quinta-feira, 9 de julho de 2020

Académicos Portugueses cuja obra científica foi citada por vencedores do Prémio Nobel da Economia


https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/07/nova-school-of-business-and.html


Ainda sobre o post acima seguem abaixo alguns nomes de académicos Portugueses da área da economia, cuja obra científica foi suficientemente meritória para ser citada em artigos de prémios Nobel e que justificam a pergunta, porque é que será que em vez de se dedicar  a ter relações estranhas com empresas tão estranhas que irão agora ser escrutinadas por uma comissão criada de propósito para esse efeito, porque é que a Nova SBE não se deixa de imbróglios empresariais que deixam a comunidade científica (Ministro da tutela incluído) em cuidados e não ambiciona algo maior, como seja estimular os seus docentes no sentido de produzirem uma obra científica que seja suficientemente meritória para vir a ganhar um Nobel da Economia ou será que por aquelas bandas já se sentem satisfeitos por serem citados, nem que seja por anónimos alunos doutoramento ou até mesmo apenas por alunos de mestrado?

Nobel Paul Romer citou o Sérgio Rebelo
Nobel Robert F. Engle citou o Miguel Ferreira
Nobel Edward C. Prescott citou o Sérgio Rebelo
Nobel Joseph Stigltz citou Luís Cabral e José Mata
Nobel Finn E. Kydland citou o Luís Aguiar-Conraria
Nobel Angus Deaton citou a Mónica Costa Dias e a Paula Santana
Nobel  Robert J. Shiller citou a Cristina Viegas e o José Azevedo-Pereira
Nobel Clive Granger citou Luís Catela Nunes, Paulo M.M. Rodrigues e o João Nicolau

P.S - Como é evidente não analisei as citações de todos os vencedores do Nobel da Economia, mas relativamente aqueles que analisei e foram quase duas dezenas a regra geral é a não citação de académicos do nosso país, como sucede por exemplo com os conhecidos Paul Krugman ou o Richard Thaler, cuja obra científica não mostrou qualquer interesse pelas publicações dos académicos Portugueses

Nova School of Business and Economics__Escola Universitária ou Escola Politécnica ?


A imagem acima dos 6 posts mais visualizados, mostra que o post de 5 de Julho sobre a polémica na Nova SBE, (que continua a fazer correr tinta, vide artigo ontem no Público  ou o pedido de esclarecimentos do Ministro Manuel Heitor que já obrigou à constituição de uma peregrina comissão escrutinadora e isto já para nem falar do artigo do Daniel Oliveira em 6 de Julho do artigo da Vera Barros em 7 de Julho ou um anterior da Fernanda Câncio) continua a bater recordes neste blog, pois não contente em ser o 4º post mais visualizado de sempre subiu ontem para o 2º lugar e arrisca tornar-se o mais visualizado de sempre.

Ainda sobre Nova SBE, uma pesquisa na conhecida plataforma Publons, mostra que os professores daquela escola não gostam muito de fazer revisões de artigos, abaixo uma lista das áreas dos professores/investigadores da Universidade Nova, que tem mais revisões confirmadas. Onde se constata que nenhum professor da Nova SBE consegue aparecer entre os dez primeiros lugares, nem entre os vinte primeiros lugares, nem entre os trinta primeiros ou sequer os quarenta primeiros lugares que constam na lista abaixo. Eu ainda analisei os vinte seguintes e nem aí encontrei ninguém da Nova SBE. Ou seja nas primeiras 60 posições dos revisores mais prolificos da Universidade Nova de Lisboa nenhum se encontrou da Nova SBE, nicles ! Ou talvez na Nova SBE não tenham tempo para rever artigos científicos, porque preferem gastar o tempo a fazer reuniões para analisar queixinhas de "financiadores". 

