O catedrático jubilado José Ferreira Gomes, foi ontem autor de um artigo sobre o financiamento do Ensino Superior, onde na sua parte final e mais uma vez deixa vir ao de cimo, a sofreguidão das Universidades pelas verbas da FCT. Diz ele que:
"A autonomia das universidades é também cerceada pela decisão governamental de financiar os investigadores através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Esta estratégia não só diminui as universidades na sua capacidade de definir e prosseguir uma estratégia mas também as desresponsabiliza pelas decisões de recrutamento e avaliação desse pessoal"
Contudo ele não têm minimamente razão naquilo que diz, porque foram as Universidades que se diminuíram a elas próprias, quando elegeram a endogamia como estratégia fundamental do seu recrutamento, as mesmas que se auto-atribuiram Excelentes a pataco, as mesmas que são "pasto do amiguismo e couto do nepotismo movido pelos favores" onde os académicos “em vez de ciência estão a fazer política de corredores”.
E muito menos tem razão aquelas, como a Universidade do Porto, onde e segundo um catedrático daquela casa, a avaliação "frequentemente privilegia os “amigos” e lambe-botas em detrimento do mérito" ou talvez se trate de um problema genético de toda a academia, já que como admitiu o Luís Aguiar-Conraria, “... é impossível que a universidade portuguesa deixe de ser uma academia de capelinhas e de cumplicidades, com padrinhos e afilhados "
Trata-se convém não esquecer, do mesmo José Ferreira Gomes, que admitiu em Junho de 2018, que na academia Portuguesa quem sobe são aqueles que fazem alguns favores aos mais velhos, o que constitui sem dúvida uma excelente estratégia de avaliação, mas que traria sem dúvida péssimas consequências a Portugal, caso também fosse replicada na contratação de investigadores.
Percebe-se porém muito bem o motivo da queixa do José Ferreira Gomes, pois não custa acreditar que haja muitos catedráticos na academia (velhos e menos velhos) que não conseguem engolir que haja concursos para investigadores onde eles não podem meter a unha, para fazerem aquilo que sempre fizerem, favorecer filhos e filhas, primos e primas, e outros familiares, afilhados e amigos.
Não têm
por isso qualquer legitimidade, nem muito menos autoridade, para agora encherem
a boca para falar em magnas estratégias para recrutamento e avaliação, quando
na verdade alguns desses queixosos catedráticos, não têm sequer mérito
suficiente para conseguirem sequer um contrato como Professores-Auxiliares em
universidades de topo a nível mundial, e alguns nem sequer mesmo um contrato de
pós-doc !