segunda-feira, 29 de novembro de 2021

O sonho molhado dos CEOs

 


Ainda na sequência do post acima é bastante postivo constatar que um livro publicado este mês e comentado na semana passada na revista The Economist, já esteja à venda em Portugal https://www.wook.pt/livro/a-era-da-inteligencia-artificial-henry-a-kissinger/25534704

Mas como aperitivo ao mesmo afigura-se especialmente benéfico ler algumas das extensas criticas que o mesmo recebeu, como por exemplo a do professor Joseph Nye da Universidade de Harvard  https://www.project-syndicate.org/onpoint/age-of-ai-and-our-human-future-review-kissinger-schmidt-by-joseph-s-nye-2021-11

Bastante menos simpáticas são porém as criticas recebidas na Amazon https://www.amazon.com/Age-I-Our-Human-Future/dp/0316273805 e as mesmas nem sequer incidem sobre um aspecto fulcral, pois se há empresas como a própria Amazon em que os trabalhadores são forçados a urinar para garrafas imagine-se a esfuziante alegria dos CEOs em saber que no futuro terão ao seu dispor trabalhadores robotizados absurdamente inteligentes, que não necessitam de casas de banho nem perdem tempo a alimentar-se, que nunca fazem greves, que nunca se queixam nem muito menos formam sindicatos,  que nunca se cansam mesmo trabalhando 24 horas por dia, que nunca adoecem, que nunca faltam ao trabalho, e que nem sequer recebem qualquer salário ou qualquer outro subsidio, o que bem vistas as coisas é uma situação muitíssimo mais vantajosa para os CEOs do que aquela de que usufruiam os antigos donos de escravos. 

O próximo (deplorável) Presidente da Assembleia da República

 

Agora que Rui Rio (um candidato que curiosamente recusou debates com o seu adversário, o que deve ser uma nova e estranha forma de fazer politica) se tornou no candidato do PSD às próximas eleições legislativas, que serão quase de certeza ganhas pelo António Costa, já é possível saber pelo menos uma coisa, que é altamente provável que o próximo Presidente da Assembleia da República seja aquele inominável senhor cuja fronha inicia o presente post. Um pesadelo altamente perturbante que os Portugueses definitivamente não merecem. 

Seja como for, que ganhe o PS ou que ganhe o PSD é indiferente, porque quem perde é sempre Portugal, já que foram políticos daqueles dois partidos que nos últimos 47 anos andaram a sangrar este país para encher os bolsos deles e dos seus familiares e amigos. Foram os mesmos que aprovaram uma Constituição que permite a tortura de animais de companhia, os mesmos que  alteraram a lei para beneficiar os corruptos e também os condenados por crimes de pedofilia, os mesmos que aprovaram  as vergonhosas subvenções vitalícias para a classe politica, os mesmos que permitiram e continuam a permitir o tal escândalo milionário que é campeão absoluto neste blogue  e ainda os mesmos que recentemente aprovaram uma lei que impede a sua prisão  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/deputados-aprovam-lei-que-impede-que_21.html

PS - Que pena que não seja possível cruzar o mapa abaixo, que mostra os distritos onde Rui Rio venceu, com um mapa de Portugal onde se pudesse saber quais os distritos onde existe mais homofobia, para assim se poder aferir se a homofobia pesou na vitória do Rui Rio. Na verdade convém ter presente que não foi há assim tantos anos que num exame de Direito da Universidade de Lisboa se comparou o casamento entre dois homossexuais ao casamento entre uma pessoa e um animal doméstico.https://sicnoticias.pt/pais/2010-04-22-exame-universitario-compara-casamento-gay-a-uniao-de-humanos-e-animais3




domingo, 28 de novembro de 2021

Decoding China´s Nobel gap: The Paradox Behind Scientific Recognition

 


The aforementioned post fails to address a particularly intriguing paradox: a nation whose students consistently achieve top rankings in PISA assessments yet demonstrate a comparatively modest track record in securing Nobel Prizes—an issue that has long been a subject of fascination and debate in China. This paradox, which has drawn significant academic and public attention, was explored in depth by Cong Cao in a compelling and thought-provoking paper published in the Minerva journal. https://link.springer.com/content/pdf/10.1007/s11024-014-9249-y.pdf

A retired researcher from the University of Melbourne put forth the argument that the Chinese education system is largely responsible for this phenomenon. According to their perspective, the system’s deep-rooted tendency to regard students' inquiries as a disruptive or undesirable trait ultimately hinders the development of curiosity, critical thinking, and intellectual independence—qualities that are essential for groundbreaking scientific discoveries and, by extension, Nobel Prize-worthy achievements.
"on the Chinese educational system, a question asked by a student at Chinese schools might mean one of the following two things: (1) the student is silly and did not understand what the teacher already explained (and what everybody else understood), or (2) the student is too ambitious and wants to show a teacher in a bad light–that the teacher cannot answer a new question" http://www.josephjordania.com/files/A-HUMAN-STORY-COMPLETE-2020-7-7.pdf

