quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa "ensina" que mulheres são desonestas e canalhas


 https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/05/professor-de-direito-penal-deseja-morte.html

O Público traz hoje noticias sobre um Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa-FDUL, Francisco Aguilar de seu nome, já comentado no post acima, o qual parece ter uma relação muito "complicada" com o género feminino, ou talvez sofra do complexo de Perseu e viva obcecado com medusas, pelo que nessa hipótese resta esperar que ele não corte nenhuma cabeça.  https://www.publico.pt/2020/09/24/sociedade/noticia/professor-direito-compara-feminismo-nazismo-julgado-violencia-domestica-1932607

Chamado a pronunciar-se, o Conselho Científico mandou dizer que não é o orgão adequado para apreciar aquilo que o referido professor anda a "ensinar". Trata-se do mesmo Conselho Cientifico que aprovou por unanimidade a nomeação definitiva do Professor Domingos Farinho, o mesmo Domingos Farinho que está acusado pelo Ministério Público de ter recebido dezenas de milhares de euros, quando estava em regime de exclusividade e não poderia receber o que quer que fosse, para  prestar colaboração na redacção, sistematização e revisão da tese de mestrado que Sócrates apresentou no Institut d’Études Politiques de Paris. O mesmo Domingos Farinho que mais recentemente e perante um juiz admitiu que,  o contrato de serviços jurídicos que lhe permitiu receber 93 mil euros foi forjado para não pôr em causa a exclusividade

Porém a meu ver, grave mesmo não é haver um professor de Direito na pública universidade de Lisboa, pago com o dinheiro dos contribuintes, que "ensina" aos seus alunos que as mulheres são desonestas, espertas e canalhas (que é uma estranha forma de prossecução do interesse público embora o referido Professor lhe chame liberdade científica) ou haver um outro professor de Direito na mesma pública Universidade, que admite ter forjado um contrato (facto que também é uma estranha forma de prossecução do interesse público, mas que sem dúvida deve servir de inspiração aos seus alunos, da mesma forma como inspirador será para alunos de um curso de engenharia civil terem um professor que tivesse projectado uma ponte que caiu) o que é realmente grave é haver um Conselho Científico que se limita a assistir, como se tudo fosse perfeitamente normal e aceitável. 

Ou quem sabe talvez a explicação para a estranha prossecução do interesse público veiculada nos comportamentos acima referidos, possa ser encontrada na ainda mais estranha forma como são contratados os professores da FDUL, tomando como boa a opinião do escritor João Pedro George, que na revista Sábado escreveu que  “a FDUL é uma espécie de grande família...composta de várias pequenas famílias (ou grupos tribais) onde os cargos docentes são tratados como mercadorias..." E quando uma Faculdade contrata professores universitários como se estivesse a comprar mercadorias estranho seria que eles depois se revelassem pilares da ética ao invés, de como é notoriamente o caso, revelarem comportamentos muito pouco edificantes, descriminatórios e até mesmo ilegais. 

Aditamento em 25 de Setembro - https://expresso.pt/opiniao/2020-09-25-No-pais-das-putas-e-dos-senhores-professores-doutores