segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

3200 milhões para o lixo__no país onde somente os ricos podem dar-se ao luxo de ter um cancro

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/2040o-ano-da-singularidade.html

A vontade de desenvolvimento das tais armas hipersónicas, referidas no post acima e na imagem abaixo, por parte do mentiroso-em-chefe do tal país parasita  é tanta que o mesmo já propos uma verba de 3200 milhões de dólares  para o desenvolvimento das mesmas
https://www.nationaldefensemagazine.org/articles/2020/2/10/budget-2021-trump-proposes-flat-pentagon-budget 

E no entretanto os habitantes (não bilionários) daquele mesmo país vão continuar a merecer uma saúde vergonhosa, como se prova pelo estudo baseado em 9 milhões de casos que concluiu que nos EUA só os ricos podem ter cancro: "40% depleted life savings in just 2 years and 38% go bankrupt in just 4 years"  https://www.amjmed.com/article/S0002-9343(18)30509-6/fulltext  tema esse que também se comentou aqui neste blog em post de título "Nobel Stiglitz__ A sick and desperate countryhttps://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/nobel-stiglitz-sick-and-desperate.html



domingo, 16 de fevereiro de 2020

University mission in a jobless future?



Still following the content of the post above its worth remembering the premonitory words of R.B.Fuller (1895-1983). The cited text below of R.B.Fuller was taken from page 154 of the book "Jürgen Habermas and the European Economic Crisis: Cosmopolitanism Reconsidered":

“We should do away with the absolutely specious notion that everybody has to earn a living. It is a fact today that one in ten thousand of us can make a technological breakthrough capable of supporting all the rest. The youth of today are absolutely right in recognizing this nonsense of earning a living. We keep inventing jobs because of this false idea that everybody has to be employed at some kind of drudgery because, according to Malthusian Darwinian theory he must justify his right to exist. So we have inspectors of inspectors and people making instruments for inspectors to inspect inspectors. The true business of people should be to go back to school and think about whatever it was they were thinking about before somebody came along and told them they had to earn a living.” 

If technology can indeed sustain society with minimal human labor, the challenge is no longer production but equitable distribution. The real question then becomes: Can societies transcend this ingrained work-based identity and redefine human purpose beyond employment?

A atracção pelo abismo e o desprezo pelas árvores centenárias e milenares



O pobre "arquitecto" Saraiva que já na semana passada tinha escrito umas coisas dementes elogiando o deputado Ventura (link acima) voltou ontem a repetir a insana proeza em texto sobre a eutanásia onde o bombo da festa é o Bloco de Esquerda, do qual diz ser movido por um programa de "demolição da vida burguesa". Será que as asneiras do referido "arquitecto" se explicam pela famosa atracção pelo abismo (abyssus abyssum invocat) da asneira ?

Parece que não entra na cabeça do "arquitecto" Saraiva, que haja quem nunca tenha votado no Bloco e seja a favor da eutanásia, como eu próprio, por conta de ter visto o meu próprio pai, há quase 30 anos atrás falecer com um cancro tendo passado os últimos tempos a levar sucessivas injecções de opiáceos para suportar dores horríveis. Eu nem quero imaginar o cenário dantesco que teria sido se na altura tivesse havido uma ruptura de stock dos referidos opiáceos !

Felizmente que a compra do semanário Sol de ontem não foi uma perda completa, não só pela entrevista com a jornalista furacão, Sandra Felgueiras mas principalmente pela entrevista com um certo Jorge Laje, que o referido semanário afirma ser o maior especialista da história da castanha em Portugal. E seja ou não verdadeiro esse título é impressionante ler sobre alguém que conhece muitos castanheiros, alguns com centenas de anos que ele diz visitar como se visitasse um amigohttps://sol.sapo.pt/artigo/686435/jorge-lage-se-nao-fosse-a-castanha-nao-estariamos-no-mesmo-ponto-civilizacional

E isso é impressionante na justa medida em que neste país, onde há uma euforia protetora por muros, paredes ou simples pedras com apenas 100 ou 200 anos de idade, a que pomposamente se chama património arquitetónico, área para a qual eu próprio já contribui, com vários artigos, como por exemplo um que foi publicado há 10 anos atrás numa conhecida revista aqui https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0950061811006805  há ao mesmo tempo um quase solene desprezo por árvores que já existiam ainda nem sequer tinha nascido o Afonso Henriques. Sendo por isso no mínimo desconsolador saber que no site OLX existem à venda algumas dessas, como uma na zona de Arraiolos  ou outras que até são vendidas para base de mesas de jardim, bastando para isso colocar-lhe um vidro ou um acrílico como sugerem os próprios vendedores. Um vómito. 

