quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

É preciso uma limpeza radical nas Universidades Portuguesas



Como se deu conta no post acima o Presidente ASJP defendeu ontem publicamente uma limpeza radical entre os juízes, pois que percebeu que essa é a única forma de parar um fogo que se iniciou no Tribunal da Relação de Lisboa e que hoje mesmo volta a lavrar na página 16 do jornal Público (onde se noticia que o ex-Presidente da Relação embolsou quase 300.000 euros pela participação num julgamento particular que foi realizado nas instalações daquele tribunal, que pasme-se, foram cedidas gratuitamente para um negócio privado) e que se arrisca a queimar todos os outros tribunais aos olhos dos Portugueses.

Ora bem, admitindo que os Professores Universitários não são mais éticos ou mais honestos do que os juízes, e sabendo-se que de forma regular há muitos anos que muitos juízes vão sendo expulsos (eu próprio tive o azar de há mais de uma década ter tido num processo que intentei num tribunal deste país, um juiz que foi mais tarde expulso da magistratura) o que contribuiu para reduzir o número de juízes menos éticos ou menos honestos, e inexistindo na Academia mecanismo similar, do que resulta que de ano para ano os professores universitários menos éticos ou menos honestos viram reforçada a impunidade da suas acções, então mais não resta concluir que se é evidente que é necessária uma limpeza radical entre os juízes então muito mais necessária é tal limpeza entre os professores universitários e em particular entre os catedráticos, pois são aqueles com mais poder e logo mais passíveis de o utilizarem de forma indevida e em seu beneficio pessoal

Em Fevereiro de 2017 enviei um email a alguns Colegas, que posteriormente coloquei para memória futura em post de título "Será que a Academia têm capacidade para se auto-limpar ?" nele lembrei que se a magistratura costuma apurar que 2% dos seus membros merecem ser penalizados, com penas que vão até à aposentação compulsiva, como agora sucedeu com a juíza Fátima Galante ou mesmo com a pena de demissão, como agora sucedeu com o juíz Rui Rangel, então essa percentagem de 2% significaria a penalização de centenas de professores universitários, entre as várias dezenas de milhar que existem na Academia, algo que porém nunca aconteceu. Ao contrário do que sucede nas universidades de outros países, como a demisão de uma catedrática na Suiça por assédio moral de alunos de doutoramento, ou a demissão de um catedrático numa universidade Espanhola por assédio sexual de professoras universitárias ou os catedráticos Italianos que foram presos por viciação de concursos

Sendo certo que é extramemente difícil fazer prova inequivoca daqueles Professores que nas últimas dezenas de anos andaram a viciar concursos (excepto naqueles anulados em tribunal por vicio de violação de lei) deviam pelo menos reformar-se compulsivamente todos aqueles que já tenham pelo menos 60 anos e não tenham uma produção científica mínima como sugeri aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/nova-sugestao-para-despedir-professores.html pelo menos para aquelas áreas onde existe uma forte correlação entre as métricas e a revisão por pares, vide artigo https://www.nature.com/articles/s41599-019-0233-x