Pelos vistos as áreas das Humanidades e das Ciências Sociais, a sofrerem de uma grave crise https://www.taylorfrancis.com/books/e/9781315276601/chapters/10.4324/9781315276601-5 resolveram conquistar novos públicos virando-se para outras áreas científicas mais mediáticas, como o clima.
Percebe-se agora muito melhor porque é que na Universidade do Porto, uma desconhecida Professora Catedrática da Faculdade de Letras, serviu de “barriga de aluguer” a uma conferência de negacionistas. https://www.publico.pt/2018/09/06/ciencia/noticia/cientistas-escrevem-carta-aberta-sobre-conferencia-de-negacionistas-no-porto-1843220 A indústria petrolífera e os amigos do Sr. Trump agradecem. Já só falta que a referida historiadora diga que isso de haver milhões de toneladas de plástico no mar também é um embuste, para assim poder dar uma alegria às indústrias do plástico. Ou que a redução asustadora de aves na Europa https://www.theguardian.com/environment/2018/mar/21/europe-faces-biodiversity-oblivion-after-collapse-in-french-bird-populations é fake science, pois não podemos deixar de admitir a hipótese das mesmas poderem ter emigrado quase todas para a Amazónia (hipótese que só pode ser descartada com debates e a respectiva decisão do público), o que obviamente não deixará de alegrar a indústria dos pesticidas.
Caricato no post da Raquel Varela é que na parte final escreva que a culpa das emissões de carbono é do consumo de “cimento/betão armado” na China. Escreveu ela que “a China construiu tanto cimento em 20 anos como os EUA desde sempre”, parecendo-me a mim ser um estranho argumento dizer que a culpa é dos Chineses que fazem muitas casas e muitos prédios quando deveriam talvez viver em palhotas. Esquecendo assim que se esse país se urbanizou muito mais tarde do que outros (o que não é pecado, nem crime, nem muito menos censurável mas antes louvável) e se esse país tem muito mais habitantes do que os EUA e a Europa juntos, então é evidente que consumirá uma quantidade muito superior de materiais de construção. E esquecendo também que esse aspecto particular vale pouco quando comparado com aquilo que realmente interessa, que é o consumo per capita associado a todas as actividades industriais (e não industriais) e não somente ao consumo de cimento, e onde se fica a perceber que cada Chinês é responsável por uma quantidade de emissões de dióxido de carbono muito menor do que as emissões de cada Europeu ou de cada Norte-Americano. https://www.economist.com/graphic-detail/2019/05/25/china-is-surprisingly-carbon-efficient-but-still-the-worlds-biggest-emitter
Ou esquecendo que o metano que é muito mais nocivo do que o dióxido de carbono e relativamente ao qual cada Chinês é responsável por uma quantidade de emissões muito menor do que as emissões de cada Europeu ou de cada Norte-Americano.
Ou esquecendo que o carbono negro (fuligem) que também é muito mais nocivo do que o dióxido de carbono e relativamente ao qual cada Chinês é responsável por uma quantidade de emissões muito menor do que as emissões de cada Europeu ou de cada Norte-Americano.
Isto já para nem falar de outros gases igualmente responsáveis pelo efeito de estufa, como os clorofluorcarbonos ou os halocarbonos muito mais nocivos do que o dióxido de carbono e relativamente aos quais novamente cada Chinês é responsável por uma quantidade de emissões muito menor do que as emissões de cada Europeu ou de cada Norte-Americano.