quarta-feira, 18 de agosto de 2021

A área científica onde os catedráticos não perdem muito tempo com a revisão de artigos

 


Ainda sobre o post acima, é curioso registar que o Português com maior número de revisões (273) na área da Física, é o Paulo Ivo Cortez Teixeira, Professor no Politécnico de Lisboa e investigador do Centro de Física Teórica e Computacional da Universidade de Lisboa http://cftc.fc.ul.pt/membro.php?username=paulo quanto aos catedráticos de Física esses parecem andar fugidos desta guerra parecendo assim desconhecer o libelo de "cheats" cunhado pelos professores Owen Petchey e Jeremy Fox: 
“cheats” (individuals who submit papers without doing proportionate reviewing) 

Trata-se de um comportamento muito diferente do comportamento do catedrático Franco Nori, que possui mais de 800 revisões confirmadas em revistas da Wef of Science 

terça-feira, 17 de agosto de 2021

A promessa incumprida do Reitor da Universidade de Coimbra

 


Foram hoje divulgados os resultados relativos às universidades com melhor desempenho científico a nível mundial, no único ranking que contabiliza prémios Nobel (e medalhas Fields) onde se constata que Portugal mantém 3 universidades no Top 500 do ranking Shanghai, as Universidades de Lisboa, do Porto e do Minho, as mesmas que já em 2020 o tinham conseguido https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/08/foi-hoje-publicado-o-unico-ranking.html

Recorde-se que em 2016 Portugal tinha 5 universidades no Top 500 deste ranking, porém em 2018 a Universidade de Coimbra saiu fora e em 2020 foi a vez de sair a Universidade de Aveiro. O Reitor da Universidade de Aveiro, prudente, não arriscou nenhuma data sobre a futura reentrada daquela universidade no Top 500, ao contrário do Reitor da universidade de Coimbra (acima foto do actual Reitor da UC que há data era o Vice-Reitor responsável pela investigação)  que prometeu (com muito pouco rigor científico) que logo no ano seguinte aquela Universidade voltaria a fazer parte daquele grupo, o que até hoje não aconteceu e muito provavelmente não acontecerá tão cedo:
"Embora constitua sempre um sinal de preocupação, a oscilação registada é muito pequena e, por isso, estou convencido que está ao nosso alcance regressarmos, já no próximo ano, ao top 500"

A nossa vizinha Espanha em 2016 tinha 12 universidades no Top 500 e em 2021 continua a manter o mesmo número de universidades, o que mostra que as suas universidades são mais competitivas do que as Portuguesas. Já a tal universidade que a França criou para competir com o famoso MIT e que neste blog tinha sido mencionada aqui  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/09/the-economistcomo-franca-criou-uma.html essa acaba de subir mais um lugar no ranking Shanghai ocupando agora o 13ª lugar mundial. O Reino Unido passou de 36 universidades no Top 500 em 2020 para 38 em 2021 e como é evidente sempre que um país sobe o seu número de universidades no Top 500 há outros que baixam, como é o caso de Portugal.

Sabendo-se que o financiamento é crucial para manter a competitividade de qualquer universidade e sabendo-se também que o MCTES anda, em termos de financiamento, a maltratar várias universidades (palavras do Reitor da Universidade de Lisboa em 4 de Agosto) então dificilmente Portugal conseguirá a prazo sequer manter três universidades no Top 500 do ranking Shanghai. Recordo neste contexto o post de 2020 onde sugeri ao Sr. Primeiro Ministro quatro medidas para poupar alguns milhões de euros https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/03/primeiro-ministro-defende-reducao-de.html e onde nem sequer mencionei aquela medida óbvia, que permitirá poupar milhares de milhões de euros, que é o ataque à corrupção, com recurso a leis como aquelas que existem no Reino Unido https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/10/a-nova-ferramenta-juridica-britanica.html

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Catedráticos de Engenharia Civil ordenados por número de publicações com mais de 100 citações na plataforma Scopus e removendo as auto-citações

 

Ainda na sequência do post acima, veja-se abaixo a nova lista, quando se utiliza a plataforma Scopus e se removem as auto-citações. O valor entre parênteses curvos corresponde ao rácio que se obtém dividindo o número de publicações altamente citadas pelo número de anos decorridos desde a primeira publicação indexada, e destina-se a evitar que os catedráticos mais novos sejam prejudicados face aqueles com uma carreira mais longa. 

Jorge de Brito .........28 (1.0) publicações com mais de 100 citações na Scopus
Paulo Lourenço.......18 (0.6)
Joaquim Barros.........7 (0.3)
Said Jalali..................7 (0.3)
Alvaro Cunha............7 (0.3)
J.Castro Gomes........5 (0.3)
Humberto Varum.......3 (0.2)
Ramôa Correia.........3 (0.2)
Paulo Cruz................3 (0.1)
Rui Faria...................3 (0.1)
Pais Antunes.............3 (0.1)
Conceição Cunha.....3 (0.1)
Simões da Silva........3 (0.1)
Gonçalves Silva........3 (0.05)
Aníbal Costa.............2 (0.1)
E. Júlio......................2 (0.07)
Fernando Branco......2 (0.05)
Dinar Camotim..........2 (0.04)

Luís Picado...............1 (0.05)
Paulo Pereira............1 (0.05)
António Tadeu...........1 (0.04)
Gomes Correia..........1 (0.03)
João de Lima.............1 (0.03)
Vasco Freitas.............1 (0.03)

Obs - É claro que se o critério de ordenação tivesse sido aquele utilizado aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/02/ranking-de-academicos-portugueses.html a lista acima teria um aspecto bastante diferente. 

