terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Investigador João Camargo contra jornalista João Miguel Tavares

Hoje no jornal Público um investigador e um comentador e jornalista (ou ex-jornalista)  escreveram sobre jovem Thunberg, com opiniões radicalmente opostas. Extractos abaixo.

“porque implica que esse meio milhar de capitalistas deixe de controlar a economia mundial e que a mesma passe a ser planificada não para produzir capital, mas sim para uma transição histórica imprescindível para continuar a haver civilizações. O sistema actual é o principal inimigo da humanidade e o principal obstáculo a resolver esta crise” https://www.publico.pt/2019/12/03/sociedade/opiniao/simbolo-iluminar-escuridao-1895924   Investigador João Camargo

“são os tais “sistemas de opressão” que é preciso, a todo o custo, “desmantelar”. Ora, se não te importas, Greta, convém ter algum cuidado com aquilo que se desmantelar”
https://www.publico.pt/2019/12/03/politica/opiniao/carta-greta-thunberg-1895945
Comentador e jornalista (ou ex-jornalista) João Miguel Tavares

Não emitindo opinião sobre a "disputa" entre ambas as narrativas, relembro apenas que o João Miguel Tavares não se trata de um qualquer comentador e jornalista (ou ex-jornalista), mas sim um (que apesar de corajoso por ter escrito coisas como  "Ver José Sócrates a apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte da Cicciolina", corajosas porque em Portugal a injúria e a difamação pagam-se com pena de cadeia e pelas quais aquele foi processado) possui rendimentos mensais, atento aquilo que as televisões pagam aos comentadores, que o colocam na classe média alta, uma raridade quando se fala de jornalistas (ou ex-jornalistas)  e portanto evidentemente pouco interessado em mudanças radicais, que lhe coloquem em causa o seu status sócio-económico. 

Além disso entendo pertinente relembrar o post abaixo, onde se escreveu que, no dia em que esta voluntariosa juventude, perceber finalmente que as greves e as manifestações, não serão capazes de conseguir mudança alguma é provável que (pelo menos alguns deles) optem por outras formas de protesto bem menos pacificas, pelo que convém que no entretanto (e ao contrário do que agora faz o comentador e jornalista ou ex-jornalista João Miguel Tavares) o status quo se mostre satisfeitopois a alternativa é muitíssimo pior. 
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/climate-crisis-youth-movements-and-eco.html  

Scientist Barbie___Union of Concerned Scientists

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/scientists-as-activists.html

Still following the post above check the list of accessories that the scientist Barbie comes with at: https://blog.ucsusa.org/jacob-carter/introducing-federal-scientist-barbie




100.000 visitas


Foi atingido ontem o número de 100.000 visitas recebido por este blog, que teve o seu inicio há aproximadamente dois meses. A este ritmo o número de 1 milhão será atingido daqui a aproximadamente 19 meses. Abaixo reproduzem-se os links dos dois posts mais visitados nos últimos 30 dias:

E também os dois posts mais visitados nos últimos 7 dias:



segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

We need to stop the bullshit


https://www.nature.com/immersive/d41586-019-02711-4/index.html

and have the courage to assume that in what concerns greenhouse gas emissions it is practically impossible to reduce anything because that would mean changing the reality we know in the short term and in a radical way, which is very unlikely to happen. Assuming this is not the end of the world, just that we have to prepare for a very different Planet. Probably not as bad as the one described in the paper below: 
but for sure not as good as the one that we live in 

Notas inflacionadas__A pergunta errada do Director do jornal Público


https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/vergonhosa-impunidade-no-acesso-ao.html

Sobre a indecência que comentei há dois dias atrás no post acima, hoje o Director do jornal Público assina um Editorial sob o título "Quando acabará a vergonha das notas inflacionadas?https://www.publico.pt/2019/12/02/opiniao/editorial/acabara-vergonha-notas-inflacionadas-1895798 

Entendo porém que ele deveria era ter perguntado: 

Quem é que são as importantíssimas figuras deste país, cujos filhos frequentaram o Externato Ribadouro e que por via disso (e só por via disso) conseguiram ingressar no curso de medicina, onde nunca teriam conseguido ingressar se a inflação classificativa do referido colégio, lhes tivesse sido descontada no momento da candidatura ao ensino superior ? 

