domingo, 30 de maio de 2021

A insuportável impunidade de uma casta medíocre e criminosa

O Director da revista Sábado costuma escrever uns editoriais que não primam pelo respeitinho ao "sistema" e por vezes até chegam a ser bastante incómodos, como sucedeu com um editorial de Julho do ano passado e também sucede com o verrinoso editorial desta semana. Breve trecho abaixo:

“...uma casta, para lá de medíocre e criminosa...que não está pobre, não foi punida e goza todos os dias com a democracia e os portugueses, manipulando as suas próprias falências, colocando os milhões a salvo e deixando para trás a narrativa dos atestados de pobreza. Se existisse em Portugal uma verdadeira sociedade civil...Não existiria o o presente clima de impunidade, o Estado seria muito mais competente a confiscar bens a esta gente, as penas por corrupção e os crimes económicos em geral seriam muito mais robustos, não sobreviveriam os contos da carochinha, como o que o juiz Ivo Rosa contou no debate instrutório da Operação Marquês...Num país em que os Estado e os bancos penhoram cidadãos comuns por dá-cá-aquela-palha, nada disto é suportável...”


Ordem dos Engenheiros novamente na companhia da má fama

 

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/08/e-preciso-meter-as-ordens-na-ordem.html

Depois do episódio ocorrido no ano passado, post acima, o Bastonário da Ordem dos Engenheiros volta esta semana novamente a juntar-se aos Bastonários das Ordens dos Advogados e dos Médicos (duas Ordens que tem uma notória má fama aos olhos dos Portugueses) para num artigo publicado no caderno principal do Expresso, criticarem medidas do Governo, inscritas no Plano de Recuperação e Resiliência, relativas às Ordens Profissionais. 

A má fama das tais duas Ordens é tal que muitos Portugueses por certo pensarão que se elas se queixam então é porque os planos do Governo só podem ser positivos e atento o conhecido provérbio que reza "Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és" há um risco efectivo dos Portugueses também começarem a achar que a Ordem dos Engenheiros é afinal "farinha do mesmo saco" que a Ordem dos Médicos e a Ordem dos Advogados. 

PS - Sobre a Ordem dos Advogados convém recordar isto https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/e-urgente-uma-sindicancia-ordem-dos.html e principalmente a noticia asquerosa hoje no jornal Público que informa que a Ordem dos Advogados deixou prescrever um processo relativo a um advogado que abusou sexualmente de uma criança de 7 anos e que por isso continua alegremente a advogar, já sobre a Ordem dos Médicos é bom não esquecer os muitos médicos que impunemente mataram ou estropiaram doentes (como por exemplo aquele envolvido na morte de uma criança e que se recusou a cumprir até uma pena ridicula de 10 dias de suspensão) e que também continuam alegremente a exercer medicina ou as centenas de médicos apanhados com  boca na botija pela Policia Juciária https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/a-mafia-da-medicina.html e já agora também a preocupante frase dita há quase duas décadas atrás por um conhecido catedrático que deixa poucas dúvidas sobre o que realmente move a Ordem dos Médicos:
"Ainda está por fazer o julgamento político dos ministros da saúde e da educação que, juntamente com a Ordem dos Médicos, conspiraram para reduzir criminosamente o número de vagas em Medicina durante os anos 80 e primeira metade dos anos 90"

sábado, 29 de maio de 2021

A excelência Portuguesa (de nível quase Nobel) com métricas pouco excelentes

 

Sobre a excelente unidade de investigação da quase quase Nobel Elvira Fortunato, de nome Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação é muito estranho constatar que um pesquisa no recente ranking Shanghai por áreas mostra que relativamente à área "Nanoscience and Nanotechnology" Portugal só consegue colocar uma única universidade no Top 10 Ibérico e essa não é a Universidade da catedrática Elvira Fortunato mas a Universidade de Aveiro. 

