Afinal as revelações sobre a vigarice que é o Direito Português não terminaram nos posts acima pois hoje mesmo duas eminentes figuras, o Procurador Jubilado Euclides Dâmaso e o juiz Conselheiro Jubilado José Santos Cabral, escolheram a revista Sábado explicar que é possível que alguém possa cortar o pescoço à sua mulher e depois possa impugnar a sua condenação (como sucedeu num caso ocorrido na zona de Castelo Branco) por causa de uma oportuna pérola jurídica e foi essa mesma pérola (AUJ) também serviu para que o juiz Ivo Rosa tenha na instrução do processo Marquês mandado denegar a pronúncia de vários crimes de branqueamento de capitais.
Os referidos Jubilados dizem que a justiça está capturada por "um regime de nulidades draconiano". Ou dito em linguagem mais simples, quem tiver advogados espertalhaços dificilmente não impugna um processo por conta de uma qualquer das inúmeras nulidades que infestam o código penal. E claro está, que quem se fartou de roubar e pode pagar aos melhores advogados deste país muito mais facilmente consegue anular uma condenação.
Aquele famoso maçom sem património que fugiu para o Brasil, foto acima, onde leva uma vida só possível para quem tem um património milionário, deixou em Portugal um calote de largas centenas de milhões de euros, porém ouvido hoje virtualmente pelos Deputados da Assembleia da República mandou dizer que não deve rigorosamente nada e também que não admite que digam que deve seja o que for https://www.sabado.pt/dinheiro/detalhe/siga-ao-minuto-a-audicao-do-devedor-nuno-vasconcellos E o mais espantoso é que ele não está a mentir, porque quem deve tem de pagar, exactamente como o Sr. Madoff pagou com uma estadia na prisão até ao fim dos seus dias (se estivesse em Portugal ainda nem sequer tinha sido condenado), e como quem vai pagar a divida do maçom Nuno Vaconcelos não é ele mas sim os contribuintes Portugueses então mais não resta do que concluir que eles são os verdadeiros devedores. E devem de facto, devem muito à burrice por conta de nos ultimos 47 anos terem eleito politicos canalhas que sem qualquer vergonha aprovaram leis infames que protegem vigaristas e corruptos.
Na mesma revista Sábado hoje publicada o Subdirector Carlos Lima, comenta a impunidade dos calotes do colarinho branco e compara-os ao caso de uma pobre desgraçada que ganhava o salário minimo e a quem penhoraram e venderam a sua própria casa, por conta de uma divida de 3500 euros. O que mostra que os mesmos canalhas que aprovaram leis para proteger vigaristas e corruptos (por certo a pensarem em safar-se a eles próprios e aos seus amigos quando no futuro forem apanhados e julgados) foram também os mesmos que aprovaram leis para que os tribunais persigam de forma implacável e extraordinariamente célere casos como o da tal pobre desgraçada.