A matéria choque da revista Sábado de hoje (onde até há professores a falarem sob anonimato) são os concursos na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa- FDUL, a mesma Faculdade cujo Conselho Cientifico mandou dizer que nada tem a dizer sobre a "liberdade cientifica" do Professor Doutor Aguilar poder ensinar coisas muito pouco científicas.
Fica-se desde logo a saber que naquela Faculdade e em pleno século 21, pediram 9945 euros a um candidato para poder ter acesso à informação de um concurso para ele poder ir a tribunal contestar o resultado desse concurso, para uma vaga de professor Associado. O mais estranho é que primeiro a FDUL recusou dar essa informação e o candidato não teve outra solução senão ir a tribunal exigir que a mesma lhe fosse facultada. A referida Faculdade alegou em sua defesa, que o candidato não podia ter acesso à informação do concurso porque isso violaria a "protecção de dados dos outros candidatos". O tribunal de 1ª instância decidiu que essa informação teria mesmo que ser entregue ao candidato mas a FDUL não gostou da decisão do juiz e recorreu mas felizmente perdeu o recurso.
Quem nada diz é o Ministro Heitor, que deve achar que haver quem diga publicamente, que na FDUL os cargos docentes são tratados como mercadoria, é coisa absolutamente normal, como também deve achar absolutamente normal que haja quem na FDUL ensine que o feminismo é pior que o nazismo. Já só falta mesmo, para compor o ramalhete, que apareça na FDUL alguém a ensinar que foi muito positiva aquela experiência Alemã que passava pela entrega de crianças a pedófilos e que o Ministro também nada diga.
PS - No mês passado defendi um corte de 400-500 vagas nos cursos de Direito, hoje porém defendo que esse corte devia passar pelo fecho da FDUL. Essa seria sem dúvida uma das melhores e mais importantes decisões tomadas em Portugal desde Abril de 1974.