Na
sequência disto https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/21-de-setembromanifestacao-nacional.html
entendo
como bastante pertinente comentar o facto do famoso Daniel
Oliveira, que a Wikipedia informa ser um dos “políticos portugueses mais
influentes na rede social Twitter” ter partilhado este sábado com os
leitores do Expresso a extraordinária receita para que no respeitante à
exploração do lítio todas as partes possam sair a ganhar.
Depois de uma introdução onde o Daniel Oliveira reconhece que a exploração do lítio “tem problemas ambientais relevantes: um forte impacto na paisagem, grande consumo de água e energia e utilização de químicos nocivos, como o ácido sulfúrico”, o que só peca por ser uma invenção pois não corresponde à verdade que a referida exploração utilize químicos como o tal ácido sulfúrico, pois o que realmente acontece é que por via do lítio estar misturado com várias espécies minerais incluindo sulfuretos, estes depois sofrem oxidação e ao reagirem com a água dão origem a contaminação ácida, exactamente como ocorre na exploração de tungsténio das Minas da Panasqueira onde a actividade extractiva deu origem a lagos de lamas com milhões de toneladas contaminadas com arsénio e com os tais sulfuretos, os tais que um dia acabarão depositados no leito do rio Zêzere, pela simples razão que este Planeta tem o mau hábito de tremer e como todos sabemos treme mais frequentemente em Portugal do que por exemplo na Dinamarca ou na Suécia.
Revela depois o Daniel Oliveira que há duas opções: a primeira a clássica, a preferida pelo Governo, na qual se fazem concessões a privados, como se faz noutros país e nesse modelo o Governo recolherá entre royalties e impostos 35% da receita. A segunda opção, diz ele é copiar o que os Noruegueses fizeram com o petróleo, assim o Estado Português deverá encontrar parceiros privados (um ex-comunista com tanta fé nos privados é coisa de espantar) para criar uma empresa de capitais mistos com maioria pública. E assim garante ele poderemos como também fizeram os Noruegueses arrecadar 78% da receita e criar um generoso fundo ambiental para recuperar o impacto da exploração do lítio.
Os leitores chegam a esta parte e perguntarão, mas isto é ouro sobre azul, mas então porque é que nunca ninguém se tinha lembrado disto ? Será que o mesmo sagaz Daniel Oliveira se esqueceu que esta mesmíssima receita já anda a ser levada a cabo na TAP, mas com avultados prejuízos para o Estado Português ? Ou será que a receita só funciona em explorações mineiras (e de petróleo) ? Mas se assim fosse então uma tal receita já deverá por certo estar a ser utilizada em todas as explorações mineiras (e de petróleo) por todo o Planeta certo ? Ou mais provável será que as receitas Norueguesas só resultam quando são aplicadas em terras da Noruega e com Noruegueses e resultam menos bem (ou nada bem) quando aplicadas em países onde há uma epidemia de corrupção (Eanes dixit) ?