Como é que um país onde tantos fizeram fortuna no tráfico de escravos (vide email no final deste post) conhece tão pouco sobre a vida de centenas de "insignes" famílias que conseguiram alcançar o estatuto de "elite" da sociedade Portuguesa (muitos deles nomeados barões e viscondes, como o 1.º Barão de Ferreira, 1.º Visconde de Ferreira e 1.º Conde de Ferreira ou os irmãos Pinto da Fonseca que fundaram a casa bancária Fonsecas, Santos &Viana, file:///C:/Users/Admin/Downloads/mhnadministrator-portugueses-no-trfico-ilegal-de-escravizados-para-o-brasil-os-casos-de-manoel-pinto-da-fonseca-e-jos-bernardino-de-s.pdf que veio a ser precursora do Banco Fonsecas e Burnay) por conta da exploração do sangue de escravos.
E porque é que os
alunos no ensino secundário foram e continuam a ser "poupados" a
detalhes escabrosos de um período fundamental da nossa história e
porque é que a academia se preocupou tanto em "fugir" ao tema e é
necessário vir um professor do ensino secundário fazer trabalho nessa área que
supostamente já deveria ter sido feito pelos muitos doutorandos e doutorados da
área da história durante o século passado? https://www.wook.pt/livro/escravos-e-traficantes-no-imperio-portugues-arlindo-m-caldeira/15007236
Curiosamente são os brasileiros e não os Portugueses que mostram inusitado
interesse pelo tema. Abaixo um link para uma mais ou menos recente
publicação com um título nada modesto:
"Domingos Dias da
Silva, the last contractor of Angola: The trajectory of a great slave
trader of Lisbon"
Abaixo links para publicações sobre outros insignes Portugueses que enricaram no business do "slave trade":
Jose Gonçalves da Silva - https://www.redalyc.org/pdf/1670/167020951012.pdf
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De: F. Pacheco Torgal
Enviado: 18 de agosto de 2019 05:39
Assunto: Famílias Portuguesas de vergonhoso passado
“Seria do maior interesse e proveito estudar o que foi o impacto na sociedade portuguesa dos...novos ricos, com fortunas fora do comum... calculou de 300 a 400 o número de portugueses envolvidos no tráfico de escravos, no Brasil, que regressaram voluntariamente a Portugal entre Março de 1850 e Março de 1851, entrando com uma importância que estimava atingir as £400 000”
As tais 400.000 libras mencionadas acima valeriam hoje vários milhares de milhões de euros ! Eu até percebo que antes do 25 de
Abril os historiadores não se sentissem nada à vontade para estudar o fenómeno
e bem assim a identidade das famílias que fizeram fortuna na nobre arte da
escravatura, pois tal investigação poderia certamente ser vista como um crime contra a nação, porém passado que está meio século sobre essa data já vai sendo tempo dos Portugueses
saberem quem foram os tais "300 a 400" Portugueses regressados do
Brasil no final do séc 19, para que as famílias dos mesmos (cujo cujo bem estar
e mordomias foi financiado com o sangue de escravos) não sejam confundidas com
famílias decentes, principalmente com aquelas familias cujos antepassados também andaram
pelo Brasil, mas que não enriqueceram à conta da escravatura.