Não foi assim possível encontrar na referida plataforma professores da Nova SBE, com algumas poucas dezenas de revisões confirmadas, nem muito menos com centenas de revisões como acontece com o o Axel Dreher Professor de Economia da Universidade de Heidelberg, que possui 368 revisões confirmadas ou o Stephan M Wagner, Chair of Logistics Management, do ETH Zurich que possui mais de 200 revisões confirmadas ou o Odd Straume, Professor na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho que possui quase 200 revisões confirmadas. É por isso caso para dizer que a Nova SBE contribuiu muito pouco ou quase nada para o excelente resultado de Portugal comentado neste blog aqui. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/05/covid-19-has-changed-peer-review.html

Comparem-se aliás as 63 publicações indexadas na Scopus do referido Odd Straume  que receberam quase1000 citações, com a medianissima produção científica do Dean da Nova SBE, Daniel Traça, consubstanciada numa dezena de publicações indexadas na base Scopus que receberam nem sequer 200 citações, professor-gestor bancário (ou gestor bancário-professor) que publica (na base Scopus) em termos médios anuais, sete vezes menos, do que o professor da Universidade do Minho, Odd Straume. 

E nem sequer falo das revisões de artigos do Dean da Nova SBE que não se conseguem achar na plataforma Publons-Clarivate. "Esterilidade" científica essa que somada à sua obsessão quase patológica com o sector empresarial (quase como se fosse o alfa e o ómega da missão universitária e até da própria civilização, quando a prioridade da Nova SBE deveria ser a de fazer investigação do tipo "frontier research" de que se falou aqui  e também mais recentemente em documento da FCTcolocam a questão de se saber saber se o professor/gestor (ou gestor/professor) Daniel Traça tem realmente a certeza que está a dirigir uma Escola Universitária ou se não estará antes a fazer o que fazem os dirigentes dos Politécnicos?

Abaixo a lista das 40 áreas científicas em que trabalham os autores, pertencentes à Universidade Nova, que possuem mais revisões confirmadas na plataforma Publons-Clarivate 
Eng Industrial
Ciências da Vida
Elec Comput Eng
Eng Civil
Medicina
Eng Civil
Elect Eng
Mat Eng
Medicina
Information
Ambiente
Mat Eng
Mat Eng
Physics
Medicina
Elect Eng
Ambiente
Physics
Medicina
Medicina
Medicina
Chemistry
Medicina
Materials
Industrial
Elect Eng
Civil Eng
Physics
Chemistry
Physics
Civil Eng
Computer
Mech Eng
Chemistry
Medicina
Anthropology
Medicina
Medicina
Chemistry
Chemistry


quarta-feira, 8 de julho de 2020

Psicopatas Portugueses e os dois novos mortos do distrito de Castelo Branco




Sobre o post acima que se inicia com o noticia do falecimento de um GNR que estava a tomar conta de uma ocorrência numa auto-estrada do Norte do país, abaixo link para uma noticia muito similar que hoje dá conta do falecimento de dois agentes da mesma GNR (ambos do distrito de Castelo Branco) por conta de contra a viatura deles ter chocado uma viatura da marca BMW que se deslocava a mais de 150 Km/hora. 

Tenho contudo quase a certeza que o tribunal vai mandar o condutor homicida aguardar o julgamento em liberdade e depois não custa acreditar que o mesmo seja condenado com uma pena suspensa, já que o código penal aprovado pelos senhores deputados não considera que as mortes estradais sejam um crime muito grave, como se percebe pela sentença no link abaixo de um individuo que matou dois jovens quando conduzia a mais de 100 Km/hora dentro de uma localidade e se despistou

Neste país o que dá direito a pena de prisão efectiva, mesmo a quem não tenha cadastro, são as injúrias e a difamação https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/05/injuria-e-difamacao-merecem-cadeia-ja.html



The Economist__"What if carbon removal became the new Big Oil? "


https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/07/edmond-de-rothschildbold-builders-of.html

