antes num simulacro dela, capturada que ela foi há muito pela excelsa gatunagem e pelas leis que protegem a própria gatunagem e que ajudam a explicar porque é que o destino de Portugal, sangrado pela corrupção que enriqueceu os tais que se andam a rir de nós, é inexoravelmente acabar por tornar-se um dos países mais pobres da Europa.  

PS - Sem qualquer surpresa hoje no Expresso um Conselheiro de Estado diz que a sentença do juiz Rosa sobre o processo Marquês "escancarou duas portas à corrupção", o que parece significar pelo menos uma coisa, os corruptos deste país já estão neste momento a esfregar as mãos de contentamento com a grande festa que vão fazer à conta dos muitos milhares de milhões de euros da bazuca Europeia. Vai ser um regabofe de festas regadas com champagne Louis Roederer Cristal, o tal de mil euros a garrafa, com múltiplos brindes ao juiz Rosa e também como não podia deixar de ser com inúmeras compras de viaturas de luxo, com a vantagem adicional das despesas das mesmas até poderem ser abatidas no IRC. 


segunda-feira, 19 de abril de 2021

Nominations are now open to a 3 million USD prize for science and technology researchers (deadline June 7th)

Still following the Call above for the 1 million euro Gulbenkian prize see below the Call for another prize related to Sustainable Development: 
"The Prize aims to recognize exceptional inventors and researchers from prestigious global academic universities, research labs, as well as grassroots inventors who might not be working in a formal research environment. Any research or technological innovation is eligible to be nominated for the Prize if it addresses everyday issues of people, by being aligned with one or more of the Sustainable Development Goals (SDGs) of the United Nations" https://vinfutureprize.org/

PS - Back in 2019 i made a few comments on a provocative question made by senior Professor Paul de Grauwe at London School of Economics "Why top footballers earn much more than top scientists ?". He advised that it was up to politicians to compensate scientists in an adequate manner because the market could not do it. Which is basically the same as waiting indefinitely for politicians to act.  Fortunately, private organizations like Gulbenkian Foundation and VinFuture Foundation are doing politicians´s job. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/london-school-of-economicswhy-top.html

A guerra entre cientistas e engenheiros

O último número da revista da Ordem dos Engenheiros tornado público há poucos dias contém um artigo de título "Dez axiomas e meio para o Engenheiro Civil" cujo último "meio axioma" afirma que "O cientista descobre o que existe, enquanto o engenheiro cria o que nunca existiu", que me parece possuir o condão de provocar (e no limite até irritar) os cientistas. 

Mas será mesmo assim ou será que a verdadeira diferença entre os primeiros e os segundos é que os engenheiros (pelo menos de algumas especialidades) arriscam muito mais do que os cientistas ? Vide por exemplo o colapso da ponte Tacoma, ou muito recentemente da ponte Morandi, ou o colapso de várias barragens, não esquecendo o famoso naufrágio do Titanic ou a explosão do vaivém espacial Columbia em 2003.  


PS - Importa porém não esquecer que também houve no passado muitos cientistas que arriscaram muito como aqueles cientistas mencionados aqui, ou aqueles cientistas Portugueses cujo nome aparece a págs 28-32 no documento acessível no link http://www1.ci.uc.pt/cd25a/media/Pdf/NReg%208121.pdf ou ainda aqueles cientistas que em pleno século XXI  também arriscam muito e que são mencionados no documento https://www.scholarrescuefund.org/wp-content/uploads/pdf-articles/srf_report-scholar_rescue_in_the_modern_world.pdf o que significa que riscos elevados não advém somente do exercício profissional, mas muitas vezes também do simples exercício da cidadania.