Não percebo o histerismo no respeitante a saber-se quem é afinal o pai da criança, dos alegadamente fracos resultados dos alunos Portugueses nos exames de Matemática (é importante recordar que os alunos Portugueses do 4º ano tiveram resultados a Matemática acima dos da Dinamarca, Suécia e Alemanha, cfr página 27 do recente Relatório TIMSS Trends in International Mathematics and Science Study), vide noticia no link acima, tendo em conta não só o que escrevi sobre os ressuscitados famigerados quadros de honra aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/escolas-portuguesasos-mafiosos-e.html mas principalmente em face do meu profundo cepticismo sobre o significado e as consequências de outros testes de avaliação de conhecimentos, os famosos PISA, https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/pisa-best-students-in-world.html sendo até dificil e até idiota acreditar que aquilo que a Humanidade realmente necessita para resolver os seus muitos problemas é de resmas de estudantes com elevadíssimas classificações escolares.
Uma prova evidente da irracionalidade da supracitada tese, obtem-se da comparação entre o comportamento de alunos de que concluiram com sucesso o ensino secundário, incluindo até mesmo alunos que tiveram 20 valores a Matemática e também a outras disciplinas, conforme comentado aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/09/ter-media-de-20-valores-nao-e-sinonimo.html com o comportamento daquela jovem Sueca que faltou a muitas aulas e hoje até tem o seu nome mencionado em vários artigos científicos, como por exemplo num inquietante artigo de um catedrático de Física da Universidade de Oxford, https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00963402.2019.1654255?journalCode=rbul20
onde se mostra bem qual é o péssimo resultado da acção de muitas pessoas inteligentes, ao longo dos dois ultimos séculos e o qual também já tinha sido mencionado aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/11/o-cientista-que-afirma-que-metade-do.html
E mesmo para aqueles que pretendem dedicar-se à ciência seria importante que soubessem ao menos o que escreveu alguém (imagem acima) que deu um contributo fundamental para o progresso dessa ciência e que paradoxalmente não fez a apologia dos muito inteligentes:
"what makes a man a discoverer of undiscovered things; and a most perplexing problem it is. Many men who are very clever—much cleverer than the discoverers—never originate anything.” Darwin C. 1871 letter to his son Horace as reported by Erasmus Darwin. In Darwin E. A century of family letters (1792-1896) ed.Litchfield H London, UK: John Murray, 1915, 2:207.