sábado, 16 de outubro de 2021

Qual é pior para a imagem da justiça, o juiz negacionista ou o juiz Ivo Rosa ?


Sobre o juiz Ivo Rosa, relativamente ao qual no post acima se perguntou porque é que ainda não foi obrigado a voltar aos bancos da Faculdade de Direito, e que há alguns meses atrás foi objecto de uma petição subscrita por quase 200.000 Portugueses que tarda em ter consequências, acho importante divulgar que um magistrado aposentado fez ontem, no post abaixo, a pergunta que importa fazer, qual é pior para a imagem da justiça, o juiz negacionista Rui Fonseca e Castro que acaba de ser expulso pelo Conselho Superior da Magistratura ou o juiz Ivo Rosa que acumula dezenas de desautorizações em decisões de Tribunais Superiores ? https://portadaloja.blogspot.com/2021/10/ivo-rosa-nulidade-da-inexistencia.html

E será que alguém aceitaria ser tratado por um médico, cujo trabalho tivesse sido repetidamente avaliado por outros médicos como sendo incompetente ? E será que alguém aceitaria, que um engenheiro civil, cujo trabalho os seus colegas engenheiros civis avaliavam de forma rotineira como incompetente, fosse contratado pelo Estado Português para fazer o projecto de uma grande ponte? Ou será que o combate à corrupção, que empobrece este país em milhares de milhões de euros, é menos importante do que a construção de uma ponte ?

No contexto supra entendo pertinente recordar uma afirmação anterior, de 29 de Setembro, quando escrevi que se o juiz negacionista foi expulso então o juiz que deixou fugir o Rendeiro o deveria também já ter sido https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/09/qual-e-o-nome-do-juiz-que-deixou-fugir.html

PS - Quem também hoje descreve de forma implacável o juiz Ivo Rosa é o Director da revista Sábado que afirma que ele não é bem um juiz mas apenas "alguém capturado pelo seu próprio ego". 

Aditamento em 20 de Outubro - Atento o que acima escrevi a mim não me causa qualquer supresa o artigo onde hoje se diz que o juiz Ivo Rosa provocou uma queda abrupta na confiança nos tribunais https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/ivo-rosa-provocou-uma-queda-abrupta-na-confianca-nos-tribunais

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Uma já saiu do armário agora só faltam as mais conhecidas

 


Na sequência do post acima, onde logo a abrir se menciona o nome de alguns traficantes milionários, li com bastante satisfação o artigo recentemente publicado no Diário de Noticias, onde uma Portuguesa reconhece de forma corajosa os privilégios de ter sido descendente de um traficante de escravos.  https://www.dn.pt/sociedade/portuguesa-conta-sem-rodeios-a-historia-da-familia-que-traficou-escravos-em-angola--14202314.html 

Resta agora que os descendentes daqueles traficantes mais bem sucedidos e que mais facturaram nesse tráfico, também tenham a humildade de vir a terreiro admitir que a fortuna da família foi construída com muito sangue de escravos, já que muito estranhamente (e também muito cómodamente) os historiadores deste país evitaram, durante muito tempo, incomodar as referidas famílias com estudos exaustivos sobre essa matéria. 

Um livro sobre uma área emergente na Eng. Civil em Portugal e os grupos de investigadores que se desprezam entre si


https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/07/departamentos-de-engenharia-civil-das.html

Sobre  a tal área de investigação, iniciada no departamento de engenharia civil da Universidade do Minho e que depois se estendeu a outras universidades, sendo que as universidades de Lisboa e de Coimbra foram as últimas a "apanhar o comboio",  conforme foi demonstrado no post acima, através da análise da produção científica de vários departamentos em 7 universidades, é pertinente divulgar que está para breve a publicação de livro sobre a mesma pela conhecida Editora Elsevier, pois a data que aparece no site está errada https://www.elsevier.com/books/advances-on-alkali-activated-concrete/pacheco-torgal/978-0-323-85469-6  

Seja como for a edição anterior, publicada em 2015, ainda continua em fase crescente de citações, pois em 2020 recebeu 60 citações e em 2021 recebeu quase 60 nos primeiros 9 meses 

