segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Pedro Abrunhosa___“Os políticos deveriam ter uma remuneração mais digna”



Sobre a muito fresca e bizarra opinião do Pedro Abrunhosa no artigo acima, de onde retirei o título deste post, aproveito para reproduzir na íntegra abaixo o conteúdo de um email que em Abril de 2017 enviei a uma jornalista do Expresso, de nome Cláudia Figueiredo, comentando o seu estranho artigo sobre o baixo vencimento dos deputados. 

Cara Jornalista Claúdia Figueiredo,
foi com alguma surpresa que li a sua peça jornalística que logo a abrir escreve que “é preciso quebrar o silencio instalado à volta dos salários dos políticos portugueses como forma de voltar a credibilizar a classe politica” e também que a receita passa por “oferecer uma remuneração digna”.

Está a falar a sério ? Ou este é o artigo que o Expresso planeou para comemorar o dia 1 de Abril ? Porém e tendo em conta que a referida peça se baseia no recente livro do Ex-deputado José Magalhães tenho de concluir que não se trata de uma graçola. Antes fosse. Desde logo é mau sinal que uma tal atenção tenha sido dedicada a um livro escrito por alguém que enquanto Secretário de Estado da Justiça achou por bem gastar dinheiros públicos a comprar uns peculiares adereços para decorar o seu gabinete. Não sou eu que o digo mas sim a Associação Sindical dos Juízes Portugueses que não consta que tenha o hábito de caluniar seja quem for por dá cá aquela palha http://www.asjp.pt/2012/01/14/estado-paga-fervor-maconico/

Também não ajuda nada a causa do Ex-deputado José Magalhães que aquele busque em sua defesa das inacreditáveis palavras do actual Presidente da Assembleia da República que em Outubro passado falou ao Expresso de se criar um regime “que dê alguma garantia a quem está no Parlamento que não fica depois entregue à bicharada” e que mostram bem quais são as verdadeiras preocupações da nossa classe politica. Nem muito menos que esta peça jornalística surja tão inoportunamente logo no mês em que se soube que alguns deputados se andaram a portar de forma tão brilhante 

Relativamente à sua peça, que de forma triste e acriticamente engoliu de uma assentada o anzol, a chumbada e até mesmo a bóia, das verdades do referido ex-político achei particularmente interessante a tal figura que compara o salário anual dos parlamentares de 13 países e onde Portugal aparece na antepenúltima posição. Um qualquer leitor ao ver uma tal figura ficará por certo convencido que os nossos desgraçados deputados quase que vivem de esmolas podendo inclusive sucumbir à tentação de organizar um peditório para ajudar a nossa mal tratada classe parlamentar. Porém faz muito pouco sentido comparar o vencimento de deputados de países ricos com deputados de países pobres não lhe parece ?

Assim se refizer a referida figura fazendo uma ponderação simples do vencimento pelo PIB/capita de cada país poderá constatar que o vencimento dos deputados portugueses é ligeiramente inferior ao dos deputados da Alemanha e dos Estados Unidos e é até superior ao dos deputados da Inglaterra e da França. E isto sem sequer levarmos em conta as tais regalias escondidas de que se fala na referida peça, como por exemplo o tal caso de alguém que gastou 40.000 euros em despesas em deslocações e em apenas seis meses.

Pode também constatar no novo gráfico que no referido grupo dos 13 países os deputados qua mais recebem são os do Brasil e aqueles que menos recebem são os da Suiça. Ou seja a fazer fé na tese da sua peça podemos afirmar que o Brasil, com tantos deputados acusados e presos por corrupção é o país que consegue ter os deputados com maior credibilidade ? e que a Suiça, aquele país onde ninguém quer ser deputado, pois que recebem até menos que o valor do PIB/capita, se resigna a ter deputados sem credibilidade ?

É pena que em vez desta peça não tivesse feito antes outra que compasse os vencimentos dos Professores e Investigadores Portugueses com os de outros países nomeadamente com os da China que têm um programa de atracção de talento que paga mais de 1 milhão de euros/ano a Professores catedráticos de topo. Aliás como os Professores e Investigadores Portugueses tem de competir com os da Suiça, da Suécia ou da Alemanha nos concursos internacionais faz pouco sentido que recebam muito menos do que aqueles. Pois também os prémios de jogo da nossa selecção de futebol não são muito menores que os das selecções da Suiça, da Suécia ou da Alemanha. E é por isso que há muitos Professores e Investigadores Portugueses de elevado talento que tem vindo a ganhar lugares de professores Catedráticos em universidades de grande prestígio, mas parece que essa emigração não constitui um problema prioritário o que prioritário é o baixo vencimento dos nossos deputados a quem a nação tanto deve.


domingo, 26 de janeiro de 2020

Novo episódio na farsa da exploração do lítio


O semanário Sol relatou no passado sábado num artigo faccioso sob o título "Lítio estudo dá luz verde" que a empresa Lusorecursos mencionada aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/litioa-propaganda-continua-mas-agora.html a mesma que pretende explorar lítio em Montalegre entregou o estudo de impacte ambiental-EIA à Agência Portuguesa do Ambiente. 

