segunda-feira, 26 de outubro de 2020

O juíz amigo de Sócrates que não gosta mesmo nada do Ministério Público


O tal juiz comentado no post acima voltou a submergir das profundezas para dizer meia dúzia de asneiradas, onde se inclui tentar (mais uma vez) justificar porque mandou destruir as escutas sobre Sócrates, o que mostra que aquilo deve-lhe pesar bastante na consciência
 https://www.publico.pt/2020/10/22/sociedade/noticia/antigo-presidente-supremo-teme-manipulacao-interferencia-politica-investigacao-criminal-1936052
 
Sobre este antigo juiz a única coisa que se me oferece dizer é reproduzir o que escreveu sobre ele um corajoso jornalista:
"Noronha de Nascimento, o homem que vai presidir ao Supremo, representa a face sombria da nossa justiça. Querem um símbolo, um expoente, um sinónimo, dos males da justiça portuguesa? É fácil: basta citar o nome da Noronha de Nascimento e tudo o que de mal se pensa sobre corporativismo, conservadorismo, atavismo, manipulação, jogos de sombras e de influências, vem-nos imediatamente à cabeça...é um homem tão inteligente como maquiavélico. Anos a fio, primeiro na Associação Sindical dos Juízes, depois no Conselho Superior da Magistratura, por fim no Supremo Tribunal de Justiça, esta figura de que a maioria dos portugueses nunca ouviu falar foi tecendo uma teia de ligações, de promiscuidades, de favores e de empenhos (há um nome mais feio, mas evito-o) que lhe assegurou que ontem conseguisse espetar na sua melena algo desgrenhada a pena de pavão que lhe faltava: ser presidente do Supremo Tribunal de Justiça...O presidente daquele agigantado colégio de reverendíssimos juízes pouco poder tem tido, só que Noronha de Nascimento apresentou-se aos eleitores - ou seja, aos seus pares, aos que ajudou a subir até ao lugar onde um dia o elegeriam - com uma espécie de programa que arrepia os cabelos do mais pacato cidadão. O homem não fez a coisa por pouco: ao mesmo tempo que vestiu a pele do sindicalista (pediu que lhe aumentassem o salário e que dessem menos trabalhos aos juízes...), pôs a sobrecasaca de subversor do regime (ao querer sentar-se no Conselho de Estado) e acrescentou o lustroso (pela quantidade de sebo acumulado) chapéu do "resistente" às reformas no sector da justiça. Se era aconselhável que um presidente do Supremo Tribunal desse mais atenção a Montesquieu e ao princípio da separação de poderes do que à cartilha da CGTP, Noronha de Nascimento fez exactamente o contrário. Reivindicou como um metalúrgico capaz de ser fixado para a posteridade numa pintura do "realismo socialista" e, esquecendo-se de que é juiz e representante máximo do "terceiro poder", o judicial, pediu assento à mesa do "primeiro poder", o executivo...O homem, creio sem receio de me enganar, é tão inteligente e habilidoso como é perigoso..."
 
PS - Entretanto alguém deu-se ao trabalho de ir escalpelizar as infâmias do juiz Noronha para que a história possa contar uma narrativa bastante diferente da dele e que a mim me merece mais credibilidade