Sobre esta área é importante ter presente o conteúdo de um muito importante e muito recente artigo, de título "Portland Versus Alkaline Cement: Continuity or Clean Break: “A Key Decision for Global Sustainability”, publicado há apenas poucos dias, cujo primeiro autor é o conhecido investigador Angel Palomo (que não por acaso participou na supracitada edição de 2014) e onde se podem ler curiosas frases, pouco usuais em artigos científicos, como quando se refere ao mau ambiente que se vive entre dois grupos de investigadores, o grupo daqueles investigadores que representam o passado (ligado ao cimento Porland) e o grupo daqueles que querem uma ruptura com esse passado:
"a mutual disdain (each group shamelessly dispenses with the teachings that the other group might contribute)" https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fchem.2021.705475/full

É claro que há algumas coisas no referido artigo com as quais estou em desacordo, como por exemplo quando é dito que o conhecido e muito citado estudo dos investigadores Australianos Turner & Collins faz prova da sustentabilidade destes materiais. Não não faz, de todo. Na verdade, faz precisamente o contrário. Teria sido por isso muito mais rigoroso, citar antes o estudo dos investigadores Ouellet-Plamondon & Habert. Note-se aliás que o referido estudo do Turner & Collins até já tinha motivado um "artigo" furioso (mas pouco rigoroso) do Joseph Davidovits http://www.geopolymer.org/wp-content/uploads/False-CO2-values.pdf

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Os esquecimentos do catedrático Fiolhais


O catedrático Carlos Fiolhais comenta hoje no Público o lamentável orçamento que o Governo vai destinar à ciência, tecnologia e ensino superior. Porém a forma como o faz corre o risco de deixar criar nos leitores do Público a sensação de que afinal o ensino superior e a ciência não tem razão de queixa porque há um aumento do orçamento e o valor total é superior a 3000 milhões de euros. 

Teria por isso sido crucial que o Carlos Fiolhais tivesse referido por exemplo que em 2020 o Governo Português foi um dos que menos gastou em investigação, metade do que gastou a Estónia https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/09/governo-da-estonia-envergonha-governo_26.html

Podia também ter referido que mais valia gastar no ensino superior e na ciência os créditos fiscais (leia-se subsídios) de centenas de milhões de euros que foram gastos em actividades de suposta investigação empresarial https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/08/expresso-o-nada-surpreendente-recorde.html 

É ainda possível aumentar o orçamento da ciência e do ensino superior, cortando por exemplo nas indecentes subvenções vitalícias ou no elevado valor das milhares de viaturas adquiridas pelas autarquias e pelas empresas e institutos públicos como escrevi aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/03/primeiro-ministro-defende-reducao-de.html

Mas mais importante deveria também ter referido que é falsa a narrativa Governamental de que o dinheiro não chega para tudo. Tendo em conta que Portugal perde por conta da corrupção valores astronómicos é evidente que as disponibilidades orçamentais seriam maiores se o Governo estivesse minimamente interessado em pelo menos reduzir o valor daquilo que a corrupção custa a este país. No que respeita à corrupção, as coisas são bastante simples, há os Governos que combatem a corrupção e há aqueles que não a combatem e logo são Governos amigos da corrupção e como este Governo não combateu a corrupção mais não resta do que concluir que foi um Governo amigo da corrupção. 

Aditamento - Finalmente conseguiu-se saber (pois as más noticias convém que fiquem escondidas) que em 2022 a FCT terá direito a menos 41 milhões de euros do que em 2021. E isto num Governo que adora a ciência, só se for ciência baratucha, ou pelo menos muitíssimo mais baratucha do que a ciência da Estónia 


Engenharia Civil - Universidade de Coimbra volta a perder nas colocações da 2ª fase de acesso ao ensino superior



Sem qualquer surpresa as 40 vagas da FEUP foram todas preenchidas e também como já se tinha previsto no post acima de 26 de Setembro, o curso de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra, com apenas 9 colocados na segunda fase de acesso, voltou a ter um resultado muitíssimo abaixo daquilo que é o seu potencial científico, já que é o terceiro curso melhor classificado a nível nacional e o quarto melhor classificado a nível Ibérico https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/05/engenharia-civil-universidade-do-minho.html 

Nesta segunda fase mostraram maior poder de atracção o curso da Universidade do Minho (11 colocados) e principalmente os cursos de engenharia civil dos Politécnicos de Lisboa e do Porto respectivamente com 39 e 27 colocados. Com um total de 123 alunos nas duas fases os cursos dos Politécnicos de Lisboa e do Porto superam assim o número total de alunos colocados nas universidades do Minho, Coimbra, Aveiro, UBI e UTAD, o que de certa forma não é muito racional. 

