O autódromo do Algarve é aquela coisa onde foram gastos mais de 100 milhões de euros, que até o próprio Armando Vara foi apanhado numa escuta a dizer que era um projecto economicamente irracional, na altura chamou-lhe um sorvedouro de dinheiro. E já se sabe quem é que neste país paga esses sorvedouros. Pode não haver dinheiro para aumentar pensões mínimas de 275 euros ou para aumentar os enfermeiros que recebem 6 euros/hora ou para baixar os custos das portagens....etc etc etc mas para os sorvedouros dos amigos dos políticos nunca faltaram milhões, nem que seja para espectáculos ambientalmente criminosos como o espectáculo da Fórmula 1 que a cada ano emite 256.551 toneladas de dióxido de carbono. (vide imagem abaixo).
Peter Singer, Professor Catedrático de Bioética na Universidade de Princeton, escreveu que um condutor de um
jipe num país ocidental pode ser indirectamente responsável pela
morte de camponeses no Bangladesh, ao contribuir com um elevado nível de
emissões de CO2 para as alterações climáticas, que provocam a seca e também o aumento
do nível das águas naquele país causando a ruína das suas colheitas e a
disseminação de doenças tropicais. E se assim é para um veículo todo o terreno, muito mais o é para os veículos desportivos da Fórmula 1, cuja pegada carbónica total é de 2.5 milhões de toneladas de carbono a cada dez anos. E o mesmo vale obviamente para outros veículos como por exemplo os da marca Bugatti que emitem meia tonelada de carbono por cada 1000 kms percorridos.