Público__ Sobre a incompetência da FCT


https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/quinquenio-2015-2019ulisboa-versus.html

Relativamente aqueles que em face do conteúdo do post acima e também de algumas declarações anteriores sobre o Reitor da Universidade de Lisboa, poderão achar pouco simpáticas (leia-se incisivas) ou também outras declarações que alguns também poderão achar pouco amáveis  (leia-se frontais) concluiram que me move uma animosidade contra a Universidade de Lisboa. Só posso dizer que tal não corresponde minimamente à verdade. 

Até porque nunca ninguém me ouviu dizer como dizem alguns em privado, que o facto dos sucessivos Ministros, que tutelaram a ciência Portuguesa, pertencerem à Universidade de Lisboa, isso permitiu e contribuiu para que a mesma se tornasse "o maior parasita do orçamento da Ciência", deixando às restantes instituições apenas migalhas. 

Em bom rigor, note-se que até já elogiei publicamente, como exemplo de bom uso de dinheiros públicos, o caso do Instituto de Medicina Molecular, pertencente aquela instituição. Sobre o referido Instituto merece a pena a leitura da longa entrevista que o Público fez à sua directora, a cientista Maria Manuel Mota e ontem publicada, como parte integrante do destacável P2 daquele jornal, onde destaco algumas pérolas, uma delas sobre a confusão jurídica dos diplomas produzidos na ciência ou quando falou sobre a FCT, instituição que apelidou de incompetente:
"Tive três advogados a interpretarem o decreto-lei de maneira diferente"
"O sistema conduz a isso, faz com que as pessoas aprendam a ser aldrabonas!"
"Depois de anos, diferentes governos, diferentes partidos e diferentes pessoas, acho que é apenas incompetência"

E de facto é difícil não concordar com ela sobre a referida incompetência, porque por exemplo a mesma FCT que antes, nos altamente competitivos contratos Investigador FCT, celebrava esses contratos com as universidades 1 mês após o conhecimento da lista de classificação e agora nos concursos CEEC, a mesma FCT só o faz passados 6 meses, facto que justifica o desesperado email de uma investigadora que reproduzi como post aqui. Não admira por isso que na entrevista acima referida se fale em retrocesso na ciência, pois obviamente só por cinismo (ou má fé) se pode dizer que passar de um mês para 6 meses não é um evidente retrocesso.  

O Interior profundo de Portugal a apenas 50 quilómetros de Lisboa !


O caderno de Economia do Expresso é um sitio onde sempre se aprendem coisas interessantes e importantes e ontem um interessantíssimo artigo publicado no referido caderno do Expresso com o título "Incentivos para o interior dão para viver na praia" iniciava-se da seguinte forma:
"Não é preciso rumar em direcção à fronteira com Espanha para beneficiar da dezena de incentivos que a ministra da coesão territorial, Ana Abrunhosa, acaba de lançar para atrair mais empresários e trabalhadores para o interior. A uma família lisboeta, por exemplo, basta descer pouco mais de 50 quilómetros até Setúbal...instalar-se numa das muitas praias da costa Alentejana. Aí já beneficiará de vários subsídios a fundo perdido destinados aos territórios do interior"

O artigo é complementado com um engraçado mapa, onde até mesmo a zona de Sagres é considerada interior de Portugal ! Em face disto eu acho que todas as pessoas do verdadeiro Interior de Portugal, junto a Espanha, deviam ter um rasgo de inteligência e ir viver para as praias Alentejanas, as tais a 50 quilómetros de Lisboa, beneficiando ainda dos acima referidos "vários subsídios a fundo perdido" que incluem 4827 euros para os trabalhadores e também subsídios para empresários, que podem chegar a a 82.000 euros "caso a empresa seja recente, o projecto seja de empreendedorismo social ou o trabalhador contratado tenha algum tipo de incapacidade, venha de uma família monoparental..."

