terça-feira, 2 de março de 2021

Inquérito Universitário - Qual a causa que mais ajuda a subir na carreira académica ?

 

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/02/catedratico-de-coimbra-queixa-se-que.html

Sobre o post acima um Colega enviou-me um link para um interessante artigo com resultados de um inquérito, realizado na universidade do Minho, onde se pode ler que se a actividade de investigação é a principal razão para subir na carreira académica,  já a pertença a grupos de influência aparece em segundo lugar (Tabela 2) https://redie.uabc.mx/redie/article/view/379/939 

Seria por isso muito interessante saber que resultados se obteriam se este inquérito fosse efectuado em todas as universidades públicas (não se percebe porque ainda o não foi), para se saber em quais delas é que a subida na carreira se fica a dever em primeiro lugar, à pertença aos tais grupos de influência (familiares, politicos ou maçónicos). 

É certo e seguro que isso deverá ocorrer se não em muitas universidades pelo menos nalgumas delas como parecem indicar os inúmeros testemunhos nesse sentido, inclusive por catedráticos que sabem melhor do que ninguém "o que a casa gasta" e até por um conhecido ex-Reitor de uma universidade pública, que agora até ocupa importantes funções https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/06/endogamia-academica-e-viciacao-concursal.html já para nem falar daquelas universidades onde existe uma invulgarmente elevada coincidência de apelidos entre catedráticos e jovens professores. 

E depois de se ter apurado quais as universidades públicas que mais privilegiam a pertença aos tais grupos de influência como factor de subida na carreira académica, importa desagregar os resultados por unidades orgânicas, porque se como mostrou o tal estudo da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência-DGEEC sobre a endogamia académica, há unidades orgânicas (UOs) onde ela é muito forte (a área do Direito possui um nível de endogamia de 100% na Universidade de Coimbra e 99% na Universidade de Lisboa) há outras UOs onde não o é tanto e até há algumas onde só o é de forma residual (caso da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa) pelo que é assim expectável que também a pertença a grupos de influência, como causa principal para a subida na carreira seja muito maior em certas áreas científicas e muito menor noutras.