PS - O dono deste blog possui 11 publicações com mais de 100 citações na plataforma Scopus e um rácio de 0.7, o que me posiciona nos primeiros lugares da lista supracitada. 

domingo, 15 de agosto de 2021

Química - Universidade Nova de Lisboa com uma representante entre os únicos 6 do Clube Mil a nível mundial

 


Ainda sobre o post acima, relativo ao Clube Mil da área da Engenharia Civil a nível mundial, que só tem três membros, sendo dois de Portugal, é importante também divulgar que na área da Química a nível mundial, o Clube Mil possui 6 membros (entre quase 32.000 registados na plataforma Publons-Clarivate), sendo que um desses seis é uma investigadora Portuguesa https://publons.com/researcher/1198248/sonia-alexandra-correia-carabineiro/


Porque é que o Presidente da Entidade Reguladora da Saúde custa mais do dobro do que custa o Presidente da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido ?

 


Ainda sobre o tal sorridente catedrático mencionado no post acima que foi Presidente da Entidade Reguladora da Saúde-ESR durante o famigerado Governo do Sr. Sócrates, é importante que os Portugueses se perguntem porque é que neste país técnicamente falido o Presidente da ERS ganha bastante mais do que ganha no Reino Unido o Chair of the UK Health Security Agency ? 

O primeiro ganha 5700 euros/mês, a que acrescem 2280 euros para despesas de representação e ainda uma viatura e respectivo motorista. Contudo atenta a diferente riqueza dos dois países, aferida pelo PIB/capita então o Presidente da ERS deveria ganhar 4576 euros/mês para ter um salário equivalente ao do Presidente da referida Agência Britânica. O que significa que se além disso ainda levarmos em conta, as despesas de representação e o custo associado à viatura e ao seu motorista então o Presidente da Agência Portuguesa custa em termos relativos mais do dobro do que o Presidente da Agência Britânica. 

Recordo que também na Suécia, estes cargos não tem direito nem a viatura nem muito menos a motorista. Já em Portugal até temos muita sorte pelo facto dos nossos deputados, autarcas, gestores de empresas públicas e tutti quanti não desatarem a comprar Porsches com o dinheiro dos contribuintes (como fizeram estes espertalhaços sem vergonha) pois vontade é coisa que não lhes falta. 

Faz por isso sentido perguntar porque é que um país pobre e endividado até aos cabelos como Portugal pode pagar aquilo que um país rico não paga ? Será que a resposta pode ser encontrada num poder politico com um ADN altamente parasita, cuja única missão tem sido inventar estratagemas para canalizar o dinheiro dos perseguidos contribuintes para o pagamento das suas mordomias, da sua familia e dos seus amigos e conhecidos? 

PS - Tão mau como assistir a um tal desfile de mordomias, pagas com o dinheiro dos contribuintes, é ver quem é que o Governo nomeia para tais cargos, como se percebe aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/07/ministro-nomeia-boy-para-cargo-que-paga.html ou se percebe ainda melhor na nomeação de um licenciado em Ciência Politica que era Adjunto do Secretário de Estado Galamba para Presidente da Agência de Energia https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/11/portugueses-de-1-categoria-que-querem.html

sábado, 14 de agosto de 2021

Uma empresa Portuguesa que ganha milhões de euros a cada ano só por conta de emitir CO2 ?


Aquela empresa que já tinha sido mencionada neste blog no post acima, tem nas suas contas, €30 878 285 de “Subsídios – Licença de emissão CO2”, por conta de licenças atribuidas a título gratuito, a que adiciona ainda €13 338 023, a título de “Alienação de licenças de emissão CO2” vide página 73 do último relatório disponível http://www.secil-group.com/wp-content/uploads/2021/01/SECILRelatorioCA2019.pdf 

Será que isto não é o mundo ao contrário, em que as empresas poluidoras em vez de pagarem ainda ganham dinheiro por conta da poluição que emitem ?

