https://www.timeshighereducation.com/features/should-you-be-working-100-hours-week
A académica de que se fala no recente artigo acima, de certeza absoluta,
que não deve ter ficado nada contente com o artigo do jubilado de Literatura
Inglesa, que escreveu que na Academia Americana se trabalha muito pouco,
pretendendo dizer com isso que ganhou muito mais do que aquilo para que tinha
trabalhado, por outras palavras, teve uma vida muito mansa na academia e
deixando no ar a suspeita que isso não sucedia só com ele https://www.timeshighereducation.com/news/outrage-over-professors-claim-us-academy-sweet-racket sendo
porém certo que um académico que ao fim de uma carreira académica tem apenas 2 (duas) publicações indexadas na Scopus...mas
quem sabe talvez a área científica da literatura seja um mundo à parte !
Contudo uma coisa parece ser absolutamente certa, aqueles Académicos que se
suicidaram (vide post abaixo) não foi por conta de terem usufruído de uma vida
mansa na academia ! https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/imperial-collegegreat-scientists-leave.html e se é certo que na academia existem de facto elevadas diferenças entre os
volumes de trabalho de diferentes áreas científicas, essas diferenças podem ser
mitigadas por uma remuneração variável (como existe nos EUA e até China) mas
curiosamente inexiste em Portugal, onde um catedrático sem qualquer actividade
científica (actividade que de acordo com o ECDU é o primeiro dever de um
académico antes mesmo da docência) recebe rigorosamente o mesmo que um outro
que seja Editor-Chefe de uma revista internacional, orientador de vários alunos
de doutoramento e ainda coordenador de projectos de investigação.
Neste contexto sou a reproduzir abaixo uma proposta que fiz em email de
Dezembro de 2018:
“Tendo
em conta que para o mesmo PIB/capita ou paridade de poder de compra os
vencimentos dos docentes do ensino superior em Portugal são bastante inferiores
aos equivalentes em vários países europeus contra os quais os nacionais tem de
competir por verbas de investigação. Tendo em conta o estrangulamento comentado
no email abaixo sobre o facto de na academia Portuguesa inexistir um sistema
efectivo para premiar o mérito, tendo também em conta que esse facto faz com
que a carreira universitária seja prejudicada quando comparada com a carreira
dos professores do secundário, tendo ainda em conta que as universidades andam
obcecadas por projectos para poderem sustentar-se à conta
dos overheads e tendo principalmente em conta que algumas poucas
unidades de investigação já conseguiram que a sua universidade aceitasse
prescindir de parte substancial dos overheads para que os mesmos
possam ser geridos pelo investigador responsável do projecto é possível ir mais longe exigindo que metade
dos overheads dos projectos sejam pagos em forma de prémio salarial
ao investigador responsável”