sábado, 1 de maio de 2021

Os egoístas e insustentáveis prazeres de dois pequeno-burgueses


Um certo jornal entrevistou esta semana o conhecido psiquiatra José Gameiro e entre as várias pérolas que aquele debitou houve uma em particular que foi reproduzida pela revista Sábado. É aquela muito infeliz em que afirmou não conseguir viver sem os seus pequenos prazeres, como seja por exemplo o prazer de todos os fins de semana se meter com um amigo a pilotarem um pequeno avião apenas para irem tomar um cafezinho. 

Sabendo-se que há alguns anos atrás, o filósofo e catedrático de bioética Peter Singer, disse que aqueles que no Ocidente conduziam viaturas responsáveis por um elevado nível de emissões, como é por exemplo o caso do Cristiano Ronaldosão no mínimo moralmente responsaveis pelos efeitos das alterações climáticas nos países pobres, em termos de devastação de colheitas e da pobreza e morte de muitos nessas paragens então e tendo em conta que um pequeno avião é responsável por um nivel de emissões superior ao de qualquer viatura, então o Dr. Gameiro terá nesse contexto uma responsabilidade maior. 

Não deixa por isso de ser intrigante a forma como aqueles que vivem em países pobres suportam calados as consequências da poluição gerada em países Ocidentais (logo muito mais ricos) pelos poluidores pequenos prazeres daqueles como o referido psiquiatra. E compreendem-se bastante melhor as palavras do Físico Martin Desvaux quando disse que os bens instalados neste Planeta só à força irão renunciar ao seu conforto:
Humans will not willingly sacrifice much of their comfortable lifestyles for the greater good (especially for people in other countries) unless it is taken from them...”

Curiosamente esta egoísta obsessão burguesa pelos "pequenos prazeres" não é exclusiva do Dr. Gameiro, pois também o pequeno-burguês Paulo Portas, em 2019, exigiu respetinho pelos pequenos prazeres, como por exemplo o (quase sádico) prazer de comer foie gras 
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/paulo-portas-exige-respeitinho-pelos.html


sexta-feira, 30 de abril de 2021

9 euros, é quanto custa o livro sobre os limites da ciência de um corajoso Catedrático do Instituto Superior Técnico



O catedrático jubilado Jorge Calado, foto acima, (cujas declarações nada diplomáticas, chocantes e até mesmo subversivas, ao semanário Sol, que também foram reproduzidas no post acima, sobre o vergonhoso critério de contratação de Professores nas universidades públicas Portuguesas, de não irem fazer sombra aos que já lá estão, que nenhum responsável Governativo ou da Universidade de Lisboa, seja o seu Reitor ou o Presidente do IST, na altura se atreveram a desmentir, dessa forma consentindo tal vergonhosa tese), já tem à venda este mês de Abril, a segunda edição do seu livro "Limites da Ciência". 

Um vídeo com uma hora de duração, sobre a apresentação da primeira edição do referido livro, está acessível na plataforma Youtube e no inicio dessa apresentação o catedrático Carlos Fiolhais fala de "um livro extraordinário de um homem extraordinário" . Uma coisa é certa,  extraordinário ou não, a verdade é que são muito raros os catedráticos que tem a grande coragem de admitir publicamente, que em Portugal, existe muito pouco, quase nenhum, mérito nos concursos para contratação de professores universitários, assim confirmando as palavras de um outro corajoso catedrático da mesma universidade de Lisboa, Orlando M. Lourenço, que alguns anos antes escreveu que "é a obediência, quando não a mediocridade, que são recompensadas" na progressão na carreira académica". 

National Geographic e o pânico climático ajudam o Governo Português

 

Depois da ajuda dos investigadores Alemães que foi mencionada no post acima sobre os ciclones que vão atingir a Europa, eis que o último número da revista National Geographic vem também em auxilio do Governo Português e do seu programa para levar mais pessoas do Litoral a mudarem-se para o Interior de Portugal, contando para isso com um extenso artigo sobre a poluição atmosférica, que na época pré-Covid já matava que se fartava (mais de 7 milhões de pessoas por ano a nível mundial) e continua a matar agora também por conta do facto dos habitantes das zonas com poluição atmosférica serem mais vulneráveis ao ataque do Covid-19.  E o artigo supracitado nem sequer analisa custos económicos, como aqueles custos que há pouco tempo foram mencionados aqui onde se fica a saber que desgraçadamente Lisboa até consegue apresentar custos superiores aos da capital Espanhola por conta da capital Portuguesa ser campeã ibérica no que respeita a congestionamentos.