O semanário Sol só se esqueceu que os EIA não dão luz verde a ninguém e irónico seria que uma empresa entregasse um EIA onde aparecesse escrito que o seu projecto industrial violava questões ambientais a um tal nível que jamais poderia receber positivo das entidades competentes ! Isso era quase o mesmo que alguém que vai ser enforcado comprar a própria corda. 

Até parece que os jornalistas do semanário Sol não leram que o EIA do aeroporto do Montijo também aponta para a viabilidade daquele (como não podia deixar de ser) porém já houve ambientalistas que arrasaram a credibilidade do referido estudo 
https://www.rtp.pt/noticias/pais/aeroporto-do-montijo-ambientalistas-chumbam-estudo-de-impacto-ambiental_n1173666 exactamente o que vai suceder a este famoso estudo (cheio de idílicas propostas destinadas a fazer a primeira mina sustentável do Planeta) assim que chegar à fase de consulta pública. 

O semanário Sol esqueceu-se também (muito convenientemente) de referir o volume dos resíduos que serão gerados ao longo dos 20 anos de exploração mineira, e em vez disso preferiu abrilhantar a peça com uma linda imagem "prospectiva" do que será a futura exploração de lítio, cheia de pinheiros e verde relva e onde só faltam florzinhas, passarinhos, crianças a brincar e um sol a brilhar, o que denota uma estranha concepção de jornalismo, quase parecendo que se tratava de uma Newsletter da empresa Lusorecursos como publicidade paga e não como era suposto de uma peça de jornalismo.  

Note-se que um estudo de impacto ambiental por definição só deveria referir questões ambientais pelo que o estudo acima referido que vai ao absurdo de mencionar que esta exploração tem um impacto sócio-económico positivo não pode deixar de suscitar justificadas desconfianças sobre o espírito com que foi elaborado. Desde logo é curioso ler a parte em que dizem que vão cortar uma montanha numa altura equivalente à altura de um prédio de 20 andares como se isso fosse coisa absolutamente corriqueira ou com impactos mínimos ou facilmente minimizáveis. 

Engraçada e facciosa é também a parte onde se refere que os rejeitados da referida mina voltarão a ser utilizados no enchimento de galerias. Uma piada ! Como se isso sequer fosse praticável, porque se o fosse então esse seria o procedimento utilizado em todas as minas, pelo menos naquelas localizadas em países desenvolvidos, o que não é o caso como o comprovam muitas minas na Europa onde os rejeitados deram origem a volumosas escombreiras como as daquela muito conhecida mina no distrito de Castelo Branco  

A parte mais bizarra de muitos estudos de impacto ambiental é a facilidade com que são incapazes de prever o que é que realmente vau acontecer na prática e se limitam a fazer umas quantas idílicas previsões e igualmente idílicas medidas correctivas.   Não me admiraria nada que quando fizeram o estudo do impacto ambiental dos olivais do Alentejo se tivessem esquecido de mencionar que a secagem do bagaço da azeitona iria libertar gases e partículas prejudiciais à saúde e responsáveis por doenças respiratórias e cardíacas graves, numa quantidade superior em 3500% ao valor limite estabelecido pela lei, emissões essas que como relata o último número da revista Sábado não só escorrem pelas casas e plantações dos residentes, como impedem a abertura de janelas e como também obrigam os referidos residentes de uma aldeia próxima a usar mascaras sempre que saem à rua. 

Top 30

Abaixo os cinco posts mais vistos nos últimos 30 dias:





https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/catolica-perde-virgindade-nos-hcr.html


Things start to get very complicated...for rich countries

https://blogs.ei.columbia.edu/2020/01/23/landmark-climate-migration-decision/
and it will be much more complicated the moment that Oceans start to rise. 

