É deprimente ler num artigo, acima, do jornal Público de hoje, uma entrevista a três alunos que "acabaram o ensino secundário com uma média perfeita: 20 valores a tudo" onde há um deles que lamenta que este ano não haja praxe, actividade que classifica como uma experiência bastante cativante. É ainda assim um lamento diferente daquele que foi imaginado pelo Pacheco Pereira no mesmo jornal Público no passado Sábado: “Olha que pena, logo este ano em que eu entrei para a faculdade não vou poder ser seviciado(a), para depois daqui a um ano poder andar a apascentar pelas ruas da cidade uns “caloiros” a fazer imbecilidades em público”. https://www.publico.pt/2020/09/26/opiniao/opiniao/oa-meninoa-ai-gosto-seviciado-1932910
As referidas declarações do inteligente aluno, que agora vai cursar engenharia na Universidade de Lisboa, fazem boa prova que há qualquer coisa de muito errado com o ensino secundário, onde alguém que teve a classificação máxima ainda assim não evidencia como era suposto, um elevado sentido critico, mas antes uma personalidade invulgarmente conformista que até acha que fazer parte da carneirada é uma experiência cativante.
É garantido que se a jovem Thunberg fosse avaliada pelos padrões do ensino secundário Português jamais teria um vinte e muito menos vários vintes, como obteve o inteligente aluno acima citado, porém este país, este Planeta e até mesmo a Ciência precisam muito mais de jovens como a Thunberg e muitíssimo menos de "génios" secundários que entendem o comportamento acéfalo, a humilhação e o sadismo das praxes como coisas cativantes.