Observação - A informação supra foi-me enviada pelo Engenheiro Vítor Cóias no passado dia 12

PS -  De acordo com um ranking da associação ambientalista Zero, a referida empresa foi considerada como o 10º maior poluidor em Portugal tendo emitido mais de 700.000 toneladas de dióxido de carbono https://eco.sapo.pt/2021/04/12/10-maiores-emissores-de-co2-em-portugal-poluiram-menos-28-em-2020/


Engenharia Civil - Catedráticos ordenados pelo número de publicações com mais de 100 citações no Google Scholar

 

Jorge de Brito .........68 artigos com mais de 100 citações no Google Scholar
Paulo Lourenço.......58
Joaquim Barros.......22
Humberto Varum.....17
Said Jalali................17
Alvaro Cunha...........15
J.Castro Gomes.......11
Fernando Branco.....11
Ramôa Correia........10
Dinar Camotim........10
Simões da Silva........9
E. Júlio......................9
João de Lima............8
Gonçalves Silva........7
Pais Antunes.............6
Conceição Cunha.....5
Paulo Cruz................5
Aníbal Costa.............5
Rui Faria...................5
Luís Picado...............4
P.Vila Real................3
Gomes Correia.........2
Sérgio Lopes............2
Paulo Pereira............2
Luís Simões..............2
António Tadeu...........2
Fernando Henriques.2

Observação: A plataforma Google Scholar não permite (como o permite a Scopus) remover de forma expedita as auto-citações, o que significa que alguns catedráticos na lista acima possuem elevados valores que não são reais. Por exemplo o primeiro catedrático da lista possui na plataforma Scopus 24% de auto-citações, pelo que se admitirmos que possui também no Google Scholar pelo menos a mesma percentagem de auto-citações então o seu número real de artigos com mais de 100 citações deverá reduzir-se nessa percentagem. E há até quem tenha percentagens de auto-citações de quase 40%.  Significa isso que é importante saber como ficará a lista acima no caso de se utilizar a plataforma Scopus (que é muito mais selectiva) e removendo as auto-citações, pois não tem valor científico, algo que farei num novo post na próxima semana. 

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

As universidades da Suécia ensinam, mas será que as universidades Portuguesas são capazes de aprender ?

 


No post acima comentou-se uma das particularidades das universidades da Suécia que agem de forma radicalmente diferente daquilo que se faz em Portugal. Um outro aspecto em que a Suécia pode ensinar portugal é sobre patentes. Na Suécia quem colhe em primeiro lugar os beneficios das patentes são os professores universitários e investigadores, que tiveram as brilhantes ideias que originaram essas patentes, já em Portugal os beneficios são colhidos primeiro e exclusivamente pelas universidades e os professores e investigadores que tem o nome nas patentes recebem zero. 

Como é evidente isto constitui um poderoso estimulo para que os professores universitários não percam muito tempo com patentes ao contrário do que sucede na Suécia. Este problema não é porém exclusivo de Portugal e a ciência mostra que outros países que também cometeram o erro de não seguir o exemplo Sueco também fizeram asneira da grossa. Vide artigo na revista Research Policy em 2018 e também na revista Industry and Innovation em 2020. 

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Será que Jeff Bezos (e todos os da sua laia) devem ser humilhados publicamente ?



O último número da nada socialista revista The Economist contém um artigo de opinião (link acima) que começa com uma referência a um Português (duque de Viseu e Senhor da Covilhã) e no qual compara os CEOs aos antigos reis medievais, acusando-os de usarem a mesma patológica arrogância, dando o exemplo do conhecido CEO Robert Maxwell, que quando não estava satisfeito com a comida atirava com o prato para o chão (esqueceram-se de mencionar o caso dos trabalhadores do Sr. Bezos forçados a urinar em garrafas). Mas com a grande diferença que quando os antigos reis que perdiam o trono perdiam também a cabeça ao passo que os CEOs quando deixam a sua aristocrática posição levam como presente de despedida uma autêntica fortuna. 

O artigo não fala da China, mas pelo menos neste aspecto naquele país sabem bem qual é a receita para tratar dos "novos reis", a quem frequentemente humilham, para que nunca se esqueçam quem é que manda https://www.globalcapital.com/article/b1pd2svtwrt97g/alibaba-ceo-learns-lesson-in-humility o que embora pareça há primeira vista um abuso do poder politico Chinês, capaz até de prejudicar o negócio é porém "sustentado" pela literatura que defende CEOs humildes   https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0149206315604187

PS - Não há neste blog nenhum ódio ou sequer má vontade contra o Sr. Bezos pelo facto de na mesma semana aquele ser criticado em dois posts, o presente e este outro aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/08/arrancar-forca-os-seus-confortaveis.html 

Climate catastrophe__"The first thing we do, let's kill all the lawyers"

 

If William Shakespeare was alive today probably would have replaced lawyers with the super-rich. Because it's the super-rich that is in the way of the ecological revolution that the world desperately needs in order to tackle the ongoing climate catastrophe. The very same climate catastrophe that this week just brought a new temperature record in Europe of 48.8 ºC.  https://www.independent.co.uk/climate-change/europe-record-temperature-sicily-italy-b1900917.html

If as the Physicist Martin Devaux wrote a few years ago:   “Humans will not willingly sacrifice much of their comfortable lifestyles for the greater good (especially for people in other countries) unless it is taken from them...” then it is the group of the super-rich who have the more unsustainable lifestyles https://ideas.ted.com/environmental-impact-carbon-emissions-of-space-tourism/ who should be the first in line to be "sacrificed".