Ainda na
sequência do post acima vale a pena comentar o artigo do Daniel Bessa ontem na
secção de Economia do Expresso.A prosa é
agora muito mais tímida, quando comparada com o artigo publicado no Observador onde (pasme-se) até se solidarizava com o Ministro das Finanças daquele país, onde a justiça de forma inacreditável se recusou a proibir um partido de pedófilos de concorrer às eleições
O artigo do Daniel Bessa repete de certa forma a argumentação vertida no artigo publicado no Observador dizendo que a austeridade é inevitável, mas prudentemente evitou falar no tóxico Ministro das Finanças, Wopke Hoekstra, um filho da puta que andou a estudar Direito mas depois percebeu que a gestão dava mais dinheiro e foi habilitar-se com um MBA (não se sabendo se ele tirou o MBA-Master Bullshit Artist ou o MBA-Mediocre But Arrogant) com o qual foi trabalhar numa consultora conhecida por ajudar os ricos a fugir aos impostos, https://fusion.tv/story/316663/panama-papers-brightao-sandy-weill-mckinsey/ o mesmo filho da puta cujas repugnantes declarações (criticando a Itália e a Espanha porque alegadamente não pouparam o suficiente para suportar as consequências da pandemia coronavírus) foram criticadas inclusive por membros da coligação que suporta o Governo da Holanda, os deputados Gert-Jan Segers e Rob Jetten.
E as referidas declarações são tanto mais inadmissiveis porque por espantoso que possa parecer ninguém ouviu, aquele famoso filho da puta, de apelido Trump criticar os habitantes do Mississipi (um dos estados mais pobres dos EUA) porque alegadamente não teriam poupado o suficiente e portanto teriam agora muito menos recursos para fazer face à recessão do coronavírus quando comparados com os Estados mais ricos da União, como por exemplo New Jersey ou o Massachusetts ! É por isso absolutamente evidente que a Europa não vai a lado nenhum enquanto tiver muito menos coesão interna do que os Estados Unidos.
Ainda quanto ao artigo do Daniel Bessa devo dizer que a solidariedade é sem dúvida uma coisa muito linda, mas antes de chegarmos à fase
da linda solidariedade temos que tratar da fase do cumprimento da lei.
É por isso chegada a altura para falar daqueles que há poucos anos beneficiaram de um taxa reduzida de 5% para
lavarem (Ana Gomes dixit) milhares de milhões de euros ao abrigo do programa RERT. Pelo que se nessa
altura a República Portuguesa foi muito generosa com eles é agora chegada a altura deles estarem
na linha da frente no sentido de contribuírem com uma pequena percentagem, que pode ser novamente de 5% para
ajudar a combater a recessão coronavírus.
E quem diz os beneficiados pelo
programa RERT, diz também todos aqueles, que nas últimas décadas por conta de um "planeamento fiscal agressivo", andaram a fugir ao pagamento de impostos https://www.publico.pt/2017/05/20/economia/noticia/malta-e-o-paraiso-dos-impostos-para-mais-de-50-mil-empresas-1772891 enquanto que muitos
outros neste país pagavam percentagens de 30 e 40% para financiar o SNS, segurança pública, a escola pública etc etc
Depois há também que fazer em Portugal aquilo que o fisco Espanhol há muito faz aos senhores da bola, dando-lhes a escolher entre pagar impostos em falta ou irem para a prisão fazer companhia a pedófilos e violadores, e correndo o risco de serem eles próprios violados. https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/03/ser-enrabado-com-ou-sem-vaselina.html
Por uma feliz coincidência na mesma
secção de economia do Expresso de ontem, o Engenheiro Conselheiro, Luís Todo Bom, fala
das sanguessugas da “renda garantida” (EDP, empresas de energia renovável e PPPs) que são basicamente uma forma de os
países ricos sugarem os recursos dos países pobres e propõe que não se aceitem “taxas
de remuneração dos capitais próprios superiores a 6% e/ou aplicando taxas
extraordinárias sobre os resultados que se situem acima destes valores” proposta essa que será excelente para minorar a sangria dos dinheiros públicos. Pena é que o Daniel Bessa não se tenha lembrado dela antes de se limitar a repetir a cassette de "mais impostos".
Resumindo, há muito dinheiro para cobrar antes de chegarmos à fase da "solidariedade", a tal que implica um aumento de impostos para os pagantes palermas do costume.
P.S - Este post
não ficaria completo sem uma referência ao deputado Ventura, que prometeu aos
seus eleitores que iria cumprir o mandato em regime de exclusividade mas
que mudou de ideias e anda também ele a
ajudar os ricos a fazerem aquilo que sabem fazer melhor
“As regras do fisco português não são novidade
para André Ventura. O deputado trabalhou na Autoridade Tributária e ainda
mantém o vínculo ao fisco português, agora em regime de licença sem vencimento.
Enquanto inspetor tributário estagiário, Ventura assinou um parecer em 2014 que
serviu para isentar do
pagamento de 1.8 milhões de euros de IVA uma empresa ...pertencia a
Paulo Lalanda de Castro e o Ministério Público incluiu-a na investigação aos
vistos gold, por suspeita de favorecimento ...Esse conhecimento adquirido por
Ventura acerca dos mecanismos da máquina fiscal para apanhar quem quer fugir ao
fisco está agora ao serviço da Finpartner.