sábado, 11 de setembro de 2021

Expresso__Governo ainda continua em estado de choque com o trambolhão de Portugal no ranking da inovação



O tal trambolhão de Portugal no ranking europeu de inovação, comentado no post acima de 26 de Julho, ainda continua a suscitar polémica e um longo artigo publicado ontem na página 5 da secção de Economia do Expresso, revela que o Governo ainda não conseguiu digerir a desagradável realidade. Não só o Governo mas também e infelizmente a professora Joana Mendonça da Universidade de Lisboa, que é a nova Presidente da Agência Nacional de Inovação, a qual afirmou que "a estatística não representa a realidade da inovação em Portugal. A inovação não diminuiu em Portugal" Moral da história, no universo da realidade socialista, quando os números não são cor de rosa então é porque a estatística só pode estar errada.  

E de facto houve um grande aumento de "inovação" mas foi infelizmente na parte da tentativa de minimização do pagamento de impostos por via de créditos (leia-se subsídios) relacionados com alegadas actividades de investigação, como se deu conta em 18 de Agosto aqui e a prova disso mesmo também já se tinha dado neste blog, por conta do fraquíssimo desempenho das empresas nacionais em termos de pedidos de patentes em 2020, que foi liderado a nível nacional pela Universidade do Minho, e não por nenhuma empresa, como era suposto e como sucede nos países inovadores, onde abundam empresas inovadoras, como se dá conta num ranking mundial de empresas inovadoras, onde Portugal nunca teve uma única empresa e provavelmente nunca terá https://clarivate.com/top-100-innovators/ 

E no primeiro semestre de 2021, foi novamente a universidade do Minho (uma universidade que a fazer fé nas recentes declarações do Reitor da Universidade de Lisboa recebe do Orçamento de Estado menos de 30% do que aquilo que devia receber) que voltou a liderar o panorama nacional nessa área, sendo que a "honra do convento" do sector empresarial deste pobre país ficou a cargo de uma empresa Japonesa, a Yazaki, localizada em Ovar e que produz componentes eléctricos para o sector automóvel  https://eco.sapo.pt/2021/08/25/universidade-do-minho-lidera-pedidos-de-patentes-ate-junho/ 

Recordo que em 1974 o PIB per capita de Portugal era de 2000 dólares e de lá para cá em quase 50 anos cresceu 11 vezes. Em 1974 o PIB per capita da Coreia do Sul era muito inferior ao de Portugal e não chegava sequer a 600 dólares (563 dólares) mas de lá para cá aquele país asiático cresceu 56 vezes, e agora até tem mais empresas do que a França, a Suiça ou a Alemanha no grupo das 100 mais inovadoras a nível mundial. https://clarivate.com/top-100-innovators/ E isso mesmo sem as ajudas de largas dezenas de milhares de milhões de euros de subsídios que Portugal recebeu da Europa, o que permite concluir que se não fossem essas muitas ajudas europeias o nosso país teria crescido muito menos nos últimos 50 anos, o que mostra bem a magnitude das muitas e sistémicas asneiras Governativas que ocorreram em Portugal nesse período, protagonizadas por politicos incompetentes, quando não vigaristas e até mesmo corruptos.   

Não são por isso as estatísticas da inovação que estão erradas, o que está errado é a forma como nos últimos 50 anos o poder politico degradou a Academia, com cortes sistemáticos e sempre permanentes, de tal forma que os juízes que em 1974 ganhavam o mesmo que um professor do ensino secundário, agora com apenas 27 anos conseguem ganhar mais do que um professor-Associado e aos 31 anos até já ganham mais do que um catedrático (algo impensável em qualquer país desenvolvido) e que aqueles que há pouco tempo iniciaram a carreira académica, quando se aposentarem, mesmo se conseguirem chegar a catedráticos, irão (ao contrário dos juízes que recebem uma pensão correspondente a 100% do vencimento) receber uma pensão miserável (pelo menos quando comparada com a dos catedráticos nos países no Norte da Europa) de apenas 30 a 40% do salário médio. https://www.publico.pt/2019/12/08/economia/entrevista/pessoas-vao-quebra-abrupta-rendimentos-nao-sabem-1896545 pelo que qualquer jovem investigador de elevado potencial que seja minimamente ambicioso, o melhor que tem a fazer é sair deste país indo contribuir para a riqueza de outros países, como fez por exemplo aquele jovem investigador da Universidade de Lisboa, que aos 33 anos conseguiu chegar a catedrático na Universidade de Viena, onde evidentemente recebe muito mais do que aquilo que algum dia conseguiria receber na Universidade de Lisboa.

O que está profundamente errado no nosso país é todo um sistema, que como dizia o Medina Carreira facilita a vida à gatunagem, que permitiu que os bancos tivessem feito desaparecer dezenas de milhares de milhões de euros, emprestando sem garantias a Berardos e Vasconcelos sem que ninguém vá para a cadeia e onde até se dão perdões aos grandes evasores fiscais, ao contrário da Alemanha onde a fuga ao fisco acima de 1 milhão de euros dá sempre cadeia onde os tribunais mandam em paz 90% dos acusados por associação criminosa e onde 95% dos condenados por crimes de corrupção recebem pena suspensa o mesmo sistema, que muito oportunamente, permite que os políticos se limitem a pagar umas multazinhas como sucedeu com uma  famosa deputada  e que ainda hoje se continuem a gastar milhões de euros em subvenções vitalicias de politicos, que nada fizeram para ajudar este país, tendo-se limitado a levantar o braço na Assembleia da República, muitas vezes para aprovar leis vergonhosas como aquela que descriminalizou as burlas e as fraudes, e que foi aprovada durante o Governo do Sr. José Sócrates.  https://www.dn.pt/portugal/burla-e-fraude-deixaram-de-ser-crime-1642615.html