1º - Universidade Autónoma de Barcelona
2º - Universidade Autónima de Madrid
3º - Universidade Politécnica da Catalunha
4º - Universidade do País Basco
5º - Universidade Jaime I
6º - Universidade de Barcelona
7º - Universidade de Valência
8º - Universidade de Aveiro 
9 - Universidade Complutense de Madrid
10- Universidade de Zaragoza

Como anteriormente se tinha recordado neste blog, a unidade de investigação da catedrática Fortunato, não conseguiu ir além do 4º lugar nacional, em termos de citações por investigador, num estudo bibliométrico que foi encomendado pela FCT à Elsevier https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/10/sera-que-um-financiamento-cientifico.html 

PS - Mesmo no que respeita à Ciência dos Materiais, a Universidade Nova de Lisboa não consegue melhor no recente ranking Shanghai por áreas do que o 4º lugar nacional e o 9º lugar no Top 10 Ibérico  o que muito dificilmente se pode considerar um resultado excelente. 


sexta-feira, 28 de maio de 2021

Três simples perguntas sobre a excelência científica de uma certa área

 

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/05/shanghai-ranking-por-areasso-6.html

Ainda na sequência do post acima sobre a área da engenharia civil que domina o Top 10 Ibérico incluindo o segundo e terceiro lugares, compare-se esse desempenho com o desempenho da área da Física, que na última avaliação de unidades de investigação, teve 87% classificadas com Excelente ou Muito Bom. 

Lista dos 10 cursos de Física do espaço Ibérico com melhor classificação no ranking Shanghai 2021 por áreas.

1º Universidade Autonoma de Madrid 
2º Universidade de Barcelona 
3º Universidade de Valência  
4º Universidade Autonoma de Barcelona 
5º Universidade Politécnica da Catalunha 
6º Universidade de Lisboa
7º Universidade de Granada 
8º Universidade de La Laguna 
9º Universidade de Oviedo 
10º Universidade de S.Tiago de Compostela

1 - Como é que com tantas unidades classificadas com Excelente e Muito Bom, a Física Portuguesa só tem direito a um lugar no Top 10 Ibérico enquanto que a área da engenharia civil ocupa nada menos do que seis lugares, incluindo o segundo e o terceiro lugar  ?

2 - Se houvesse um campeonato Ibérico de futebol poderia alguém achar um excelente resultado que a melhor equipa Portuguesa só conseguisse ficar em 6º lugar ?

3 - E se é assim relativamente à Espanha, que não é nenhuma potência científica mundial na área da Física,  que distância é que separará a excelência Portuguesa da área da Física da excelência das melhores universidades dos EUA nessa área ?

Tenha-se presente que a universidade Espanhola melhor classificada na área da engenharia civil está em 6º lugar mundial no ranking Shanghai 2021 por áreas enquanto que a melhor Universidade Espanhola na área da Física nem sequer aparece entre as 50 melhores a nível mundial

Tenha-se também presente que Portugal gastou até hoje muitissimo mais com a investigação da área da Física do que com a área da engenharia civil, o que se fica a dever ao facto da Física ser a área preferida do Ministro Mariano Gago, só para o CERN, de que o nosso país faz parte há 35 anos, Portugal paga todos os anos uma quota de uma dezena de milhões de euros. 

 

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Ranking Shanghai por áreas__Só seis instituições nacionais conseguem aparecer no Top 100



Acaba de ser divulgado o conhecido ranking Shanghai por áreas, que é baseado em publicações científicas, citações, colaborações internacionais e prémios

Abaixo lista de instituições ordenadas segundo o maior número de áreas no referido ranking.

1º - Univ. de Lisboa....................43 áreas no Top 500
2º - Univ. do Porto......................31
3º - Univ. de Coimbra.................24
4º - Univ Nova............................22
5º - Univ de Aveiro.....................20
6º - Univ. do Minho.....................17
7º - ISCTE...................................6
8º - UALG....................................6
9º - UTAD....................................3
10º - Univ. Católica......................3
11º - Pol Bragança.......................2
12º - Univ. dos Açores.................2
13º - UBI......................................2
14º - ISPA....................................1
15º - Esc Sup Enfer. Coimbra......1
16º - Univ. de Évora.....................1

Porém quando a análise incide sobre o Top 100, constata-se que somente a Universidade de Lisboa, a Universidade do Porto, a Universidade do Minho, a Universidade Nova, o ISCTE e o Politécnico de Bragança conseguem lá aparecer. 

