quarta-feira, 12 de maio de 2021

Engenheiros incógnitos: Um tiro no pé da engenharia ?



O objectivo deste post não é comentar a polémica relativa aquela ponte pedonal, Arouca 516, projectada pelo  ITeCons e recentemente aberta ao público, se é ou não a maior do mundo, quando comparada com uma outra ponte que existe no Nepal, mas sim para exprimir a minha estranheza pelo facto dos orgãos de comunicação não fazerem qualquer menção ao nome dos Engenheiros autores do projecto da referida ponte ? 

Faz sentido que uma ponte que até já ganhou um prémio seja filha de Engenheiros Incógnitos ? Ou será que a desculpa é que eles não fizeram mais do que as suas obrigações e portanto não precisam de exposição mediática, ao contrário do que sucede com os artistas, da bola e de outras artes, como foi referido pelo António Barreto https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/11/a-desvalorizacao-da-ciencia-e-da.html Mas se a ponte se tornou publicamente famosa porque é que os seus autores não são publicamente beneficiários dessa mesma fama ? 

E não será evidente que esse anonimato é de certa forma danoso, pelo menos para a engenharia civil, pois não contribui para ajudar esse curso a recuperar o prestigio que perdeu para outros cursos há poucos anos, quando os títulos na imprensa até chegaram ao ponto de questionar a extinção do curso de engenharia civil  ainda para mais quando esse curso já recuperou em número de alunos em várias universidades e até em alguns Politécnicos mas ainda está longe de recuperar na Universidade de Coimbra, logo aquela universidade a que está ligado o citado ITeCons?

Noutros países até se pode entender que haja engenheiros incógnitos, para que dessa forma o público não saiba quem fez um mau serviço, ao projectar pontes pedonais como aquela que se ficou a saber esta semana, não conseguiu resistir à acção do vento https://www.theguardian.com/world/2021/may/10/china-tourist-bridge-glass-panels-smash-longjing-city