Still following the post in the link above about the investment house Edmond De Rothschild and other ironic events it's worth noting another interesting article in the current edition of The Economist, which serves as the inspiration for the title of this post. https://www.economist.com/the-world-if/2020/07/04/what-if-carbon-removal-becomes-the-new-big-oil

The primary issue lies in the inconsistency between the numbers presented in the current article and those published in a different edition of The Economist nearly two months ago. It's a perplexing mysteryhttps://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/05/the-economisthumans-have-unbalanced.html

A lição da Universidade de Coimbra: Suspeitas de troca de votos por cargos




O jornal i de ontem trazia uma matéria choque, link acima, que não vou comentar porque os factos lá relatados dispensam comentários e também porque há alguns anos atrás recebi um email pouco simpático do actual Reitor da Universidade de Coimbra, quando ele era apenas Vice-Reitor responsável pela investigação (e mostrou assim conviver mal com criticas à sua gestão pouco competente, a mesma que foi depois estranhamente recompensada com a sua eleição para Reitor) por conta de comentários, vertidos em dois emails, que eu produzi sobre a classificação daquela Universidade no ranking de Xangai e que o Carlos Fiolhais colocou no blog De Rerun Natura em Agosto de 2018, comentários esses que agora abaixo novamente reproduzo, Aliás acho igualmente pertinente revisitar o artigo no jornal Público onde o mesmo Carlos Fiolhais avaliou o desempenho do então Vice-Reitor como não tendo sido capaz sequer de atingir os minimos. E esse facto somado a todos os outros acima referidos justificam de certa forma o parágrafo final do meu post de 22 de Novembro de 2019. 

"Um extenso artigo hoje nas páginas 6 e 7 do jornal Público tenta explicar porque razão a Univ. de Coimbra desceu no ranking Xangai. Tenha-se presente que há um mês atrás, escrevi no email abaixo, que o pagamento que aquela mesma Universidade andou a fazer a uma firma de consultoria para subir no ranking não impediria que a mesma descesse ao invés de subir.

No artigo o Reitor daquela Universidade mostra-se confiante que para o próximo ano o resultado será melhor e tenta explicar que a chatice que agora teve lugar se fica a dever ao tamanho da instituição, pois como os seus competidores tem produtividade similar são favorecidos aqueles de maior dimensão, explicação bizarra pois as universidades de Aveiro e do Minho, que continuam no Top 500 têm menor dimensão que a de Coimbra. Diz também que os resultados se devem à entrada de novas universidades da China mas não diz porque é que esse facto não levou à saída das universidades de Aveiro e do Minho mas somente à saída da Universidade de Coimbra !

Curiosamente o artigo não menciona (talvez a jornalista se tenha esquecido dele) o segundo critério utilizado na ordenação, o número de "Highly Cited Researchers". A universidade melhor classificada neste ranking têm 109 HCR. https://clarivate.com/blog/news/clarivate-analytics-names-worlds-impactful-scientific-researchers-release-2017-highly-cited-researchers-list/  Curiosamente a Universidade de Coimbra não possui nenhum investigador dessa categoria ao contrário do que sucede com as universidades de Aveiro e do Minho e essa é pergunta que interessa fazer. Porque será que a Universidade de Coimbra não têm nenhum HCR ? Pergunta essa porém que o jornal Público preferiu não fazer.

É verdade que não é barato contratar um cientista que tenha um prémio Nobel no currículo (tema que é abordado pelo Reitor da Univ. de Lisboa no mesmo artigo) porém será por certo mais barato contratar um ou dois Highly Cited Researchers ? Talvez fizesse muito mais sentido essa alocação de verba do que andar a pagar a firmas de consultoria, despesa que não impediu a descida no presente ranking da Universidade de Coimbra.