Sequestro de carbono permite abatimento no IRS

 


É interessante constatar que depois do artigo choque de há duas semanas atrás, vide post acima, onde se falou de valorizações de mais de 2000%, ontem a secção de economia do Expresso voltou a dedicar um artigo aos terrenos agrícolas onde novamente se insiste que os mesmos são um investimento que "gera um rendimento sólido", quase parecendo que o Expresso está a contribuir activamente para empolar uma bolha, para juntar aquela outra bolha do mercado habitacional, que recentemente motivou um aviso da Comissão Europeia a Portugal. 

Ainda se ao menos o carbono (que esta semana atingiu o valor recorde de 73 euros por tonelada no mercado de futuros) sequestrado em certas espécies agrícolas pudesse ser descontado nos impostos seria um passo fundamental na implementação da agenda radical que defende a taxação da poluição, como defendeu o Secretário-Geral da ONU há dois anos atrás e como já defendia em 1970 o Nobel da Física  Norman Ramsey https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00963402.1970.11457790?journalCode=rbul20

PS - Nos EUA há créditos fiscais para sequestro de carbono mas infelizmente não incluem o sequestro por via de espécies vegetais. Felizmente porém que a Europa já está bastante mais avançada nessa matéria e de facto já não faltam muitos anos para que o "carbon farming" também possa gerar créditos fiscais  https://oppla.eu/new-european-commission-carbon-farming-initiative

sábado, 27 de novembro de 2021

Universidade Nova é a líder dos casos de incumprimento

 

Depois de num post anterior ter apresentado a lista das instituições com maior (e com menor) número de revisões confirmadas, apresenta-se abaixo uma análise mais fina, que mostra o resultado da diferença entre o rácio de revisões/100 docentes ETI e o rácio de publicações/100 docentes ETI, indexadas na Scopus em 2021, onde bem se percebe que a Universidade Nova é aquela com o maior desvio entre revisões e publicações, logo aquela com o maior nível de incumprimento do importante dever de revisão, incumprimento esse que no entender de alguns catedráticos merece ser penalizado com a rejeição automática de artigos dos académicos incumpridores https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/a-radical-solution-to-solve-crisis-in.html

Sobre este tema, tenha-se presente, que hoje mesmo é possível ler na Times Higher Education um artigo da nova Directora da IOP Publishing (que esteve muitos anos na Wiley) sobre o tema das revisões de publicações, relativamente às quais partilha as mesmas preocupações, que já há alguns anos foram expressas por um conhecido catedrático de medicina da Universidade de Stanford, que num artigo de 2014, que já recebeu várias centenas de citações, sugeriu corrigir/aperfeiçoar as actividades que devem ser valorizadas a nível académico, vide Tabela 2 do mesmo,  onde por exemplo se sugere tirar valor ao número de artigos, já que alguns/muitos desses artigos podem ser artigos irrelevantes ou até de baixa qualidade, mesmo que tenham sido publicados em revistas conhecidas. https://journals.plos.org/plosmedicine/article?id=10.1371/journal.pmed.1001747 

UNova................  -176
UPorto................. -137
ULisboa................. -74
IPCA..................... -66
IPol.Beja............... -40
IPol.Bragança........ -9
UAçores................. -1
UAberta................ +27
IPol.Viana C......... +32
IPol.Viseu............. +37
UMinho................. +37
ISCTE................... +43
UMadeira............. +46
UCoimbra............. +61
IPol.Santarém...... +64
IPol.Setubal......... +68
IPol.Porto............. +71
IPol.Coimbra....... +74
IPol.Tomar........... +81
IPol.Lisboa.......... +90
IPol.Leiria.......... +100
UÉvora...............+103
IPol.Guarda........+192
UAveiro.............. +154
IPol.C.Branco.... +178
UTAD................. +221
UBI..................... +286
UALG................. +301
IPolPortalegre.... +371

Neste contexto vale a pena reproduzir as declarações de uma professora de medicina da Universidade de Sydney, Amanda Salis (cujo número de revisões, como não podia deixar de ser, é superior ao número de publicações): 
“I have observed a change of culture at the National Health and Medical Research Council-NHMRC and at research institutes in the past 5-10 years that has encouraged the addition of peer review activity to research applications. It is no longer enough to just be doing great research; you also need to demonstrate that you are contributing to your profession more broadly. Peer review is an important means by which researchers can contribute to the growth of their profession, and demonstrating that you have done a certain amount of peer review (via a verifiable means such as Publons) proves that you are indeed making contributions to the greater good of research”.

