Depois de num post anterior ter apresentado a lista das instituições com maior (e com menor) número de revisões confirmadas, apresenta-se abaixo uma análise mais fina, que mostra o resultado da diferença entre o rácio de revisões/100 docentes ETI e o rácio de publicações/100 docentes ETI, indexadas na Scopus em 2021, onde bem se percebe que a Universidade Nova é aquela com o maior desvio entre revisões e publicações, logo aquela com o maior nível de incumprimento do importante dever de revisão, incumprimento esse que no entender de alguns catedráticos merece ser penalizado com a rejeição automática de artigos dos académicos incumpridores https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/11/a-radical-solution-to-solve-crisis-in.html
Sobre este tema, tenha-se presente, que hoje mesmo é possível ler na Times Higher Education um artigo da nova Directora da IOP Publishing (que esteve muitos anos na Wiley) sobre o tema das revisões de publicações, relativamente às quais partilha as mesmas preocupações, que já há alguns anos foram expressas por um conhecido catedrático de medicina da Universidade de Stanford, que num artigo de 2014, que já recebeu várias centenas de citações, sugeriu corrigir/aperfeiçoar as actividades que devem ser valorizadas a nível académico, vide Tabela 2 do mesmo, onde por exemplo se sugere tirar valor ao número de artigos, já que alguns/muitos desses artigos podem ser artigos irrelevantes ou até de baixa qualidade, mesmo que tenham sido publicados em revistas conhecidas. https://journals.plos.org/plosmedicine/article?id=10.1371/journal.pmed.1001747
UNova................ -176
UPorto................. -137
ULisboa................. -74
IPCA..................... -66
IPol.Beja............... -40
IPol.Bragança........ -9
UAçores................. -1
UAberta................ +27
IPol.Viana C......... +32
IPol.Viseu............. +37
UMinho................. +37
ISCTE................... +43
UMadeira............. +46
UCoimbra............. +61
IPol.Santarém...... +64
IPol.Setubal......... +68
IPol.Porto............. +71
IPol.Coimbra....... +74
IPol.Tomar........... +81
IPol.Lisboa.......... +90
IPol.Leiria.......... +100
UÉvora...............+103
IPol.Guarda........+192
UAveiro.............. +154
IPol.C.Branco.... +178
UTAD................. +221
UBI..................... +286
UALG................. +301
IPolPortalegre.... +371
Neste contexto vale a pena reproduzir as declarações de uma professora de medicina da Universidade de Sydney, Amanda Salis (cujo número de revisões, como não podia deixar de ser, é superior ao número de publicações):
“I have observed a change of culture at the National Health and Medical Research Council-NHMRC and at research institutes in the past 5-10 years that has encouraged the addition of peer review activity to research applications. It is no longer enough to just be doing great research; you also need to demonstrate that you are contributing to your profession more broadly. Peer review is an important means by which researchers can contribute to the growth of their profession, and demonstrating that you have done a certain amount of peer review (via a verifiable means such as Publons) proves that you are indeed making contributions to the greater good of research”.
PS - O supracitado catedrático da Universidade de Stanford foi o mesmo que em 2016 escreveu que quando olhava para alguns currículos volumosos contendo um elevado número de artigos, ficava na dúvida se eram o resultado de trabalho árduo e brilhante liderança ou antes a prova de esquemas muito pouco éticos, incluindo de excelência na escravidão de jovens investigadores:
"It is sometimes difficult to tell whether a superb CV with a lengthy publication list reflects hard work and brilliant leadership or the composite product of dexterous power game networking, gift authorship [24], and excellence in the slave trade of younger researchers"