domingo, 25 de abril de 2021

Uma iniciativa maravilhosa

Foi com grande "tristeza" que fiquei a saber que afinal já não se irá concretizar a tal Superliga europeia composta por 12 ricos clubes de futebol que dessa forma iriam ficar muito mais ricos. É pena, porque ao contrário de toda a gente, acho que era uma iniciativa absolutamente maravilhosa, pois sou favorável a tudo aquilo que seja para implodir ou pelo menos reduzir à sua mínima expressão, o tal jogo que o conhecido catedrático jubilado Jorge Miranda classificou de "instrumento de alienação e deseducação", como aliás facilmente se percebe pelos vários posts que neste blog foram escritos acerca do jogo do pontapé e da cabeçada na bola, nomeadamente aqueles cinco abaixo:


Felizmente porém que a telenovela sobre a Superliga revelou pelo menos uma excelente noticia, a de que os jovens não estão interessados no jogo do pontapé e da cabeçada na bola, o que significa que o futuro da Humanidade afigura-se assim muito mais esperançoso, com menos alienados cuja existência se resume basicamente a discutirem se houve ou não penâlti, se a bola tocou na mão ou se entrou ou não na baliza, tudo questões importantíssimas, especialmente num Planeta que caminha rapidamente para um colapso pré-anunciado https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/facing-disaster-great-challenges.html

PS - Os comentários acima deverem ser tidos em conta num contexto particular, o de eu achar, que como escrevi em 2019, que um cientista vale muito mais do que um jogador de futebol e depois também em 2020 https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/11/a-desvalorizacao-da-ciencia-e-da.html e de achar como também o escrevi que até mesmo aquilo que faz um trabalhador do lixo vale mais do que aquilo que faz um profissional do jogo do pontapé e da cabeçada na bolapois mérito implica sacrifício, e heroísmo implica abnegado sacrifício da própria vida, como acontece com os bombeiros, sendo por isso muito errados e até profundamente idiotas, aqueles títulos de imprensa que associam heroísmo aquilo que fazem os profissionais do jogo do pontapé e da cabeçada na bola. Ver também a este respeito o conteúdo do email abaixo de 2018:

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De: F. Pacheco Torgal
Enviado: 15 de Fevereiro de 2018 8:05
Assunto: Another relic of the XX century that Academia does not need

Competitive sports are just a die-hard relic of the XX century but the most bizarre thing is that Universities fell into the temptation to please a rising sports market and as a consequence sports performance has even become a science worth university status.

Competitive sports are just something that comes from a past of survival, of competition to the death, of winners and losers, of us versus them. Of race improvement and eugenics. Of males fighting each other in order to be able to mate with many females as possible to pass their "superior" genes. That´s a narrative that we do not need in the 21 century. Even Olympic games make no sense in the 21 century because the heroes (the role models) of this century ought to be those that help Humanity to solve their many and worrying problems, not those that spend thousands of hours training in or order to be the human that runs faster, jumps higher or that throws a heavy object to a longer distance. That´s nothing more than a meaningless and unsustainable waste of resources.

If the work of the intellectuals is to transform the unthinkable into plausible it would be a great achievement if Academia were able to convince society about how highly competitive sports keep us imprisoned to our tribal past thus preventing the advancement of Humanity towards the type 1 civilization that we need and hope to become.