PS - O supracitado catedrático da Universidade de Stanford foi o mesmo que em 2016 escreveu que quando olhava para alguns currículos volumosos contendo um elevado número de artigos, ficava na dúvida se eram o resultado de trabalho árduo e brilhante liderança ou antes a prova de esquemas muito pouco éticos, incluindo de excelência na escravidão de jovens investigadores:
"It is sometimes difficult to tell whether a superb CV with a lengthy publication list reflects hard work and brilliant leadership or the composite product of dexterous power game networking, gift authorship [24], and excellence in the slave trade of younger researchers"

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Desempenho de 16 instituições de ensino superior em termos de colaborações com investigadores de Universidades da China


Se se admitir, que agora que o centro de gravidade da economia mundial regressou à Ásia (de onde garantidamente não sairá tão cedo, vide artigo do Andrew Monaghan, que já tinha sido mencionado no post acessível no link acima e também o artigo publicado na revista The Economist comentado aqui, então isso significa que as universidades Portuguesas com mais colaborações com investigadores daquele país asiático, que é agora recorde-se o novo campeão mundial dos artigos altamente citados muito contribuem para minorar a sobejamente conhecida irrelevância do impacto internacional da ciência Portuguesa, https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/carlos-fiolhaisa-fraca-qualidade-da.html 

Decorre daqui que, como mostram as duas imagens abaixo (que revelam as percentagens de colaborações de IES nacionais relativamente ao total de publicações indexadas na base de dados Scopus) que são as universidades da Madeira, do Minho e de Coimbra as que mais se tem preocupado com essa importante questão, sendo difícil de perceber (ou talvez não), porque é que ao mesmo tempo, há muitas outras instituições de ensino superior que se preocupam muitíssimo menos ou quase nada com a mesma. Será negligência ou incompetência ?




Controversial law that transforms precarious Post-Doc contracts into permanent positions approved

 

"Berlin’s legislature took a radical step to address the precarious employment situation that plagues many early-career researchers. It passed a law requiring universities to offer new postdoc hires a pathway to a permanent position"

It’s true that the recently approved law by the City-State of Berlin (see link above) is not without its flaws and will pose challenges in terms of budget compliance. However, it’s important to approach these challenges with a fresh perspective—one that isn't stuck in outdated thinking. This requires us to consider which sectors need to be stimulated in a knowledge economy, especially in the face of a looming climate crisis. This was echoed recently by the Executive Vice President of the European Union, Frans Timmermans, who expressed concern about the future his grandson—born in 2020—might face, potentially fighting for basic resources like water and food.

As for who will fund the controversial yet promising increase in post-doc positions, we must remember that Europe loses tens of billions of euros annually due to tax evasion. This is why Germany's relentless pursuit of tax evaders, even within the confines of the law, is understandable. If just 10% of this lost amount were recouped, it could fund nearly 300,000 permanent post-doc positions across Europe. This initiative is not only crucial for scientific advancement but also for Europe's economic recovery. And this statement didn’t come from a science enthusiast, but from the President of the European Central Bank, Christine Lagarde, at the World Economic Forum.

PS -  I won’t even need to mention the obvious: society desperately needs substantial measures to combat the growing cult of ignorance, which I commented on back on November 1st.https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/attenborough-versus-ronaldo-or.html

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

O catedrático Sobrinho Simões e a infalível receita educativa para NÃO fabricar excelentes investigadores

 

A primeira vez que ouvi alguém, com elevado prestigio académico, referir-se publicamente à importância primordial da formulação de questões, foi na pessoa do catedrático Sobrinho Simões, que no Palácio de Belém em Outubro de 2017 disse que "aquilo que distingue a espécie humana não é a capacidade de dar respostas mas a de fazer perguntas".

Depois disso foi também num livro de Julho de 2020 de um académico aposentado da Universidade de Melbourne, cujo primeiro capítulo é precisamente sobre a importância de fazer perguntas. Onde se fica a saber que o sistema educativo tradicional, que privilegia dar respostas e não fazer perguntas tem arruinado (leia-se tem desgraçado) o futuro de sucessivas gerações de estudantes, sendo o mais flagrante exemplo disso mesmo o "sucesso" dos estudantes Chineses (na China entendem que há apenas duas razões para justificar o comportamento dos alunos que tem o hábito de fazer muitas perguntas, ou são alunos burros ou são alunos dissimulados e velhacos que querem mostrar que o Professor não sabe a resposta) nos testes PISA que (sem surpresa) não encontra correspondência com o flagrante insucesso da mesma China em termos de prémios Nobel, que é a maior prova de um sistema de ensino que até foi bastante útil para a economia industrial do século 20, mas é absolutamente desadequado quanto a suprir as necessidades de uma economia do conhecimento o século 21. Sobre a flagrante falácia dos testes PISA vale a pena recordar um post de 2019 aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/pisa-best-students-in-world.html