E porque é que o Governo não aplica às pessoas que vivem a menos de 50 kms da fronteira com a Espanha, isso sim o verdadeiro Interior profundo (excluindo obviamente a região Algarvia) as mesmas tabelas de IRS que aplica nos Açores ? Será que alguém no Governo sabe, quanto é que gasta, unicamente em portagens, um residente de uma localidade junto à fronteira com Espanha, quando pretende ir até Lisboa ?

sábado, 15 de fevereiro de 2020

ULisboa versus Imperial College, ETH Zurich, U.Uppsala e U.Barcelona

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/citacoes-no-bienio-2018-e.html

Ainda na sequência do post acima vale a pena comparar o desempenho da Universidade de Lisboa com 4 universidades europeias. Assim foi feita hoje uma análise da produção científica de todas as publicações indexadas na base Scopus durante o quinquénio 2015-2019, usando como termo de comparação a métrica número de publicações com pelo menos 100 citações. Novamente porém não foram contabilizadas as publicações da subárea “Physics and Astronomy” para evitar aquelas com vários milhares de co-autores produzidas no CERN.

Imperial College.........819 publicações com pelo menos 100 citações
ETH Zurich.................405
UBarcelona................310
U.Uppsala..................283
ULisboa......................121

Atendendo porém ao facto das referidas universidades terem diferentes dimensões, sendo umas maiores e outras menores (em termos de docentes e investigadores) do que a ULisboa o que faz sentido é comparar a intensidade de publicações altamente citadas, abaixo:

Imperial College.........16 publicações altamente citadas/por milhar de publicações
ETH Zurich.................13
U.Barcelona...............12
U.Uppsala..................12
U.Lisboa......................4

Haverá alguns mais manhosos que dirão que o rácio acima teria ainda que ser ponderado também aos orçamentos das referidas universidades porém a minha réplica a esses é que mesmo admitindo essa hipótese é garantido que o orçamento por ETI da Universidade de Barcelona não é 300% superior ao da Universidade de Lisboa, que permitisse justificar o resultado acima, mas muitíssimo mais importante o orçamento da Universidade de Lisboa por ETI é muito maior do que o orçamento da UBI por ETI, contudo e por incrível que pareça também no rácio acima, relativo à intensidade de publicações altamente citadas, a Universidade de Lisboa apresenta um desempenho inferior ao da Universidade da Beira Interior. E talvez seja por isso que alguém (e ao contrário que se faz em sistemas científicos mais avançados do que o nosso, vide link abaixo) achou boa ideia proibir a utilização de métricas na avaliação das unidades de investigação. 
https://www.ref.ac.uk/news/clarivate-analytics-will-provide-citation-data-during-ref-2021/


Science and Engineering Ethics___“I am Primarily Paid for Publishing…”

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/scientific-misconduct-kuhnian.html

Still following the post above see below a recent paper published in Science and Engineering Ethics by researchers of the University of Vienna. 
https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs11948-020-00191-8  
I´m afraid to say that this paper is just a missed opportunity. 

Yes there´s a problem about the academic reward system that promotes the motto "I am Primarily Paid for Publishing…" but its not so much because that it does not favour the political "societal" related agenda but because it aggravates the publication deluge
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/highly-cited-researchers-hcrs-seem-to.html
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/university-college-londona-radical.html
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/scientific-misconduct-kuhnian.html

In a time of rampant science misconduct, we need to have a proper balance between publishing and curating. And last but not the least its worth remembering the words of Jeremy Fox and Owen L. Petchey concerning the parasites of the publishing process



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Citações no biénio 2018 e 2019___decepcionante resultado da ULisboa e a boa safra da UBI

Tendo em conta que o calcanhar de Aquiles da ciência Portuguesa é o baixo nível de citações onde Portugal não consegue sequer competir com a Grécia, segue abaixo o resultado de um levantamento na base Scopus para as publicações no grupo Top 1% mais citadas produzidas em 2018 e 2019.

UPorto........................0.086 pub. Top1%/docente ETI
UAveiro......................0.070
ULisboa......................0.057
UBI.............................0.048
UNova........................0.042
UMinho/UCoimbra......0.035
UAçores/UMadeira.....0.034
UAlgarve.....................0.032
UTAD..........................0.020
UÉvora........................0.017

P.S - Não foram contabilizadas as publicações da subárea “Physics and Astronomy” para evitar aquelas com vários milhares de co-autores produzidas no CERN.

