Num artigo ontem no jornal Público, a propósito da criação de eventuais medidas de descriminação positiva que possam contribuir para ajudar alunos
provenientes de estratos económicos mais desfavorecidos, o Reitor da
Universidade do Porto revelou que na instituição que dirige, a percentagem de
alunos que usufruem de bolsas nos cursos de ciências sociais e humanas é quase 400% superior à percentagem existente nos cursos de
saúde. Faz por isso todo o sentido perguntar, será que o motivo para essa
diferença gigantesca se deve ao facto dos alunos pobres não conseguirem pagar a
frequência daqueles colégios privados que inflacionam as notas e onde o acesso ao curso de medicina é quase garantido
? https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/vergonhosa-impunidade-no-acesso-ao.html
E quantos daqueles que enriqueceram na politica é que tem ou tiveram os seus filhos em cursos de medicina, unicamente porque conseguiram aproveitar a mamata proporcionada pelos colégios que com total impunidade inflacionam as notas dos seus alunos, que é uma pergunta muito pertinente que a imprensa parece ter receio de fazer (e muito mais de investigar) ? https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/a-pergunta-errada-do-director-do-jornal.html
PS1 - Entretanto a petição que exige o afastamento do juiz Ivo Rosa da magistratura (e que se afigura como um interessante barómetro de indignação) já chegou quase aos 170.000 subscritores e tendo em conta que nas últimas eleições legislativas o PS elegeu 108 deputados com apenas 1,9 milhões de votos o que dá uma média de 17626 votos para eleger cada deputado daquele partido, então isso significa que o número daqueles que já subscreveram a referida petição valem tanto quanto um partido politico composto por 10 deputados, restando somente saber se nas próximas eleições irão todos esses subscritores dar o seu voto ao partido do deputado Ventura, que foi o único que propôs revogar a prescrição do crime de corrupção.
PS2 - Sobre o mesmo processo o jornal Público revela hoje que uma das consequências da decisão do juiz Ivo Rosa é que os arguidos já podem agora aceder e gastar os quase 27 milhões de euros que estavam arrestados. O que significa que mesmo que no futuro o Tribunal da Relação mande anular a decisão do juiz Ivo Rosa já os arguidos podem ter feito desaparecer os referidos milhões, pelo que o tal pedido de indemnização que o Ministério Público juntou à acusação, para que os arguidos fossem condenados a pagar 58 milhões de euros ao Estado Português, mesmo que venha um dia a ser executado já não encontrará nada para executar.