Curiosamente ontem o jornal Público deu conta que um inquérito conduzido em 12 países europeus revela que os Portugueses aparecem em quarto lugar entre os países que querem metas climáticas mais exigentes. Infelizmente no artigo é dito que isso se deve menos à boa consciência ambiental dos Portugueses mas mais ao facto dos mesmos parecerem ignorar que metas climáticas mais exigentes implicam custos (como aquels relativos às renováveis responsáveis pelo aumento da factura da electricidade) que alguém terá de pagar. https://www.publico.pt/2021/04/29/sociedade/noticia/dois-tercos-portugueses-querem-metas-climaticas-exigentes-1960411

PS - Na semana passada foi publicado um interessante artigo numa revista científica com um título sugestivo "Preparing for Collapse", na introdução do mesmo não só se fala de algo já referido neste blog em 2019, a premonitória fuga dos super-ricos para zonas de menor risco, mas também de uma tendência de aquisição de imobiliário por parte da geração Milénio, em zonas que não sejam tão afectadas pelas consequências das alterações climáticas, por conta do mesmo pânico climático que já tinha traumatizado os super-ricos e que muito em breve sem duvida também irá afectar muitos Portugueses, pelo menos aqueles que vivem nas zonas junto ao Litoral e que mais irão sofrer as consequências do tal aumento da frequência dos ciclones, mencionado no tal artigos dos investigadores Alemães. 


quinta-feira, 29 de abril de 2021

Bom demais para ser verdade ?

 


Depois do que recentemente escrevi no post acima e do enorme peso que o mentecapto jogo do pontapé e da cabeçada na bola ainda tem em Portugal, devo confessar a minha grande surpresa por ver alguém (que ainda por cima é adepto do FCP, mas que pelos vistos ao contrário de muitos, não se ajoelha todos os dias para rezar ao Santo Pinto da Costa), que teve a coragem de escrever publicamente o texto abaixo:

"As imagens são claras: o empresário agrediu mesmo o jornalista da TVI. Foi o autor material do crime. Mas o autor moral, mesmo não tendo dado nenhuma ordem, é Pinto da Costa. Não podemos ter medo de o dizer. Foi o presidente do FC Porto que se dirigiu em tom provocador aos jornalistas da TVI. Agiu como agem todos os que se acham intocáveis, com altivez e gozo, e sem sujar as mãos. Pinto da Costa nunca suja as mãos, mas há sempre alguém do seu círculo mais próximo que não se importa de sujar as mãos por ele. Há um código similar ao da máfia neste tipo de comportamento" 

PS - Mas o que era mesmo excelente, era que a justiça Portuguesa condenasse a uma pena de prisão efectiva o honrado Presidente do Benfica, que é arguido num caso de corrupção de juízes https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/09/vieira-e-homem-honradouomini-donore-era.html

Professora de Oxford critica o elevado custo da avaliação das unidades de investigação com recurso a revisores



Na parte final do post acima mencionei as declarações de um ex-responsável pela investigação universitária na Inglaterra, que apoia um aumento da utilização de métricas, para tentar reduzir o custo astronómico da avaliação por pares. E a ele juntou-se ontem uma professora da Universidade de Oxford que afina pelo mesmo diapasão  https://www.timeshighereducation.com/opinion/benefit-ref-really-worth-cost

E de facto é pertinente e até imprescindível questionar, o que vale realmente a muito dispendiosa avaliação por pares, com as suas demoradas visitas às unidades de investigação, inclusive às unidades que nada produziram de minimamente relevante num contexto internacional, desperdício esse, que indirectamente, acaba por contribuir para o desemprego e emigração de muitos jovens investigadores de elevado potencial ? 

Será que é do melhor interesse da ciência Portuguesa e de Portugal, arriscar perder esses jovens investigadores, gastando importantes verbas públicas, somente para que os avaliadores internacionais, possam corroborar in loco, uma irrelevância científica, que as métricas já demonstram de forma bastante clara ?

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Não gastar no que é imprescindível e desperdiçar naquilo que não faz falta

 

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/12/pode-um-pais-do-primeiro-mundo-deixar.html

Ainda na sequência do post acima é pertinente referir que a edição da revista The Economist da semana passada volta novamente ao tema das canalizações de abastecimento de água feitas de chumbo: 
"All 50 states have lead pipes. As many as 10 million homes rely on them for their connection to the main water-supply lines.
https://www.economist.com/united-states/2021/04/17/replacing-lead-pipes-a-newark-success-story
É por isso profundamente irónico que logo no país com maior despesas militares que excedem a soma das despesas de vários países como a China, Rússia, Alemanha, Reino Unido e França e ainda com dispensiosos projectos para fazer novas armas haja quem  alegue que não há dinheiro suficiente para substituir as referidas canalizações em chumbo.  