And even if third world countries (drowned countries) fail to act violently against rich countries as was mentioned in here https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/are-third-world-countries-entitled-to.html it is very likely that as i wrote in the post below "young people in rich countries who will do what those in third world countries cannot do"
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/climate-crisis-youth-movements-and-eco.html


sábado, 25 de janeiro de 2020

É absolutamente urgente uma sindicância à Ordem dos Advogados




Ainda na sequência do post acima, é pertinente referir que já não bastavam os muitos milhares de processos disciplinares atrasados, que existem na Ordem dos Advogados, 4000 processos só na região da grande Lisboa, que fazem com que haja Portugueses a aconselhar-se com Advogados, alvo de processos disciplinares que ainda não foram decididos e alguns que até já deviam ter sido expulsos da profissão, mas ontem também se ficou a saber, pelo Expresso, que muito embora os advogados estejam obrigados a colaborar activamente na prevenção da lavagem de dinheiro, porém desde que essa obrigação foi instituída em 2004, nem os advogados comunicam operações suspeitas ao Ministério Público nem a Ordem dos Advogados aplica sanções por esse incumprimento !  Facto que talvez permita perceber as acções dos famosos escritórios de advogados (de que fala a revista Sábado e também o Expresso) que andaram a ajudar a Angolana Isabelinha nas suas samaritanas acções! 

Não se percebe por isso nem muito menos se admite que já tenha havido uma sindicância à Ordem dos Enfermeiros e não haja uma sindicância à Ordem dos Advogados por conta de factos de maior gravidade. Será que a Ordem dos Advogados é uma Ordem especial e os advogados são Portugueses especiais ? E a que é que se deve esse especialíssimo estatuto ? Será que se deve ao facto da Assembleia da República ter sido sempre controlada por Advogados ? Estará a República Portuguesa capturada pelos interesses dos advogados ? Até quando ?

Ou será que basta fazer como fez o espertalhaço advogado, Jorge Brito Pereira que foi a correr informar a comunicação social que está inocente como um passarinho, do tal esbulho  de milhares de milhões perpetrado sobre o povo de Angola (aquele país onde milhões ainda hoje vivem na miséria mais abjecta), apesar de durante 13 anos ter andado agarradinho à Isabelinha, por conta da qual também ele embolsou vários milhões de dinheiro Angolano devidos a fabulosos patrocínios jurídicos e também pelos diversos cargos de chefia que ocupou nas muitas empresas daquela, incluindo o de Presidente do Conselho de Administração da NOS, mas que ainda assim agora sai do famoso escritório Uría Menéndez - Proença de Carvalho, para não prejudicar o seu bom nome ?

Recorde-se que num único processo ao serviço da Isabelinha dois escritórios de advogados Portugueses (PLMJ e  Uría Menéndez - Proença de Carvalho), onde recorde-se trabalhou o genial Jorge Brito Pereira, embolsaram quase 10 milhões de euros de dinheiro Angolano. https://www.publico.pt/2019/04/03/economia/noticia/conflito-angolana-unitel-rendeu-94-milhoes-advogados-portugueses-1867687

O mesmo fabuloso advogado que agora vai aproveitar para ponderar descansadamente (pois que a sua gorda conta bancária lhe permite tais muito merecidas férias) e também já agora para fazer o doutoramento, pois um génio destes é sem dúvida merecedor desse grau e só não se percebe porque é que a Universidade de Lisboa ainda não o distinguiu com um doutoramento honoris causa, pois se até o génio da banca Ricardo Salgado recebeu um daquela Universidade !

PS - Eu não sei se o tal banqueiro particular da Isabelinha, que apareceu morto há poucos dias se foi suicidado, se se suicidou ou se foi aconselhado a suicidar-se como era costume na Roma Antiga, aconselhavam aqueles mais conhecidos Romanos caídos em desgraça, para assim permitirem que pelo menos a sua mulher e os seus filhos se pudessem salvar, porém entendo que o tal genial advogado acima referido, subiria imensamente na minha consideração se em vez de se dedicar ao doutoramento optasse antes por deixar de se contar entre os vivos deste Planeta. 

Um Portugalinho miserável para todo o sempre ?

Vale a pena ler um interessante artigo de opinião do Director da revista Sábado  artigo esse que merece fazer companhia à icónica imagem baixo de Portugal há algumas décadas atrás. Antes a miséria (material) via-se pelo número daqueles que andavam descalços, até mesmo durante o Inverno, como os dois desgraçados na imagem abaixo, fotografados numa conhecida rua de Lisboa em pleno mês de Dezembro. De lá para cá porém é verdade que o número de Portugueses que andam descalços, no Inverno, se reduziu a zero já a miséria (moral) essa nunca parou de aumentar, como se pode ler no acima referido artigo do Director da revista Sábado. 


