Na tal famosa entrevista feita por um jornalista do Expresso à Catedrática Elvira Fortunato (post acima) há uma frase muito estranha:
"recebemos muito pouco do Orçamento de Estado, que paga o meu ordenado, a electricidade e mais nada» na justa medida em que sendo a unidade que dirige um Laboratório Associado, que como os outros Laboratórios Associados, recebe da Fundação para a Ciência e Tecnologia - FCT muitíssimo mais do que recebem as unidades que não têm esse estatuto (os plebeus da ciência), é muito estranho que ela se tenha esquecido dessa componente do financiamento, principalmente porque uma rápida pesquisa revela que que a sua unidade recebeu da FCT entre 2013 e 2017, oito milhões de euros, mais de um milhão e meio de euros/ano. um valor nada módico que deveria merecer muito mais respeito por parte da responsavél da unidade em causa.
Seria aliás muito interessante poder conhecer a eficiência da unidade da catedrática Elvira Fortunato, isto é, comparar quantas centenas de milhares de euros é que lá se gastam para se obter um total de 1000 citações com aquilo que gastam noutras unidades de investigação para obter as mesmas 1000 citações. Tenha-se presente a este respeito que a primeira e única vez que de forma muito corajosa a FCT encomendou um estudo bibliométrico para avaliar conjuntamente todas as unidades de investigação, Laboratórios Associados e outras (leia-se aristocratas e plebeus) e se pudesse saber com rigor quem produzia o quê e quem é que realmente produzia outputs com impacto cientifico, no sistema científico nacional ficou-se então a saber que a unidade supracitada, o Institute of Nanostructures, Nanomodelling and Nanofabrication-I3N, quando comparado com outras 8 unidades de investigação nacionais não conseguiu ir além do 4º lugar em termos de citações por investigador ETI (113 citações por investigador ETI ao longo de um quinquénio ou 23 citações por investigador ETI/ano), o que convenhamos é muito pouco excelente. Vide imagem abaixo.