Já em Portugal, em 2001, o jornal Público noticiava que Lisboa era a zona do país que tinha um maior número de concelhos ainda com canalizações em chumbo, https://www.publico.pt/2001/11/09/sociedade/noticia/em-33-concelhos-portugueses-bebese-agua-com-chumbo-48993 mas ao contrários dos EUA em Portugal a razão para isso é mesmo a falta de dinheiro, muito embora os 1500 milhões de euros necessários para revolver o problema sejam um pequeno valor, quando comparado com os milhares de milhões que se perdem para a corrupção ou quando comparados com os 20.000 milhões de euros que a banca evaporou e os contribuintes tiveram que suportar. A este propósito recordo novamente, o artigo do Director do Expresso que reproduzi num post anterior de 2019:
"a conta perdulária devia ser escrita numa lápide, sob uma estátua no centro das cidades, para que não seja esquecida: Aqui jazem 20 mil milhões de eurospor cima a estátua do perdedor desconhecido, o contribuinte anónimo e os lesados em produtos financeiros com risco oculto..."  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/condenado-morte-banqueiro-que-nao.html

terça-feira, 27 de abril de 2021

Heinrich-Heine Univers. Düsseldorf: "Do researchers know what the h-index is?"




Still following the post above check the paper published yesterday on the journal Scientometrics authored by three researchers affiliated with the Heinrich-Heine-Universität Düsseldorf about a survey on the h-index which covered 1081 German Professors. 

PS - Still, It's a pity that they have not cited the composite indicator suggested by Ioannidis et al. which considers the h-index and other five citations metrics (total citations; Hirsch h-index; coauthorship-adjusted Schreiber hm-index; number of citations to papers as single author; number of citations to papers as single or first author; and number of citations to papers as single, first, or last author.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Académicos (e não só) em negação

 


Ainda na sequência do post acima onde se ficou a saber que na Universidade do Minho os Colegas da Escola de Ciências são aqueles com maior vontade de se aposentarem muito ao contrário do que sucede na Escola de Direito (!) vale a pena ler o recente artigo publicado na revista The Economist sobre a incapacidade de muitos, principalmente em cargos com algum poder ou influência, em lidar e preparar antecipadamente uma etapa tão inevitável:
"For such people (those who have reached the top of tree) retiring may be a lot like the five stages of grief: denial, anger, bargaining, depression and acceptance. Denial is particularly significant..."  https://www.economist.com/business/2021/04/17/life-after-the-c-suite

Já eu pela minha parte aguardo sem qualquer negação por essa próxima etapa https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/12/2029-o-ano-da-minha-aposentacao.html

PS - Quem também parece estar em profunda negação é a mãe do Primeiro Ministro, Maria Antónia Palha, que há alguns dias escreveu que está muito triste com aquilo que a justiça anda a fazer ao Ex-Primeiro-Ministro Sócrates e pede uma justiça com compaixão para o referido desgraçadinho multimilionário. Infelizmente porém nunca ninguém ouviu uma palavra à mesma sobre os muitos casos de muitos Portugueses e Portuguesas, muito mais merecedores de compaixão da justiça, como aquela investigadora que cumpriu três anos de cadeia por injurias e difamação a vários magistrados a quem acusou de corruptos. Ou sobre o incrivel caso de uma Portuguesa que há mais de 20 anos espera uma indemnização pela morte do marido e a quem o Estado Português ainda teve a suprema desfaçatez de a penhorar a ela e aos seus filhos para pagar as custas judiciais  https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/mulher-espera-indemnizacao-por-morte-do-marido-ha-21-anos  e isto ao mesmo tempo que esse mesmo Estado vai pagar as custas judiciais ao conhecido finório Rui Rangel, por conta do facto do desgraçadinho alegar que não possui rendimentoslogo ele o pobrezinho a quem a policia judiciária descobriu maços de notas de 500 euros numa arrecadação da sua casa e por cujas mãos passaram centenas de milhares de euros de verbas de origem ilicita ! Já para nem mencionar o pormaior do Rui Rangel ser casado com uma juiza que foi recentemente aposentada compulsivamente com uma pensão no valor de 6000 euros/mês brutos, quase  4000 euros/mês limpos. 

domingo, 25 de abril de 2021

Demolir um canil OK, demolir a casa ilegal do dono disto tudo isso é que nem pensar



Devo fazer justiça à revista Visão a quem no post acima acusei de não gostarem de incomodar o poder politico. Em boa verdade no seu último numero há pelo menos um artigo com interesse, aquele artigo onde se pode ler que o dono disto tudo construiu ("com a alegada conivência dos poderes locais e regionais") uma moradia de 479 metros quadrados na Comporta, em plena REN, sobre um cordão dunar e a escassos metros do mar, que ninguém até hoje se atreveu a demolir. 