 

É crucial que de uma vez por todas nos deixemos de merdas


e tenhamos coragem para assumir que em termos de emissões de gases com efeito de estufa é praticamente impossível reduzir o que quer seja porquanto isso significaria alterar no curto prazo e de forma radical a realidade que conhecemos, algo que é muito improvável que venha a suceder. Assumir isso não é o fim do mundo, apenas que temos que nos preparar para um mundo completamente diferente deste. Onde goste-se ou não o deserto avança para a Península Ibérica, e passa a haver escassez de água no Sul do país que não é compatível com a existência de campos de golfe
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/desertoa-nova-realidade-do-sul-de.html
que o nível do mar subirá vários metros, que haverá uma redução substancial dos stocks de pesca e da produção agrícola e que as doenças antes consideradas tropicais passam a fazer parte do quotidiano Europeu 
https://journals.plos.org/plosntds/article/figure?id=10.1371/journal.pntd.0004243.g001
http://www.ecdc.europa.eu/en/healthtopics/west_nile_fever/west-nile-fever-maps/pages/index.aspx 



domingo, 1 de dezembro de 2019

Médicos___Quando o descaramento anda de mão dada com a hipocrisia



O Expresso publicou ontem vários testemunhos de médicos que saíram de Portugal e que dizem que lá fora é que se ganha bem. Pelos vistos neste país só os médicos é que desconheciam o motivo que levou muitas dezenas de milhares de jovens diplomados Portugueses a emigrar. Como é evidente a Administração Pública de um país que não é nem vai ser rico (talvez por conta de uma epidemia de corrupção, Eanes dixit e que o nosso Primeiro disse também ser culpa dos juízes por conta de irem poucas vezes ao bolso dos corruptos https://www.publico.pt/2019/07/18/sociedade/noticia/primeiroministro-desafia-magistrados-irem-bolsos-corruptos-vezes-1879821 ) nunca será capaz de capaz de pagar vencimentos elevados e é por isso que em Portugal um catedrático (de medicina ou de outra área) no 1º escalão ganha o mesmo que um aluno de doutoramento na Holanda e um catedrático no último escalão, no nosso país, ganha menos do que um bolseiro de pós-doutoramento também na Holanda. E isto curiosamente ao mesmo tempo que a venda de viaturas de luxo não pára de aumentar, mas que evidentemente não pertencem a funcionários públicos, mas sim a empresas que como revela um recente estudo do Expresso tem uma especial preferência pela marca Lamborghini https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/qual-e-logica-de-um-empresario-poder.html

Porém atenta a natureza das queixas dos senhores médicos, dizendo-se muito injustiça-dos no seu percurso, teria sido interessante que o jornalista lhes tivesse perguntado se por acaso tinham ingressado no curso de medicina por terem beneficiado da maravilhosa estratégia pedagógica deste colégio aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/vergonhosa-impunidade-no-acesso-ao.html a mesma que determinou que outros alunos que andaram num escola pública não pudessem ter ingressado num curso de medicina a que tinham legitimamente muito mais direito. 

Entretanto o Sr. Bastonário da Ordem dos médicos, o mesmo que veio há pouco tempo pedir desculpas aos Portugueses pela pouca vergonhas dos "atrasos" na avaliação dos processos disciplinares
mas que ainda não pediu desculpas por conta do elevado número de médicos envolvidos em acções criminosas como aqueles referidos aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/a-mafia-da-medicina.html  disse recentemente que os jovens médicos nada devem ao país, pelo facto do custo da sua formação ter saído dos impostos dos Portugueses, pois diz isso é um investimento feito pelo país ! 

Trata-se sem dúvida de uma interessante tese, vinda logo do lobby que durante dezenas de anos agiu no sentido de garantir que a coberto de interesses puramente particulares não houvesse formação médica a não ser nas Universidades de Lisboa, Porto e Coimbra. Até na vizinha Espanha diziam que a nossa Ordem dos Médicos tinha enfeitiçado os sucessivos Governos deste país, só assim se compreendendo esse monopólio formativo (leia-se estrangulamento de vagas por via de nefasto corporativismo). Nessa altura porém não lhe interessava rigorosamente nada que o nosso país abrisse mais escolas médicas para dessa forma "investir" na formação médica de outros Portugueses. Quando o descaramento anda de mão dada com a hipocrisia o resultado costuma ser este.  E por conta disso Portugal teve de andar a importar médicos de Cuba ao mesmo tempo que já em 2012 tinhamos de aturar um outro Bastonário da Ordem dos médicos a alertar para  o terrível perigo do excesso de médicos.  
https://www.publico.pt/2012/12/17/sociedade/noticia/portugal-a-caminho-de-ter-medicos-a-mais-alerta-bastonario-1577694 



Quando os advogados se tornam inimigos da verdade

http://portadaloja.blogspot.com/2019/11/os-advogados-protectores-do-sistema.html

Sobre o recente post acima relativo a artigo no semanário Sol e ainda relembrando aquele outro aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/advogados-brasileiros-ja-representam-10.html  resulta mais ou menos evidente que a Ordem dos Advogados terá cada vez menos capacidade para se auto-regular, pois se agora já não consegue dar conta de milhares de processos disciplinares atrasados (4000 só na região de Lisboa) muito menos o conseguirá no futuro. Talvez vá por isso sendo tempo do Governo da República chamar a si a acção disciplinar sobre os advogados que em vez de defenderem a justiça preferem antes dedicar-se ao crime. 




