sexta-feira, 3 de abril de 2020

A generala indignada e o general "iluminado"

Hoje na página 27 do jornal Público é publicada uma resposta indignada sobre um artigo anterior saído no mesmo Público de título “Generais arriscam ser julgados por ajustes directos em hospital militar”. O qual têm pelo menos dois aspectos curiosos. 

Curioso é quando a senhora generala escreve que: "a notícia foi publicada sem que tenha sido precedida de uma simples tentativa de contacto com a minha pessoa", algo que o jornal nega de forma veemente alegando que em devido tempo solicitou uma entrevista com a dita que não teve qualquer resposta. 

Uma outra parte curiosa é quando a senhora generala se socorre em sua defesa de alguns artigos escritos por um general reformado no semanário Sol, que ela apelida de “iluminado". Curiosa na justa medida em que se trata do mesmo general, já comentado neste blog, pelo facto de ter dito que o valor do voto não devia ser, como estipula o Artº 10 da nossa Constituição (a mesma que ele jurou defender com risco da própria vida) igual para todos os Portugueses:
“Sou contra a ideia republicana de "um cidadão, um voto"; sou a favor da ideia de que um cidadão deve dispor de um número de votos correspondente ao montante de impostos que paga"
Uma ideia bizarra que significaria que aqueles milhões de Portugueses que pagam poucos impostos seriam assim cidadãos de segunda categoria e também que os muitos Portugueses que não pagam impostos seriam nesse contexto cidadãos de quarta, quinta ou sexta categorias, enfim, quase sub-humanos. Quase lixo. Os Portugueses de primeira, seriam assim pessoas como a Srª Amorim (a tal que anda a apostar no negócio do luxo), o Presidente da EDP, os Presidentes dos Bancos etc etc

P.S – Importante é também destacar um pequeno excerto que abaixo se reproduz retirado de um artigo hoje publicado no mesmo jornal na página imediatamente anterior à do artigo supra. O mesmo respeita ao assassinato de um estrangeiro ocorrido no aeroporto de Lisboa, que já tinha comentado aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/03/estrangeiro-torturado-ate-morte-no.html 
e que sem dúvida alguma levará o Estado (os contribuintes Portugueses) a ter de indemnizar a sua mulher e os seus filhos menores, por conta da acção de policias que acham que o espancamento serve de substituto ao treino do ginásio !
“Foram, descreve o documento, 20 minutos, interrompidos por “alguns vigilantes”, a quem ameaçaram
— “Isto aqui é para ninguém ver” — e a quem terão dito... “isto hoje, já nem preciso de ir ao ginásio”. A autópsia revelou...múltiplas costelas partidas, os arguidos ter-se-ão sentado em cima dele, esmagando-lhe o tórax...a caixa costal estava partida...”