De: F. Pacheco Torgal
Enviado: 2 de Julho de 2018 8:34
Assunto: O vice-reitor explica

No Sábado um certo vice-reitor de universidade que prefiro não identificar, pois que em face da noticia em causa, me envergonho de me lá ter licenciado no inicio da década de 90, resolveu dizer numa certa imprensa paga maravilhas do ranking QS (aquele ranking comentado noutros emails meus) e muito pior do que isso explicar que aquela universidade é uma das contribuidoras para os lucros da empresa que elabora tal ranking para assim poder ter direito a uma série de estrelas. Explica o vice-reitor que o pessoal da firma que elabora o ranking, gente que sabe de rankings a potes e como bem subir neles, deu a receita após ter recebido o pagamento (ou depois já que o artigo não é claro neste detalhe) depois a Universidade aplicou a receita, voltam os tais especialistas para nova auditoria e toma lá 5 estrelas, confirmadoras de que se atingiu o firmamento da qualidade universitária. Note-se que estas 5 estrelas não garantem que noutros rankings a referida universidade não possa descer em vez de subir, mas isso é pormenor irrelevante pois o ranking da QS é que conta até porque têm estrelas e os outros não.

Desde logo é caricata a assunção que uma universidade como aquela onde há especialistas de craveira internacional nas mais diversas áreas não sabe qual a receita para se subir num ranking.  Sabendo-se também que há rankings de elevada qualidade que fazem o serviço de borla é espantoso que haja quem não se importe de pagar para estar em ranking de baixa qualidade. Talvez seja um caso de dinheiro a mais ou inteligência a menos. Ou o inverso. Se trabalhasse naquela universidade sentir-me-ia enxovalhado pelo acto e quero crer que aqueles que naquela instituição têm desempenho de elevadíssima qualidade não merecem que a sua reputação seja enxovalhada porque associada às estrelas sem brilho daquele ranking. 

Acho importante ressalvar que nos comentários acima parti sempre do principio que a verba que a referida universidade pagou à firma que elabora o tal ranking foi verba que não saiu do Orçamento de Estado. Tivesse eu conhecimento ou a profunda convicção que um milésimo de um cêntimo do dinheiro dos meus impostos tivesse sido utilizado no referido pagamento e teria que ampliar ainda mais o meu direito de opinião para ir de encontro ao vertido naquele Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça 3017/11.6TBSTR.E1.S1 onde se escreve sobre a crítica contundente, sarcástica, mordaz, com uma carga exageradamente depreciativa ou caricatural e com o uso de expressões agressivas ou virulentas pois este país não merece ter responsáveis universitários que acham que os dinheiros públicos são para ser gastos com tanta falta de inteligência. Se é assim que se gasta o dinheiro nas universidades imagine-se o que se fará noutras instituições públicas onde não existe sequer um milésimo da massa cinzenta !​

Para terminar e a custo zero aproveito para dar conselho ao referido vice-reitor para subir nos rankings. Trate de reduzir a endogamia pois é a diversidade que contribui para o impacto como se explica abaixo
Wagner, C. S., & Jonkers, K. (2017). Open countries have strong science. Nature News, 550(7674), 32.
Clauset, A., Larremore, D. B., & Sinatra, R. (2017). Data-driven predictions in the science of science. Science, 355(6324), 477-480.
E no entretanto enquanto não conseguir reduzir a endogamia peça aos professores e investigadores da sua universidade que tentem colaborar com professores e investigadores das melhores universidades do mundo. Como alguns já o fazem é só perguntar-lhes a receita pois estou certo que eles não lhe cobrarão nada por ela."


terça-feira, 7 de julho de 2020

Edmond De Rothschild__"Bold Builders of the Future"




Its most interesting that after the article commented in the post above one can read in the present edition of The Economist a nice page paid for by the investment house Edmond De Rothschild. It is especially interesting because The Economist seems to be on the verge of becoming a forum of the radical left at least in what concerns environmental issues https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/05/the-economist-surrenders-to.html

And I´m not even mentioning The Economist´s Sustainability Week which will take place in October (having sponsors like British Petroleum) will count on Gail Bradbrook, Co-Founder of the radical group Extinction Rebellion as one of the invited speakers. It's only a pity they have not invited the notorious Paul Watson accused of eco-terrorism by the Japanese Government. 