sábado, 30 de novembro de 2019

Vergonhosa impunidade no acesso ao curso de medicina


https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/a-infalivel-receita-para-educar-para-o.html

Ainda na sequência do post acima, na parte relativa aos comentários acerca do acesso ao curso de medicina, é importante registar que o semanário Expresso, informa hoje, que o Ministério de Educação acaba de abrir um processo ao famoso colégio que já no ano de 2001 era conhecido por ser capaz de fazer ingressar muito alunos no curso de medicina 

Trata-se exactamente do mesmo colégio que em 2008 a sua directora pedagógica, Conceição Amaral, enchia a boa para dizer que já tinham colocado quase 90 alunos no curso de medicina  e também o mesmo colégio que agora se ficou a saber que 95% dos alunos de 9 turmas, centenas de alunos, obtiveram classificações de 19 e 20 valores a uma certa disciplina, tendo a classificação mais baixa sido de 18 valores. 

Ou seja, quando era suposto que o processo disciplinar já estivesse concluído e já houvesse até mesmo sentenças de cadeia (pois não se admite que haja prisão para o crime de injúrias mas não haja para esta pouca vergonha) fica-se a saber que apenas foi instaurado um processo disciplinar à senhora diretora pedagógica do referido colégio, o qual pode resultar numa inócua advertenciazinha, numa multazinha, numa suspensãozinha ou no máximo dos máximos no afastamento de funções ! 

Já as centenas de alunos deste colégio, que nas ultimas duas décadas, conseguiram ingressar no curso de medicina somente, porque beneficiaram da brilhante "estratégia pedagógica" que lá se leva a efeito, esses ninguém lhes toca  e os outros os prejudicados esses que se amanhem como puderem (leia-se, que se fodam !  

Se o Ministério de Educação sabe que muitos colégios privados praticam de forma sistemática o referido empolamento de classificações,  que de acordo com um relatório do IGEC nalguns casos chega quase a 4 (quatro) valoreshttps://www.publico.pt/2018/02/03/sociedade/noticia/onze-escolas-inflacionam-notas-dos-alunos-ha-nove-anos-seguidos-1801563 mais não lhe resta, que em sede de candidatura ao ensino superior, descontar o valor dos diferentes valores de empolamento dos diferentes colégios, na classificação dos alunos desses mesmos colégios. 

Não o fazer significa que o Estado Português é cúmplice com o "roubo" (do futuro de muitos jovens que só não ingressaram num curso de medicina porquanto os seus pais não puderam pagar as mensalidades de um colégio privado e dessa forma não beneficiarem de empolamento da sua média) e muito se estranha que o Ministério Público ainda nada tenha feito a esse respeito. 

Qual é a lógica de um empresário poder deduzir os encargos com um Ferrari no imposto sobre rendimentos de pessoas coletivas (IRC) ?



Já se sabia, vide post acima, que este país é tão original que muitos bens de luxo pagam uma taxa de IVA inferior à que paga um bem de consumo fundamental como a electricidade (logo num país onde centenas de milhares de Portugueses não conseguem pagar aquecimento durante o Invernoe hoje em artigo publicado na secção de Economia do Expresso, sobre quais os concelhos que tem mais carros de luxo, descriminados por marca, fica-se a saber por exemplo que o concelho do Porto no que respeita a Ferraris lidera este país, já o concelho de Mora domina nos Maseratis e o concelho da Azambuja domina nos Bentleys, e também que uma percentagem expressiva das viaturas de luxo estão em nome de empresas, pois as mesmas podem deduzir a sua compra, o combustível e a manutenção no IRC. 

Porém, se a autoridade fiscal aceita que encargos com Ferraris, Lamborghinis (que revela o artigo é uma das marcas preferidas pelas empresas Portuguesas) ou Bugattis (o artigo menciona que um pertence a uma empresa de Leiria) podem integrar a sacrossanta definição: "São assim fiscalmente dedutíveis todos os gastos contabilísticos suportados pela empresa que são indispensáveis à realização dos proveitos ou ganhos sujeitos a imposto ou à manutenção da fonte produtora" 

Então pela mesma ordem de razões, as despesas de um empresário com uma prostituta (ou um prostituto) também devem ser dedutíveis no IRC porque são despesas que também asseguram o bem estar do empresário (dizem os manuais que um empresário stressado apresenta um desempenho subóptimo) e logo são também "indispensáveis à realização dos proveitos..."