Num Planeta que vive uma grave emergência climática cuja gravidade está bem patente nas palavras de um catedrático da Universidade de Oxford: “Let’s get this on the table right away, without
mincing words. With regard to the climate crisis, yes, it’s time to panic”
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/00963402.2019.1654255 poderá haver coisa mais aberrante do que felicitar quem emitiu várias toneladas de carbono, sem que dessa actividade tivesse resultado alguma coisa minimamente útil, quando ainda por cima há estudos que apontam para um limite anual inferior a 2 toneladas para cada humano ?
Entendo por isso que nesse excepcional contexto, acho muito menos grave felicitar o campeão de cuspir (ou urinar) a maior distância, do que alguém que se especializou num desporto que queima combustiveis fósseis, exactamente como em 2019 já o tinha dito relativamente ao campeão de fórmula 1, a quem apelidei de delinquente ambiental
Neste contexto acho também pertinente revisitar emails passados onde se divulgou uma elucidativa tese de doutoramento da Universidade de Cambridge que liga desporto e guerra e a carga negativa da velocidade enquanto obstáculo à imprescindivel conexão entre a Humanidade e a Natureza. Ainda sobre prioridades profundamente erradas revisite-se também o artigo publicado há poucos dias na prestigiada revista Nature
PS-Tendo em conta a infame displicência com que nos países ricos se produz dióxido carbono, sendo que os mais prejudicados por essas emissões são os habitantes de paises do terceiro mundo, não é de admirar que um dia destes eles mostrem (com a mesma legitimidade de quem se defende de um acto de guerra) o seu descontentamento com actos de retaliação contra esses países https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/are-third-world-countries-entitled-to.html