PS - Also interesting in the present edition are the "scenarios for a warming world". I like the one with the title "Might protesters against climate change resort to terrorism ? An imagined scenario from 2031" because of what i wrote in the post below of October 1  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/climate-crisis-youth-movements-and-eco.html

Holandeses não largam o osso e agora os Finlandeses também não

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/07/a-invasao-dos-holandeses-chateados.html

Ainda na sequência do post acima confirma-se abaixo a invasão Holandesa ocorrida nas últimas semanas, no que são seguidos pelos habitantes de outro país que também faz parte do tal grupo dos países forretas, a Finlândia. 



O cuco que conseguiu fazer uma viagem de 26.000 Kms


https://www.theguardian.com/environment/2020/jun/26/cloud-cuckoo-land-how-one-birds-epic-migration-stunned-scientists-onon-aoe

Ainda bem que ele não passou por Portugal pois nesse caso já não teria voltado a casa, atenta a patológica sanha assassina de muitos Portugueses https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/portugal-e-america-do-norte-mesma.html


Polémica da Nova SBE estilhaça novo recorde e o enviador de currículos suspeito de corrupção

 

Depois de ter quebrado os recordes de visualizações semanal e mensal o post https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/07/prostituicao-universitaria.html sobre uma polémica inicialmente divulgada pela revista Sábado https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/novasbe-amigos-amigos-opinioes-a-parte e depois amplificada pelo Luís Aguiar-Conraria, acaba de quebrar também o recorde trimestral que estava na posse da Elvira Fortunato, tendo-se tornado por isso no 4º mais visualizado de sempre neste blog. 

Tenho a certeza que nunca uma queixa de um "financiador" provocou tanta celeuma. Se ao menos ele se tivesse ido queixar ao tribunal...mas é evidente que os "financiadores" que temos por cá preferem sempre resolver as coisas fora dos tribunais, fazendo uma pressãozinha em pessoas de coluna vertebral flexível pois as decisões dos tribunais podem acabar por se revelar desagradáveis como muito desagradável acaba de se revelar uma recente decisão do TCIC, que decretou a suspensão de funções na EDP ao Senhor António Mexia, o descendente do Visconde do Paço do Lumiar,  e que tem o estranho hábito de enviar currículos nas horas vagas por conta de ser suspeito de 4 crimes de corrupção ativa !

Até porque a pancada que os tribunais Portugueses tem levado no TEDH não deixou ao Supremo outra alternativa que não fosse exarar isso mesmo em Acordão muito esclarecedor que torna a vida muito dificil ao tenebroso respeitinho que herdámos do tempo da outra senhora.


“Para o Tribunal Europeu, a centralidade da liberdade de expressão e de imprensa, como elementos constitutivos de uma sociedade democrática, obriga a que todas as restrições às mesmas devam ser objecto de uma interpretação restritiva e a sua necessidade estabelecida de forma convincente. Para o TEDH, as condutas expressivas são dignas de protecção, mesmo quando sejam ofensivas, perturbadores, chocantes e inquietas”. Mais diz o autor (p. 93) que “no âmbito da responsabilidade civil por imputações prima facie difamatórias deve ser dada latitude suficiente para o exercício do direito à liberdade de informar, especialmente quando se esteja perante notícias de interesse público inegável ou a discussão de temas de grande relevância pública, incluindo não apenas titulares de cargos políticos, mas outras figuras de relevo económico, social, cultural, religioso, etc., dotadas de grande capacidade para influenciar o espaço público.” 

Ora, neste âmbito, as exigências de uma sociedade democrática e aberta não se coadunam com a imposição de restrições, formais e rígidas, ao exercício da actividade de escrutínio e crítica a temas de manifesta relevância e interesse público, de modo a tornar lícitos apenas os juízos críticos quando formulados com elevação , de forma correcta e estritamente objectiva - não podendo erigir-se, neste âmbito, impedimentos ou discriminações ao modo como é exercida a liberdade de expressão e opinião que poderiam funcionar, em última análise, como formas atípicas ou subliminares de censura, vedadas  pelo art. 37º da Lei Fundamental.

