Depois de ter elogiado neste blog, mais do que uma vez, uma professora da Universidade Nova, de nome Susana Peralta, inclusive naquele que é o post que recebeu mais visualizações de sempre, foi com bastante desilusão que li a sua recente proposta de lançar um imposto extraordinário sobre os afortunados "ricalhaços" que constituem a "burguesia do teletrabalho" para pagar a crise Covid-19.
Se ela muito infelizmente é absolutamente incapaz de apresentar propostas mais felizes, mais justas e menos injuriosas do que aquela eu relembro algumas mencionadas neste blog. Desde logo pode lançar-se um imposto sobre aqueles 3600 ricos contribuintes que trouxeram dinheiro de off-shores para Portugal a uma taxa escandalosamente reduzida https://www.publico.pt/2021/02/06/economia/noticia/amnistias-fiscais-desvendam-6000-milhoes-ocultados-3600-contribuintes-1949563 pelo que é mais do que justo, que agora não só paguem tudo o que deviam ter pago na altura, mas paguem igualmente aquela conhecida multa que as finanças aplicam a quem se atrasa a pagar impostos, tudo a título de um imposto Covid-19. Pode-se ainda criar um imposto sobre produtos de luxo e acabar de uma vez por todas com a aberração das deduções fiscais em viaturas de luxo https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/acabar-com-aberracao-das-deducoes.html
E também se pode criar um imposto sobre a riqueza a nível europeu, incidindo somente sobre o reduzido grupo dos 1% mais ricos, exactamente nos moldes em que foi proposto por três corajosos e muito lúcidos professores universitários, que dão bom nome à classe, e do qual dei conta no final de um post de Abril de 2020 https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/04/recessao-coronavirusum-aviso-ao-dr-rui.html proposta essa que convém relembrar permitirá arrecadar anualmente uma quantia astronómica, equivalente a 1.05% do PIB de todos os países europeus !