Compare-se a lista acima com aquela abaixo relativa às universidades com maior número de unidades, que vão receber mais de 1.5 milhões de euros, por conta da avaliação das unidades de investigação. Há aqui qualquer coisa que não parece bater certo ou então este é o belo resultado de uma avaliação com métricas proibidas em sede de regulamento ! 

ULisboa.........27 unidades

UPorto...........17
UNova............16
UCoimbra........8
UMinho............6
UAveiro............5
UEvora.............2
UAçores...........1
UALG...............1
UTAD...............1

Tentando explicar a referida avaliação o Carlos Fiolhais escreveu num artigo de 4 de Julho de 2019 que "os painéis revelaram padrões de exigência bastante díspares,..Assim, uns ficaram filhos e outros enteados", curiosamente e por um estranho mistério os enteados são na sua maioria de fora de Lisboa. Já eu um dia antes, a 3 de Julho escrevi outras coisas como por exemplo:

“o processo de avaliação pode ter sido transparente como ela alega, mas isso infelizmente não fez dele um processo rigoroso nem muito menos justo. Há unidades que de boa-fé seguiram o regulamento e não apresentaram métricas, confiando que os avaliadores iam ler as tais famosas publicações representativas, contudo houve unidades que encheram os seus relatórios com métricas (escolhidas a dedo pois ninguém gosta de mostrar misérias) apesar de terem sido desaconselhadas pelo regulamento de fazer tal e em consequência dessa dupla atuação houve muitas das primeiras que foram prejudicadas pelos avaliadores pela falta de métricas e também muitas das ultimas que foram beneficiadas pela importância que os avaliadores atribuíram às tais métricas. Houve assim cumpridores prejudicados e incumpridores beneficiados... Tenha-se presente que esta aposta malsã em equipas anormalmente volumosas prejudica a disrupção científica que mostra que a melhor ciência ocorre mais frequentemente em equipas de menor dimensão "smaller teams have tended to disrupt science and technology with new ideas and opportunities" https://www.nature.com/articles/s41586-019-0941-9 mas pior do que isso favorece um gravíssimo entorse da integridade cientifica, pois é nas anormalmente volumosas equipas (grandes fábricas de artigos) que se encontram aqueles de que falou de forma pouco muito pouco abonatória, há menos de um ano, um conhecido Catedrático da universidade de Stanford https://www.nature.com/articles/d41586-018-06185-8  





Vergonha com elevada procura !

Abaixo links e também a imagem comprovativa dos quatro posts mais visualizados nos últimos 7 dias, onde se constata uma forte procura pela vergonha, que até consegue exceder o cinismo de um certo advogado e até o tal eurodeputado Alemão teve uma estreia fulgurante !  Não deixa de ser bastante invulgar que entre os 4 posts mais visualizados dos últimos 7 dias, três deles digam respeito à justiça ou à ausência dela !

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/um-minimo-de-vergonha.html
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/o-cinismo-do-advogado-estrela-em-todo-o.html
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/academicos-portugueses-com-assento-em.html
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/eurodeputado-alemao-diz-que-ha-um.html




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Eurodeputado Alemão diz que Portugal é uma República das bananas


Como divulgou, ontem o semanário Expresso, um eurodeputado Alemão disse a propósito da lavagem de dinheiro, que há um problema de Estado de Direito em Portugal, o que é o mesmo que dizer que Portugal não passa de uma República das bananas. 

E tem toda a razão, pois se assim não fosse, não veríamos o respeitado Ex-Presidente de Portugal, Ramalho Eanes, afirmar que há uma epidemia de corrupção em Portugal https://expresso.pt/politica/2019-06-24-Ramalho-Eanes-denuncia-epidemia-de-corrupcao-e-encastelamento-partidario

A que se soma ainda o facto da justiça Portuguesa, ser muito tolerante (e por vezes até amiga) com os corruptos, o que permite perceber porque é que apenas 5% dos condenados por corrupção são obrigados a cumprir penas de prisão efectivas  e onde até há pasme-se professores de Direito, acusados de crimes de burla qualificada e de falsificação de documentos a avaliar candidatos a juízes ! Eu nem quero imaginar o que diria o tal eurodeputado Alemão se soubesse dessa pouca vergonha !