The University of the Future: From Knowledge Hubs to Guardians of Truth



Two days ago, Business Week published an article featuring insightful commentary by Professor Dan Remenyi, Co-Editor and contributor to the newly released book The University of the Future. While the article offers thought-provoking perspectives, it also raises several questions and leaves me with some doubts.

First, we should reflect on the perspective of Australia’s Chief Scientist, who argued that producing job-ready graduates “isn’t universities’ job. Additionally, consider John Maynard Keynes’ famous 1930 prediction that by 2030, people might only need to work 15 hours a week. However, Keynes could not have anticipated the transformative  impact of AI:  "...commonly available AI technologies will give each of us access to the equivalent of 100 human experts...to provide all the information and advice you need." https://sciencebusiness.net/viewpoint/viewpoint-why-productivity-going-down-when-technology-accelerating

In this context, the traditional role of universities in producing experts, which has been central to their mission, faces significant challenges. The future does not look promising in this regard, particularly as corporations increasingly recruit students directly, bypassing universities altogether. 

Moreover, the landscape of research is shifting. Currently, just 200 companies account for 40% of global research output. This suggests that while research remains important for universities, it may no longer be their core focus. Instead, universities could play a critical role in curating and validating corporate research. 

This shift is crucial, as trusting corporate research can be problematic, especially when financial stakes are high and negative findings could threaten a company's survival. https://www.spiegel.de/international/world/monsanto-papers-reveal-company-covered-up-cancer-concerns-a-1174233.html

PS - In my view, there is really only one thing academics can do that corporations cannot (and will not): speaking the truth to power and exposing lies ttps://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/the-responsibility-of-intellectuals-to.html  Like have done Dan Carder of West Virginia University and civil engineer Marc Edwards from Virginia Tech and much more recently also the 72 years old physicist Ricardo Galvão who stood up against Bolsonaro brainless rants, an act that granted him the selection to be one of Nature´s 10 people who mattered in science in 2019

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Could the microbiome associated with natural materials cause disease in building occupants?

Still following the recent article on Science about Frankenstein-materials for civil engineering
https://www.sciencemag.org/news/2020/01/frankenstein-material-can-self-heal-reproduce
that are being study by a researcher that participates in a book that i´m editing to be published soon https://www.elsevier.com/books/bio-based-materials-and-biotechnologies-for-eco-efficient-construction/pacheco-torgal/978-0-12-819481-2

and also remembering a previous book https://www.springer.com/gp/book/9783319092867

that somehow help to direct some research efforts to the field of the built environment microbiome https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0087093
see a recent paper by French researchers online 4 days ago in the journal Environmental Microbiome that asks: could the microbiome associated with natural materials cause disease in building occupants? https://link.springer.com/article/10.1186/s40793-019-0350-6

P.S - On a different field but also interesting is the recent article in Science "The microbes in your gut could predict whether you’re likely to die in the next 15 years"
https://www.sciencemag.org/news/2020/01/microbes-your-gut-could-predict-whether-you-re-likely-die-next-15-years


quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Uma importante e premente dúvida, quantos mais dias de vergonha nacional ?

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/os-portugueses-envolvidos-na-podridao.html

Depois de finalmente as coisas terem começado a ferver para a Isabelinha e para os Tugas Cúmplices (Ana Gomes dixit), é importante saber quanto tempo ainda falta até que as coisas também comecem a aquecer para o filhinho do Obiang, mencionado no post abaixo
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/mais-um-dia-de-vergonha-nacional.html



Nova sugestão para despedir Professores do Ensino Superior Público


Atenta a sugestão de despedimentos feita no post acima, no sentido de melhorar a saúde financeira do ensino superior em Portugal e bem assim criar vagas adicionais para os muitos excelentes investigadores que no concurso CEEC 2018 não viram a sua candidatura ser selecionada para financiamento e atenta também a recente lista no link abaixo:
sou por este meio a propor que também os professores Associados ou Catedráticos que tenham um índice h platina inferior a 0.3 e os Professores-Coordenadores titulares de um índice h platina inferior a 0.1 sejam também despedidos com justa causa. 

Ou será que os contribuintes deste país não têm direito a exigir que o dinheiro dos seus impostos não sirva para financiar a absoluta irrelevância científica?