
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/a-infalivel-receita-para-educar-para-o.html
Ainda na sequência do post acima, na parte relativa aos comentários acerca do
acesso ao curso de medicina, é importante registar que o semanário Expresso, informa hoje, que o Ministério de Educação acaba de abrir um processo ao famoso
colégio que já no ano de 2001 era conhecido
por ser capaz de fazer ingressar muito alunos no curso de medicina
Trata-se exactamente do
mesmo colégio que em 2008 a sua directora pedagógica, Conceição Amaral,
enchia a boa para dizer que já tinham colocado quase 90 alunos no curso de medicina e
também o mesmo colégio que agora se ficou a saber que 95% dos alunos de 9 turmas, centenas de alunos, obtiveram
classificações de 19 e 20 valores a uma certa disciplina, tendo a
classificação mais baixa sido de 18 valores.
Ou seja, quando era suposto que o processo disciplinar já estivesse
concluído e já houvesse até mesmo sentenças de cadeia (pois não se
admite que haja prisão para o crime de injúrias mas não haja para esta pouca
vergonha) fica-se a saber que apenas foi instaurado um processo disciplinar à
senhora diretora pedagógica do referido colégio, o qual pode resultar numa
inócua advertenciazinha, numa multazinha, numa suspensãozinha ou no máximo dos
máximos no afastamento de funções !
Já as centenas de alunos deste colégio, que
nas ultimas duas décadas, conseguiram ingressar no curso de medicina
somente, porque beneficiaram da brilhante "estratégia pedagógica" que
lá se leva a efeito, esses ninguém lhes toca e os outros os prejudicados esses que se amanhem como puderem (leia-se, que se fodam !
Se o Ministério de Educação sabe que muitos colégios privados praticam de forma
sistemática o referido empolamento de classificações, que de acordo com um relatório do IGEC nalguns casos
chega quase a 4 (quatro) valores, https://www.publico.pt/2018/02/03/sociedade/noticia/onze-escolas-inflacionam-notas-dos-alunos-ha-nove-anos-seguidos-1801563 mais
não lhe resta, que em sede de candidatura ao ensino superior, descontar o valor
dos diferentes valores de empolamento dos diferentes colégios, na classificação
dos alunos desses mesmos colégios.
Não o fazer significa que o Estado Português é cúmplice com o "roubo" (do futuro de muitos jovens que só não ingressaram
num curso de medicina porquanto os seus pais não puderam pagar as mensalidades
de um colégio privado e dessa forma não beneficiarem de empolamento da sua média) e
muito se estranha que o Ministério Público ainda nada tenha feito a esse
respeito.