sábado, 1 de fevereiro de 2020

Um corajoso Professor de Coimbra, um banqueiro bajulador e a dignidade mínima de um candidato ao título de Agregado


Ainda na sequência de um muito esclarecedor post anterior, acerca de uma magistral prova de subserviência da Academia Portuguesa, que na prática se traduz puramente num incremento salarial mensal de pouco mais de 200 euros limpos, é pertinente recordar que há poucos anos atrás, um Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, foi autor de um ácido artigo no jornal Público, intitulado "Os “lambe-cus”onde resumidamente dissertou sobre o acto implícito. É verdade que a limitação do tamanho desse texto, não lhe permitiu alongar-se muito nesse importante tema, pois se espaço suficiente tivesse havido, por certo que ele tinha mencionado inclusive, que esse ritual se perde nos tempos, como prática satânica levada a cabo pelos adoradores do maligno (vide imagem supra). 

Não pretendendo este post, proceder a uma resenha histórica de tais ignominiosas tradições, pretende o mesmo tão somente utilizar essa alusão, para servir de introdução a uma linda cartinha escrita por um Português (banqueiro de profissão) e dirigida a um famoso senhor engenheiro, de nacionalidade Angolana (que foi acusado de ter corrompido um Procurador Português) bajuladora carta essa, que foi reproduzida num artigo do último número da revista Sábado e que ensina os futuros praticantes da actividade acima referida (os aspirantes a lambe-cus) como é que devem iniciar as cartas que enviem aos seus superiores: 
"Sr. Engº Manuel Vicente, permita-me que lhe tome dois minutos para lhe transmitir nos seguintes quatro parágrafos alguns aspetos que muito gostaria fossem do seu conhecimento, num momento da maior relevância da minha vida profissional e pessoal, e para o qual, tenho bem presente, a confiança e a intervenção do Sr. Engº foi absolutamente determinante"

Pelo menos o referido corrompido Procurador Figueira, "vendeu" (segundo reza a sentença condenatória) a sua honra por um valor de quase 1 mihão de euros, muito pior estão por isso aqueles que não se importam de desbaratar a sua dignidade, prestando-se ao exercício de "lamber o cú" de catedráticos, donos de uma obra científica medíocre, para conseguir receber pouco mais de 200 euros limpos mensais, o que dá ao fim de 20 anos, uma quantia inferior a 80.000 euros, muitíssimo menos do que recebeu o referido Procurador. Na minha opinião, a dignidade mínima, que se exige a um candidato ao título de Agregado, é que após conhecer o nome dos catedráticos que constituem o júri das provas, se recuse a prestá-las, se nesse júri houver nem que seja um único catedrático, com um h-index muito inferior ao seu.