Abaixo as 12 áreas mais competitivas de Portugal que conseguem integrar o Top 100
- Food Science and Technology
- Veterinary Sciences
- Marine and Ocean engineering
- Remote sensing
- Biomedical engineering
- Chemical Engineering
- Finance
- Tourism Management
- Geography
- Oceanography
- Agricultural Sciences

Engenharia Civil__ Universidade do Minho entra no pódio das melhores universidades da Península Ibérica


Foi divulgado esta semana o conhecido ranking Shanghai 2021, para 54 áreas científicas, vide link acima, cuja metodologia compreende 5 variáveis relacionadas com:

No que respeita à área da engenharia civil constata-se que relativamente à classificação de 2020  a Universidade do Minho saltou do 5º lugar em 2020 para o 3º lugar em 2021. A Universidade de Lisboa subiu uma posição, a Universidade de Coimbra piorou a sua classificação, baixando para o terceiro lugar nacional e as Universidades do Porto, Nova e Aveiro mantiveram a mesma posição de 2020. 

1 (1)......Universidade Politécnica de Madrid.
2 (3)......Universidade de Lisboa
3 (5)......Universidade do Minho
4 (2)......Universidade Politécnica da Catalunha
5 (4)......Universidade de Coimbra
6 (6)......Universidade Nova de Lisboa
7 (7)......Universidade do Porto
8 (8) .....Universidade Politécnica de Valência
9 (9) .....Universidade da Corunha 
10 (10)..Universidade de Aveiro

PS - Uma pesquisa sobre as 54 áreas abrangidas pelo ranking Shanghai mostra que a área da engenharia civil é a única área científica em Portugal que ocupa a maioria dos lugares do Top 10 Ibérico. 

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Catedrático jubilado da Universidade de Lisboa quer uma Lei do Pontapé agravada



O catedrático jubilado Jorge Miranda da Universidade de Lisboa, que alguns apelidam de pai da Constituição, acaba de publicar um livro sobre a necessidade de melhoria da mesma. Vide artigo no jornal Público no link acima. Entre as várias propostas que lá faz há uma particularmente interessante "Em matéria de incompatibilidades, é proposto que nenhum titular de cargo político “pode exercê-lo por mais de dez anos consecutivos" que é uma proposta ainda mais restritiva do que aquela que eu fiz em  Janeiro de 2019, que então designei como a Lei do Pontapé. Vide texto no final do post https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/a-sonsa-censora-que-anda-ha-mais-de-20.html


segunda-feira, 24 de maio de 2021

New study suggest that prestigious European grants might be biased



Please find the recent article on Nature by following the link above. The study, which examined a year's worth of ERC grants with 3,207 applicants, can be accessed through the link below: 
 
Nevertheless, biased assessments are not the sole issue associated with millionaire ERC grants. The paper titled "Talent vs Luck: the role of randomness in success and failure" presents insights that challenge the underlying rationale of ERC millionaire grants:
“if the goal is to reward the most talented persons (thus increasing their level of success), it is much more convenient to distribute periodically (even small) equal amounts of capital to all individuals rather than to give a greater capital only to a small percentage of them, selected through their level of success - already reached - at the moment of the distribution” https://arxiv.org/abs/1802.07068

domingo, 23 de maio de 2021

Ranking de investigadores Portugueses: Percentagem de publicações altamente citadas

 


Na sequência do post acima e da métrica mencionada no final do mesmo, que coloca o Técnico abaixo de várias instituições, Portuguesas, Gregas e até do Chipre, disponibiliza-se na tabela abaixo um ranking de dezenas de investigadores de várias áreas, elaborado a partir da referida métrica (percentagem de publicações com pelo menos 150 citações na base Scopus), onde se pode constatar que se é verdade que há três ilustres cientistas Portugueses (Reis e Sousa, Manuel Damásio e Bastos Araújo) com uma percentagem de publicações altamente citadas, superior inclusive à percentagem de alguns conhecidos vencedores do prémio Nobel, há porém e muito infelizmente também o oposto, isto é, muitos catedráticos com baixas percentagens e até algumas dezenas (30) mesmo com percentagens nulas, e se a análise tivesse abrangido toda Academia Portuguesa descobriria por certo não dezenas mas algumas centenas de catedráticos com percentagens nulas, que ajudam a perceber porque é que a ciência Portuguesa tem um impacto inferior ao da Grécia. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/carlos-fiolhaisa-fraca-qualidade-da.html

E será que faz algum sentido que o nosso país pague rigorosamente o mesmo, tanto a catedráticos altamente citados, como por exemplo o Miguel Seabra ou o Nuno Peres, como a um catedrático cuja obra científica se resume a publicações absolutamente irrelevantes (sem impacto digno desse nome), como sucede por exemplo com o famoso catedrático Braga de Macedo, que ocupa o último lugar da lista abaixo ?

