Há de
facto gente a mais e não é porque isso foi recentemente dito por uma
ex-dirigente da concelhia do Porto do PAN, facto que estranhamente logo
precipitou aquele partido a rejeitar a afirmação porque incómoda e
automaticamente geradora da pergunta e então quem são aqueles que estão a mais
?
Há gente a mais no Planeta Terra porque qualquer mortal percebe que não sendo
a Terra um planeta de dimensões e recursos infinitos não pode sustentar 900.000
milhões ou sequer 90.000 milhões de humanos nem que fossem todos vegetarianos e
só se deslocassem de bicicleta e nem sequer consegue sustentar 9.000 milhões se
o nível consumo e os impactos ambientais associados dos mesmos forem iguais
aquilo que é a média dos Estados Unidos.
Quem colocou as coisas de forma bastante
mais clara foi o físico Martin Desvaux há aproximadamente uma década atrás
quando escreveu que a biocapacidade do Planeta só permite no máximo a
existência sustentável de 3.000 milhões de pessoas.
Desvaux, M. (2007) The sustainability of human populations: How many people can live on earth?. Significance, 4(3), pp.102-107.
A
pergunta que realmente interessa fazer não será portanto quem é que está a mais
no Planeta mas quem é que
anda a gastar os recursos a que não tem legitimamente direito e a deixar como
herança às futuras gerações apenas lixo e devastação?