Recordo que no ano passado sugeri que a atribuição do grau de Mestre fosse restringida aos cursos onde haja uma maioria de docentes que sejam membros de unidades de investigação que tenham sido avaliadas pelo menos com Bom. Condição essa que porém tenho dúvidas que pudesse ser cumprida pelos cursos de engenharia civil dos Politécnicos de Lisboa e do Porto https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/10/engenharia-civil-condicionar-atribuicao.html

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

The deluge of scientific papers is obstructing the rise of new ideas

 

Further elaborating on the topic of the paper deluge referenced earlier, link above, it is worth exploring a recent publication in the Proceedings of the National Academy of Sciences of the USA. In this study, researchers examined a staggering 1.8 billion citations across 90 million papers spanning 241 subjects. Contrary to expectations, the sheer volume of papers does not foster the evolution of central ideas within a field. Instead, it leads to the entrenchment of established concepts, resulting in a form of intellectual stagnation:  "Examining 1.8 billion citations among 90 million papers across 241 subjects, we find a deluge of papers does not lead to turnover of central ideas in a field, but rather to ossification of canon..." https://www.pnas.org/content/118/41/e2021636118

The findings shed light on the pressing issue of the proliferation of academic publications, emphasizing the need for innovative solutions. Perhaps now, the radical proposal put forth by a Professor at University College to address the publication deluge, including concerns regarding the proliferation of paper mills and the emergence of consortia's influence, holds greater significance https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/university-college-londona-radical.html


terça-feira, 12 de outubro de 2021

A ferramenta instantânea para referências científicas e da história da ciência


O artigo está acessível no link acima e na imagem abaixo mostra-se o resultado de uma busca no Google Books Ngram Viewer pelos nomes Pacheco-Torgal e Fiolhais. Igualmente interessante é pesquisar os nomes Damásio e Fiolhais. Ainda mais interessante porém é comparar os valores que se obtém para a pesquisa dos nomes Luís de Camões e Almeida Garrett, que estão no Panteão Nacional, com o nome Fernando Pessoa, que estranhamente lá não está, e isto muito embora lá esteja um maçom, sem mérito suficiente, de nome Óscar Carmona, que há muito deveria ter sido substituido por qualquer um dos extraordinários Portugueses e Portuguesas que fizeram muito mais para merecerem a presença nesse lugarcomo a Florbela Espanca, a Maria de Lurdes Pintasilgo, o Saramago ou algum representante da ciência, que estranhamente (ou talvez não atento o reduzido valor que neste país de dá à ciência) ainda lá não consta, como o Pedro Nunes ou o Damião de Góis. 

Os dois prémios Nobel cuja vitória já tinha sido prevista e a desgraçada irrelevância Portuguesa

 


Depois de na semana passada a metodologia da Clarivate Analytics ter acertado no nome de três vencedres de prémios Nobel, vide post no link acima, a mesma metodologia voltou ontem a acertar no nome de dois dos três investigadores que ganharam o Nobel da Economia, o David Card da Universidade da California e o Joshua Angrist do MIT https://www.publico.pt/2021/10/11/economia/noticia/nobel-economia-premeia-uso-experiencias-naturais-estudar-realidade-1980590  o que significa que em 2021 a referida metedologia acertou em 5 (cinco) nomes, exactamente como já tinha sucedido com os vencedores dos prémios Nobel de 2020. E conseguir acertar em 10 nomes em apenas dois anos é coisa digna de admiração e que prova de forma inequivoca a importância das citações para alcançar o prémio que os Alemães designam como a maior honra que um cientista pode receber https://www.research-in-germany.org/en/research-landscape/nobel-laureates.html 

PS - É absolutamente lamentável que Portugal não consiga ter um único cientista no tal grupo de centenas com elevado potencial para ganhar um Nobel 

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

O caso Rendeiro e as culpas de Marcelo Rebelo de Sousa

É sabido que se não houvesse Tribunal Constitucional há muito que podiam ter prendido o Rendeiro e o mesmo vale para aqueles muitos vigaristas e corruptos que abusam dos recursos para aquele tribunal para assim impedirem que as decisões do Supremo Tribunal de Justiça, já transitadas em julgado, possam ser imediatamente executadas. Contudo importa ter presente que antes de 1982 não era assim. 

