O caderno de Economia do Expresso é um sitio onde sempre se aprendem coisas interessantes e importantes e ontem um interessantíssimo artigo publicado no referido caderno do Expresso com o título "Incentivos para o interior dão para viver na praia" iniciava-se da seguinte forma:
"Não é preciso rumar em direcção à fronteira com Espanha para beneficiar da dezena de incentivos que a ministra da coesão territorial, Ana Abrunhosa, acaba de lançar para atrair mais empresários e trabalhadores para o interior. A uma família lisboeta, por exemplo, basta descer pouco mais de 50 quilómetros até Setúbal...instalar-se numa das muitas praias da costa Alentejana. Aí já beneficiará de vários subsídios a fundo perdido destinados aos territórios do interior".
O artigo
é complementado com um engraçado mapa, onde até mesmo a zona de Sagres é
considerada interior de Portugal ! Em face disto eu acho que todas as pessoas
do verdadeiro Interior de Portugal, junto a Espanha, deviam ter um rasgo de
inteligência e ir viver para as praias Alentejanas, as tais a 50 quilómetros de Lisboa,
beneficiando ainda dos acima referidos "vários subsídios a fundo perdido" que
incluem 4827 euros para os trabalhadores e também subsídios para
empresários, que podem chegar a a 82.000 euros "caso a empresa seja recente, o
projecto seja de empreendedorismo social ou o trabalhador contratado tenha
algum tipo de incapacidade, venha de uma família monoparental..."
E porque é que o Governo não aplica às pessoas que vivem a menos de 50 kms da
fronteira com a Espanha, isso sim o verdadeiro Interior profundo (excluindo obviamente
a região Algarvia) as mesmas tabelas de IRS que aplica nos Açores ? Será que alguém no Governo sabe,
quanto é que gasta, unicamente em portagens, um residente de uma localidade
junto à fronteira com Espanha, quando pretende ir até Lisboa ?