Coisa bastante diferente e muito mais problemática são os inúmeros desafios que o futuro trará no que respeita à formulação de perguntas, como se percebe através das investigações da omnipresente (e quase omnisciente) google no respeitante a ensinar a inteligência artificial a fazer perguntas e mais recentemente através de resultados de investigações que aproveitaram a inusitada capacidade da inteligência artificial para formular hipóteses. https://www.scientificamerican.com/article/ai-generates-hypotheses-human-scientists-have-not-thought-of/

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Aprovada lei polémica que transforma contratos precários de investigadores Pós-Doc em contratos permanentes


"Berlin’s legislature took a radical step to address the precarious employment situation that plagues many early-career researchers. It passed a law requiring universities to offer new postdoc hires a pathway to a permanent position"

É verdade que a lei recentemente aprovada pela cidade Estado Berlin, vide link acima, não é perfeita e trará consigo muitos desafios desde logo o da cabimentação orçamental, porém é preciso olhar para o problema de uma outra forma, mais desempoeirada (leia-se menos fossilizada). E essa forma requer que nos interroguemos sobre que áreas de actividade é que se torna necessário estimular numa economia do conhecimento e ainda por cima num contexto de apocalipse climático, que leva a que até mesmo o Vice-Presidente Executivo da União Europeia, Frans Timmermans, recentemente se tenha mostrado preocupado quanto à possibilidade do seu neto, nascido em 2020, ter num futuro não muito longínquo de lutar contra outros humanos por água e comida. 

Já sobre saber-se onde é que a Alemanha e os restantes países europeus irão buscar dinheiro para sustentar a tal polémica mas virtuosa transição, é importante recordar que a Europa perde todos os anos largas dezenas de milhares de milhões de euros em fuga aos impostos (e é por isso que a implacável obsessão Alemã de perseguir os grandes evasores fiscais mesmo agindo no limite da legalidade e comprando listas com informação que foi roubada a bancos é a meu ver absolutamente compreensível e até bastante louvável atenta a magnitude do problema) o que significa que apenas 10% do referido e criminoso valor permitiria contratar de forma permanente quase 300.000 investigadores pós-docs na Europa e se eles fossem distribuidos de forma proporcional atenta a dimensão de cada país então a Portugal caberiam 4000 contratos permanentes para pós-doutorados. 

Essa alocação de verbas à investigação é além disso crucial para a recuperação económica da Europa e quem o afirmou não foi nenhum apaixonado pela ciência, mas sim a Presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde em declarações produzidas no World Economic Forum.  

PS - E nem sequer preciso de perder tempo a referir o óbvio, que a sociedade actual necessita de medidas substanciais que ajudem a combater o crescente culto da ignorância, que neste blogue comentei no passado dia 1 de Novembro aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/ronaldo-versus-attenborough.html

GDP, Happiness and Climate Apocalypse

Drawing inspiration from the article published in Nature on August 23, 2020, (link above) it becomes clear that addressing some of the most pressing global challenges is not only feasible but also surprisingly affordable. According to the article, implementing the Paris Agreement—an ambitious but critical framework for mitigating climate change—would cost just 1% of global GDP annually. Furthermore, achieving the United Nations' Sustainable Development Goals (SDGs), a comprehensive blueprint to eradicate poverty, protect the planet, and ensure prosperity for all, would require merely 5% of global GDP per year.

In this context, it is particularly meaningful to reflect on the legacy of S.L. Mansholt, whose portrait is featured above. Mansholt, a visionary Dutch politician and former Vice-President of the European Commission, is widely recognized for proposing the concept of Gross National Happiness (GNH) in 1972 as an alternative to Gross Domestic Product (GDP). This forward-thinking idea sought to measure a nation's progress not solely by its economic output but by the well-being and happiness of its citizens—a metric that feels especially pertinent as we confront an apocalyptic climate emergency.

Mansholt, a Dutch politician and former Vice-President of the European Commission, is also credited with coining the concept of Gross National Happiness (GNH) in 1972 as an alternative to GDP—a notion particularly relevant amidst today's apocalyptic climate emergency.  This urgency is underscored by Frans Timmermans, EU Executive Vice-President, who recently warned that future generations, including his own grandson, may have to fight for basic necessities like water and food.

The gravity of our current predicament is echoed in the recent words of Frans Timmermans, the European Commission’s Executive Vice-President, who sounded an alarming warning about the future. In a poignant reflection, he revealed his fear that his grandson—and others of his generation—may be forced to fight for essential resources such as water and food, a stark reminder of the tangible human cost of environmental and societal inaction.