E será que faz algum sentido que Portugal pague um vencimento de catedrático a quem só consegue produzir publicações irrelevantes ao mesmo tempo que paga zero, a jovens talentosos investigadores que são forçados a ir trabalhar para outro país?

PS - A esmagadora maioria dos investigadores da lista abaixo, mais de 95% são catedráticos, os raros que lá aparecem que o não são integram a lista de Scopus Highly Cited Scientist (Ranking Stanford). Existe apenas uma única excepção de alguém que não reune nenhuma dessas duas condições, Zita Martins, mas a quem um Presidente da República, Cavaco Silva, atribuiu uma precoce condecoração por elevado mérito científico! 



sábado, 22 de maio de 2021

A propaganda do Presidente do Técnico


Hoje num destacável do semanário Nascer do Sol, cuja capa e as primeiras páginas são preenchidas pela fotografia e por uma entrevista ao Presidente do Técnico, logo seguida de um texto com o nada modesto título de "A investigação do Técnico-Das mais competitivas do país" milhares de Portugueses puderam ler que "mais de 70% das publicações científicas do Técnico...são publicadas em revistas que estão entre as 10% de maior reputação a nível internacional"

Que pena é porém que ainda haja na Academia (e logo o Presidente de uma conhecida e reputada instituição) quem confunda o local de publicação com a qualidade e a inovação daquilo que lá é publicado, pelo que faz todo o sentido perguntar, que interessa a Portugal que o Técnico tenha publicações nas revistas alegadamente de "maior reputação" se afinal muitas dessas publicações receberam muito poucas citações ? Afinal o que vale mais ? Um artigo que foi publicado nas revistas de "maior reputação" que recebeu 50 citações ou um artigo que não foi publicado nas tais revistas de "maior reputação" mas que recebeu 1000 citações ? 

Ou talvez o Presidente do Técnico não saiba (!), que como mostrou em 2019 um investigador Dinamarquês, os artigos mais importantes na área da Física foram publicados em maior número, não nas revistas com maior Impact Factor, como a Nature ou a Science mas em revistas com um Impact Factor muito inferior ao daquelas  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/the-journal-that-has-low-impact-factor.html

A este respeito note-se que uma pesquisa da base Scopus mostra que os investigadores do Técnico publicaram 54 artigos em revistas da Nature (Nature, Nature Phsycs, Nature Materials, Nature Microbiology, Nature Astronomy, Nature Biomedical Engineering, Nature Communications) porém a maioria desses artigos (60%) nem sequer receberam 50 citações e até há vários desses artigos que não receberam sequer a desgraçada miséria de 10 citações. Já sobre os artigos do Técnico publicados na conhecida revista Science, 50% desses não receberam sequer 50 citações. E note-se que nos valores acima não foi sequer descontada a inflação por conta de auto-citações (rubrica onde o Técnico tem um desempenho recorde) pelo que o panorama real após esse desconto será ainda mais desolador. 

Uma forma interessante de aferir o impacto das publicações do Técnico, face a outras instituições é avaliar a percentagem de publicações com um número substancial de citações. Uma pesquisa na Scopus revela que apenas 1.2% das publicações do Técnico receberam pelo menos 150 citações, percentagem essa que é ligeiramente superior à da UALG (1.1%) mas que é inferior à percentagem das Universidades do Porto, de Aveiro, da UNova e até da Universidade do Minho. E se a comparação for feita a nível internacional, relativamente a universidades de países tão pobres como nós a coisa não melhora, pois uma comparacão com universidades da Grécia, mostra que a Universidade Técnica de Atenas e a Universidade de Tessalónica apresentam ambas uma percentagem superior à do Técnico. E até mesmo a Universidade do Chipre tem maior percentagem do que o Técnico.