Resta por isso saber porque é que Portugal conseguiu viver mais de 70 anos desde a implantação da República em 1910 até que em 1982, quando era Primeiro-Ministro Pinto Balsemão, de repente os Portugueses passaram a ter que suportar um tribunal que não só já custou aos contribuintes centenas de milhões de euros, como ainda faz a felicidade dos vigaristas deste país, como o famoso Rendeiro. Ou seja a partir do fatídico ano de 1982 os Portugueses passaram a ter uma monstruosa despesa adicional para ficarem com uma justiça muito pior. 

Neste contexto, é importante recordar que em 1982, Marcelo Rebelo de Sousa, que andava a ultimar a sua tese de Doutoramento, já era Secretário de Estado e chegou a Ministro nesse ano, sendo não só um dos mais interessados na criação do referido tribunal (não sendo de excluir na altura que ambicionasse chegar a Presidente do mesmo) mas provavelmente o Constitucionalista, com mais poder no Parlamento de então, já que os outros dois conhecidos Constitucionalistas Jorge Miranda e Vital Moreira, eram à data meros deputados, pelo que se houve alguém com elevadas responsabilidade e elevadas culpas pela criação do Tribunal Constitucional esse alguém é Marcelo Rebelo de Sousa.    

É por isso absolutamente necessário que se reponha a situação existente até 1982 e o mais cedo possível se faça desaparecer o Tribunal Constitucional, (que um magistrado aposentado afirmou não cumprir "os mínimos exigíveis para a dignidade de um tribunal"). Essa extinção, irá permitir não só poupar centenas de milhões de euros aos contribuintes deste país, mas também ao mesmo tempo dificultar a vida a todos os que vivem da corrupção, da vigarice e da fraude. 

P.S - O Tribunal Constitucional é, convém não esquecer aquele tribunal (em que 76% dos seus juízes são escolhidos pelos partidos, leia-se pelos interesses dos partidos) passa a vida a chumbar as propostas sobre a criminalização do enriquecimento ilícito, porque alegam os juízes que elas não são Constitucionais ! Ironicamente porém a corrupção galopante e o empobrecimento acelerado dos Portugueses esses são paradoxalmente bastante Constitucionais !

Aditamento em 20 de Outubro - Hoje na página 8 do jonal Público, o Presidente do Sindicato dos juízes, confirma muito daquilo que escrevi no post acima, escrevendo que o Tribunal Constitucional, impede a execução das sentenças do Supremo Tribunal de Justiça, já transitadas em julgado, o que se constitui como uma garantia imoral da impunidade

Será que a Universidade do Porto é um viveiro de catedráticos negacionistas ?



Depois da polémica conferência negacionista que teve lugar na universidade do Porto (Vide post no link acima) que contou com a ajuda de uma catedrática da Faculdade de Letras da mesma universidade de nome Maria Assunção Araújo (h-index platina=0.007), que afirma que as alterações climáticas não são provocadas pelo dióxido de carbono, eis que o país fica a conhecer uma nova catedrática da mesma Faculdade de Letras da universidade do Porto, Ana Monteiro (h-index platina=9) que diz coisas igualmente bizarras,  como a de não ser possível combater as alterações climáticas (dessa forma passando um atestado de estupidez às centenas de cientistas do IPCC) e ainda o facto de dizer aos seus alunos que não devem ficar preocupados com uma subida de 1-2 graus celsius porque no inicio da revolução agrícola a temperatura era 5 graus celsius superior à actual, alegação essa que é porém contraditada por um artigo publicado na conhecida revista Nature  https://www.nature.com/articles/s41586-020-03155-x

PS - Ainda sobre as bizarras ideias da catedrática Maria Assunção Araújo vale a pena recordar o comentário do investigador Pedro Matos Soares da Universidade de Lisboa (h-index platina=31), que é especialmente assassino na parte final quando fala da nula relevância científica dos trabalhos da referida Catedrática https://expresso.pt/opiniao/2018-09-21-Negacionismo-climatico-a-Portuguesa