terça-feira, 10 de agosto de 2021

Uma prova inequívoca da fraquíssima investigação empresarial Portuguesa



Ainda sobre o post acima, a maior prova da inexistência de uma robusta actividade de investigação nas empresas Portuguesas, constata-se pelo simples facto de nos países mais inovadores quem produz mais patentes são as empresas e não as universidades, ao contrário do que sucede em Portugal, vide lista do Top 10 abaixo, relativa ao número de pedidos patentes em 2020, e onde nos 6 primeiros lugares só aparece uma empresaassim se provando que a montanha dos milhares de milhões de euros em créditos fiscais dados ás empresas, por conta de despesas de "investigação" só conseguiu parir uns poucos e minúsculos ratos. 

Universidade do Minho............44 pedidos de patentes
Universidade do Porto.............32 
Nova Delta..............................28 
Universidade de Lisboa...........20 
Universidade de Aveiro............20 
Universidade de Coimbra........20 
Bosch.......................................19
Bial...........................................18
INESC......................................17
Saronikos.................................17

No documento acima referido foram analisadas as patentes Portuguesas entre 2000 e 2020 tendo sido observado que naquele período o nosso país tinha quase 4.000 patentes activas a nível mundial, compare-se esse valor com as 100.000 patentes activas da empresa Huawei ! E quando uma única empresa Chinesa possui muitíssimo mais patentes do que todas as empresas Portuguesas juntas isso é uma prova inequívoca do fraquissimo "campeonato" em que as empresas deste país andam a competir. É importante porém fazer uma ressalva, pois como escrevi num post anterior, a culpa não é totalmente dos empresários Portugueses, mas sim de um país onde o poder politico permitiu, na maior parte das vezes por incompetência, mas nalgumas vezes também de forma dolosa, que a receita do sucesso das empresas não passasse por investir em investigação, antes por pedir centenas de milhões à banca (sem garantias) e depois pedir um generoso perdão dessa divida, que os contribuintes depois pagariam do seu bolso https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/06/artigoportugal-com-o-pior-desempenho.html 

Ainda sobre a lista acima é importante referir que não se pode comparar directamente uma pequena universidade que possui algumas centenas de professores com outra que possui milhares pelo que somente o rácio patentes/ETIs permite saber o que realmente separa as diferentes universidades no Top 10 das patentes e o mesmo mostra que o desempenho da Universidade do Minho é mais de 200% superior ao da Universidade do Porto e quase 600% superior ao da Universidade de Lisboa. 

Merece também registo o facto da Universidade Nova de Lisboa apresentar um desempenho inferior ao do Politécnico de Leiria e ao da UBI em números absolutos, sendo ainda mais inferior quando se leva em conta o número de ETIs. O desempenho das duas universidades lisboetas é tanto mais incompreensível já que é naquelas duas que a FCT gasta grande parte do seu orçamento, pois enquanto que a Universidade do Minho possui apenas 6 unidades de investigação que recebem mais de 1.5 milhões de euros já a universidade Nova e a e Universidade de Lisboa possuem respectivamente 16 e 27 unidades com essas generosas condições. 

PS - Desenganem-se porém aqueles que pensam que as universidades que fizeram as descobertas com mais impacto a nível mundial (e que estão por essa razão associadas a um maior número de prémios Nobel) são aquelas que possuem um maior número de patentes. A universidade de Cambridge é a segunda universidade a nível mundial que deu origem a mais prémios Nobel e porém quando se olha para a sua capacidade de produção de patentes, no ranking abaixo, é difícil não ficar surpreendido pelo seu "fraco" desempenho  https://academyofinventors.org/wp-content/uploads/2021/06/NAI-IPO-Top-100-Universities-Granted-U.S.-Utility-Patents-2020.pdf