A revista
Sábado dá conta de um bizarro caso envolvendo o conhecido deputado Ascenso
Simões (que um dia defendeu, sem qualquer ironia, que o José Sócrates devia ter sido condecorado pelo seu brilhante desempenho enquanto primeiro-ministro), o qual inicialmente começou por dizer que o comentário foi feito a
partir de uma conta falsa, embora a referida revista tenha confirmado que aquela conta está registada oficialmente, mas depois mudou a história para dizer que a
conta é afinal “gerida pelos seus assessores” pelo que ele não pode assim ser
culpado pelo ocorrido. Nesse caso a pergunta passa a ser, pode um assessor de um deputado
sugerir publicamente que uma cidadã deste país é prostituta sem incorrer no
crime de injúria ?
E faz algum
sentido nos tempos que correm (com dezenas de Portugueses a morrer todos os dias e milhares a ficarem desempregados também todos os dias), quando o Governo manda dizer que não falta nada
nos hospitais, ao mesmo tempo que se multiplicam as campanhas de esmolas para
financiar a compra de materiais de protecção para os mesmos hospitais, que um
assessor possa insultar quem lhe paga o vencimento de vários milhares de euros ?
E porque é que nos tempos
que correm, quando parece que os assessores dos deputados tem muito pouco ou
mesmo nada de útil para fazer, o Estado não lhes reduz o salário, para com o dinheiro poupado ajudar a comprar aquilo que falta nos hospitais ?