terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Será que os investigadores Portugueses têm receio de submeter candidaturas ao European Research Council ?

 

A figura acima mostra que após correcção das diferenças populacionais entre os diferentes países, a Suécia, a Suiça, a Finlândia e a Holanda submetem muito mais candidaturas individuais ás bolsas milionárias do European Research Council do que Portugal. Qual a será a razão para que haja países europeus a submeter 300% e até 400% mais candidaturas do que Portugal ? 

Será que é porque como se viu anteriormente os investigadores Portugueses preferem gastar as suas energias a produzir um elevado número de publicações sem impacto ? https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/01/publicacoes-cientificasem-2009-portugal.html

Neste momento a FCT financia à volta de 300 unidades de investigação, seria por isso expectável que no mínimo, cada unidade fizesse pelo menos uma candidatura anual às bolsas do European Research Council e porém o número de candidaturas anuais não chega sequer a uma centena. E como há mais de uma centena de unidades classificadas com a notação EXCELENTE (que são as unidades com mais obrigações em concorrer a essas bolsas), então isso significa que nem sequer há uma candidatura anual às bolsas ERC, por cada unidade classificada com EXCELENTE, quando na verdade o numero total anual de candidaturas Portuguesas deveria ser de várias centenas, somente para  estarmos com a mesma intensidade de candidaturas dos países acima referidos. 

Faz algum sentido que as mesmas unidades de investigação que submeteram vários milhares de candidaturas (5847, cinco mil oitocentos e quarenta e sete) na última Call de projectos da FCT, submetam anualmente apenas algumas poucas dezenas de candidaturas ao European Research Council e até haja unidades classificadas com Excelente de onde nunca saiu uma única candidatura às bolsas milionárias da ERC ? 

Será medo ? Mas medo do quê se os concursos do European Research Council até tem taxas de rejeição similares ás dos concursos da FCT e se o processo de candidatura na plataforma da FCT até é mais burocrático do que o da European Research Council ?