quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Estudo sobre a endogamia envolvendo milhares de académicos em 140 países explica o inconseguimento Português

 


Ainda na sequência do post cima que mostrou bem o lamentável resultado da profunda endogamia na Academia Portuguesa, atente-se no estudo de título "Academic inbreeding and choice of strategic research approaches" publicado há pouco tempo na revista Higher Education Quarterly, que analisou e confirmou que os académicos endogâmicos são científicamente menos inovadores e menos ambiciosos. Os resultados mostraram que as agendas de investigação dos académicos endogâmicos apresentam menos potencial para conduzirem a grandes descobertas, que estejam associadas a um maior risco: 
"The findings show that homegrown academics research agendas are not designed with the potential to lead to scientific discovery (and research breakthroughs, which involves a greater risk-taking attitude)" https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/hequ.12328

Talvez agora se perceba melhor não só porque é que Portugal não ganha um Nobel da ciência há mais de 70 anos  mas também porque é que nem sequer consegue ter um único cientista naquele famoso grupo de quase 400 que segundo a Clarivate Analytics possuem uma obra invulgarmente citada e com elevado potencial para receberem um Nobel e de onde já sairam mais de 60 prémios Nobel da ciência https://pacheco-torgal.blogspot.com/2021/10/os-dois-premios-nobel-cuja-vitoria-ja.html

PS - Os resultados do estudo supracitado confirmam algo que não é nada supreedente, mas antes até bastante intuitivo e que até já tinha sido referido pelo Físico Carlo Rovelli, quando há dois anos atrás afirmou que “É preciso ser rebelde para se ser um cientista criativo” https://www.publico.pt/2019/11/23/ciencia/entrevista/carlo-rovelli-compreender-curvatura-espaco-tempo-quase-trip-psicadelica-1894617