Compare-se isso com a forma expedita (e cobarde) como os socialistas que presidem à Câmara de Loulé querem demolir um canil mandado construir por um estrangeiro que nele gastou mais de 1 milhão de euros  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/pagar-mais-de-1-milhao-de-euros-por-um.html

Infelizmente porém o problema não se resume somente ao dono disto tudo, pois o mesmo artigo na revista Visão dá conta que também um empresário do ramo petrolífero, apesar de ter visto recusada em sede municipal a vontade construir uma moradia na Comporta, a construiu mesmo sem a devida licença, assim cagando com força na tal negativa decisão camarária. Se juntarmos aos referidos casos o famoso caso do cagatório do Comendador Berardo pode concluir-se que em Portugal quem tenha dinheiro suficiente pode construir o que quiser, onde quiser e quando quiser. Viva o 25 de Abril, que permite tais liberalidades ! 

Na França onde não houve 25 de Abril (onde não há Directores Gerais com o currículo deste Dr. Preguiça aqui, mas onde há Primeiros-Ministros que foram condenados a penas de prisão efectiva) a música é porém muito diferente daquela que se toca por estas bandas e há quem tenha construido um palácio que o Supremo Tribunal daquele país quer ver rapidamente demolido https://www.abc.es/gente/abci-mansion-mas-extravagante-costa-azul-sera-demolida-202102022140_noticia.html

PS - E já agora que escabrosos segredos sobre a classe politica é que conhecerá o dono disto tudo, que lhe permitem que possa andar tão tranquilo a usufruir da sua gorda reforma, sabendo que vai morrer descansadamente de velhice, nem que viva até aos 100 anos, sem o risco de visitar uma prisão um único dia que seja, e isso mesmo depois de ter desgraçado a vida a milhares de Portugueses ?


Uma iniciativa maravilhosa

Foi com grande "tristeza" que fiquei a saber que afinal já não se irá concretizar a tal Superliga europeia composta por 12 ricos clubes de futebol que dessa forma iriam ficar muito mais ricos. É pena, porque ao contrário de toda a gente, acho que era uma iniciativa absolutamente maravilhosa, pois sou favorável a tudo aquilo que seja para implodir ou pelo menos reduzir à sua mínima expressão, o tal jogo que o conhecido catedrático jubilado Jorge Miranda classificou de "instrumento de alienação e deseducação", como aliás facilmente se percebe pelos vários posts que neste blog foram escritos acerca do jogo do pontapé e da cabeçada na bola, nomeadamente aqueles cinco abaixo:


Felizmente porém que a telenovela sobre a Superliga revelou pelo menos uma excelente noticia, a de que os jovens não estão interessados no jogo do pontapé e da cabeçada na bola, o que significa que o futuro da Humanidade afigura-se assim muito mais esperançoso, com menos alienados cuja existência se resume basicamente a discutirem se houve ou não penâlti, se a bola tocou na mão ou se entrou ou não na baliza, tudo questões importantíssimas, especialmente num Planeta que caminha rapidamente para um colapso pré-anunciado https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/facing-disaster-great-challenges.html

PS - Os comentários acima deverem ser tidos em conta num contexto particular, o de eu achar, que como escrevi em 2019, que um cientista vale muito mais do que um jogador de futebol e depois também em 2020 https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/11/a-desvalorizacao-da-ciencia-e-da.html e de achar como também o escrevi que até mesmo aquilo que faz um trabalhador do lixo vale mais do que aquilo que faz um profissional do jogo do pontapé e da cabeçada na bolapois mérito implica sacrifício, e heroísmo implica abnegado sacrifício da própria vida, como acontece com os bombeiros, sendo por isso muito errados e até profundamente idiotas, aqueles títulos de imprensa que associam heroísmo aquilo que fazem os profissionais do jogo do pontapé e da cabeçada na bola. Ver também a este respeito o conteúdo do email abaixo de 2018:

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De: F. Pacheco Torgal
Enviado: 15 de Fevereiro de 2018 8:05
Assunto: Another relic of the XX century that Academia does not need

Competitive sports are just a die-hard relic of the XX century but the most bizarre thing is that Universities fell into the temptation to please a rising sports market and as a consequence sports performance has even become a science worth university status.

Competitive sports are just something that comes from a past of survival, of competition to the death, of winners and losers, of us versus them. Of race improvement and eugenics. Of males fighting each other in order to be able to mate with many females as possible to pass their "superior" genes. That´s a narrative that we do not need in the 21 century. Even Olympic games make no sense in the 21 century because the heroes (the role models) of this century ought to be those that help Humanity to solve their many and worrying problems, not those that spend thousands of hours training in or order to be the human that runs faster, jumps higher or that throws a heavy object to a longer distance. That´s nothing more than a meaningless and unsustainable waste of resources.

If the work of the intellectuals is to transform the unthinkable into plausible it would be a great achievement if Academia were able to convince society about how highly competitive sports keep us imprisoned to our tribal past thus preventing the advancement of Humanity towards the type 1 civilization that we need and hope to become.