quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Citado 83 vezes num processo de corrupção e fraude e o enxovalho público aos catedráticos de economia



Será que o Primeiro-Ministro António Costa, escolher para chefe de gabinete, alguém que é citado 83 vezes num processo de corrupção e fraude, está de certa maneira a dar continuidade à bizarra "tradição", que foi referida no texto abaixo a cor azul, que retirei de um post anterior, relativa a dois políticos condenados em tribunal, que mesmo depois disso foram escolhidos para altas funções da República ?
Ricardo Rodrigues, advogado e ex-deputado condenado por ter roubado gravadores a jornalistas com pena confirmada pelo Tribunal da Relação em 2013 foi nomeado para o Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais e António Gameiro, deputado e advogado condenado por ter ficado com 45.000 euros de um cliente com pena confirmada pelo Tribunal da Relação em 2016 foi escolhido para o Conselho de Fiscalização do Sistema Integrado de Informação Criminal. 

E será que isso não é o mesmo que dizer que neste desgraçado país ser citado num processo de corrupção e fraude ou ter cadastro é afinal sinónimo de um excelente currículo e ao contrário, ter um currículo sem mácula (leia-se ter uma "ficha limpa") é visto como se fosse algo negativo ? 

O supracitado chefe de gabinete, que já tinha sido assessor económico de José Sócrates, é professor-auxiliar na Universidade de Lisboa e uma pesquisa na base Scopus revela que a sua obra científica indexada compreende três portentosas publicações (hindex=2). E enquanto isso, há muitos doutorados da área da economia que estão desemprego, mesmo alguns com uma obra científica muitíssimo superior e com a enorme vantagem de não serem citados dezenas de vezes num processo por corrupção e fraude. 

Este é um daqueles professores que há muito devia ter sido abatido ao quadro universitário (para criar vagas para jovens investigadores desempregados de elevado potencial) por ao fim de duas décadas não possuir sequer um mínimo de 10 publicações indexadas citadas no mínimo 10 vezes cada uma, como já tinha sugerido anteriormente, pelo menos para os professores daquelas áreas onde existe uma forte correlação entre as métricas e a avaliação por pares. pois o dinheiro dos impostos dos Portugueses não pode servir para sustentar nulidades científicas !