Sobre a tal empresa fundada por um catedrático Sueco mencionada no post acima, faz sentido perguntar, quantos catedráticos de engenharia ou ciências em Portugal fundaram empresas para valorizar o resultado das suas investigações, que possuem dezenas de funcionários e que ajudam este país a subir na cadeia do valor? E porque será que na Academia Portuguesa não existe qualquer estimulo para que os catedráticos (ou outros professores) criem empresas e aqueles que proactivamente a isso se atrevam serão castigados perdendo uma parte do seu vencimento ?
E será que foi uma boa ideia que a universidade do Porto tenha vendido por 5 milhões de euros, a uma empresa estrangeira, uma patente de um catedratico de engenharia de nome Adélio Mendes (foto acima) em vez de criar uma startup que permitisse criar emprego qualificado (que recorde-se o próprio Ministro Heitor disse ser uma prioridade nacional) e assim gerar muito mais riqueza do que os tais 5 milhões de euros? Ou será que alguém acredita que a tal empresa estrangeira que pagou 5 milhões pela referida patente não irá ganhar muitíssimo mais do que aquilo que pagou ?
Faço notar que o tal catedrático jubilado Sueco, mencionado no inicio deste post disse-me há pouco
tempo atrás que na Suécia um professor universitário pode dedicar um dia por semana a
actividades remuneradas fora da universidade, sem ser prejudicado no seu vencimento. Já em Portugal
se algum professor universitário fizer isso, mesmo que o faça apenas fora das horas de serviço, leva com um corte de 33% do seu vencimento. Será que isso não será
uma razão de peso que força os professores universitários a evitarem realizar
colaborações remuneradas com a indústria ou a eles próprios criarem empresas
para poderem beneficiar da valorização das suas investigações ?
E quantas centenas de milhões de euros é que Portugal já perdeu no passado e ainda continua a perder com um sistema universitário (comunista a todos os títulos) que inacreditavelmente premeia a inércia e incentiva a preguiça ?