Como bem se refere no parecer doutrinário junto aos autos, a fls., 5211 e segs., os indivíduos e pessoas colectivas que estabelecem transacções a título oneroso com os poderes públicos devem esperar um escrutínio público especialmente rigoroso da sua conduta, particularmente nos domínios em que a mesma interceta domínios respeitantes à gestão de recursos públicos, envolvendo valores pecuniários consideráveis, em litigância com a pessoa colectiva pública.





segunda-feira, 6 de julho de 2020

Será que a enfermagem vale 10 vezes menos do que a advocacia ?

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/05/o-editor-que-se-entregou-ao-instinto-da.html
No inicio de Maio escrevi no post acima que a revista Sábado necessitava de maior empenho para conseguir competir com a revista Visão, porém há semanas de sorte e na presente semana a revista Sábado não só conseguiu o tal furo da reunião do Conselho Restrito de Catedráticos que comentei aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/07/prostituicao-universitaria.html    como ainda por cima teve a boa ideia de ir escarafunchar a actividade de um certo escritório de advogados, que assim que foi formado em 2010, comecou logo a ganhar contratos com o Estado Português, onze contratos logo no primeiro ano, e em média uma dezena em cada um dos anos seguintes, que até hoje já ultrapassaram um valor global de mais de 5 milhões de euros, o que dá uma simpática média de meio milhão de euros por ano, na maioria por ajuste directo. 

Trata-se de um escritório do qual faz parte uma advogada de nome Jane Kirby, "conhecida por ter sido acusada, em Fevereiro, do crime de falsificação em coautoria", mulher do famoso professor Domingos Farinho, que por sua vez está acusado de burla. 
https://observador.pt/2020/02/04/ghostwriter-de-socrates-acusado-de-burla-qualificada-a-faculdade-de-direito-de-lisboa/  

E já agora porque raio é que o Estado Português necessita de pagar centenas de milhões de euros a escritórios de advogados ? Será que é porque o mesmo Estado não tem nos seus quadros advogados suficientes ? A sério ? Alguém acredita nisso ? 

E porque é que actividade da advocacia se paga a 60 euros por hora quando um enfermeiro que faz algo muito mais importante se paga a 6 euros por hora ? E porque não pagar também 6 euros por hora aos advogados, em vez dos 60 euros por hora que eles cobram ?

Em 2015 um artigo no Público informava que a maioria dos professores das universidades privadas, mais de 70% recebiam apenas 5 euros à hora e em 2018 o semanário Expresso dava conta de ofertas de emprego para arquitectos a ganhar o mesmo que serventes da construção civil, 580 euros por mês. Será que é o facto do Estado Português gastar todos os anos muitos milhões de euros em serviços de advocacia que está a impedir que o valor hora se mantenha nos 60 euros por hora e não baixe para 5 ou 6 euros/hora como sucede em muitas outras profissões ? 

E será que isso se deve ao facto da Assembleia da República sempre ter tido uma maioria de advogados, que há muitos anos lá reinam a seu bel prazer e até se dão ao luxo de mandar nos partidos pelos quais foram eleitos ditando as regras que lhes interessam a eles e não aquelas que interessam a quem os elegeu ?
https://www.publico.pt/2019/03/29/politica/noticia/psd-ps-abrem-alas-deputadosadvogados-financeiros-1867244

P.S - A ironia negra é que esta semana ninguém ouviu o PSD a dizer que era preciso dar aumentos ou pelo menos um subsidio de risco aos médicos aos enfermeiros, aquilo que se ouviu esta semana foi o PSD a dizer que é uma afronta que o Governo não aprove uma portaria a aumentar os honorários dos advogados !!!!!!