quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Despesa em investigação_As promessas, a realidade e outras desgraças




No artigo acima ontem no jornal Público deu-se conta que a despesa em investigação em 2019 aumentou para 1.41% do PIB face aos 1.36% em 2018. Um aumento de 0.05%. Em bom rigor até pode não ter havido nenhum aumento pois é muito dificil acreditar em inquéritos especialmente quando incidem nas muito imaginativas declarações dos nossos empresários que como já se viu anteriormente até se acham os mais inovadores da Europa. A este respeito atente-se por exemplo no facto de que de acordo com o último levantamento da Direcção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência- DGEEC, sobre as empresas Portuguesas que alegadamente gastam mais em despesas de investigação estarem dois bancos. 

Mas que portentosas investigações científicas é que se fazem nos referidos bancos que possam merecer esse nome, ainda por cima bancos que recusaram revelar quantos doutorados têm dedicados às referidas investigações ? ? E o que dizer do facto da empresa alegadamente campeã dos gastos em investigação científica (ou tecnológica) em Portugal ter ao serviço apenas 4 doutorados ?

Mais interessante porém no referido artigo do jornal Público é olhar para as promessas falhadas do Governo do António Costa, que em boa hora o jornalista foi pesquisar:
2017 - António Costa prometeu que em 2020 a despesa em investigação seria de 2.7%
2017 - MCTES prometeu que em 2022 a despesa em investigação seria de 2.15%
2018 - MCTES prometeu que em 2019 a despesa em investigação seria de 1.7%

Tendo em conta que em 2009 a despesa atingiu o maior valor de sempre, 1.64% do PIB quem sabe talvez em 2029 possamos novamente voltar a atingir essa percentagem. E no entretanto vários países europeus preferem gastar 3% do PIB ou até um valor acima dessa percentagem o que significa que por exemplo a Finlândia e a Suécia gastam em investigação respectivamente quase 400% e 500% a mais por habitante do que Portugal, e sem necessitarem de inventar despesas de investigação ficticias.

Ou seja não só Portugal gasta mal, preferindo desperdiçar centenas de milhões em estádios de futebol e em escritórios de advogados (ou a tornar milionários artistas) como ainda por cima têm de suportar uma epidemia de corrupção pelo que nem com um milagre Portugal conseguirá aceder aos niveis de riqueza daqueles dois países Nórdicos mas estará muito mais próximo de um dia vir a ter a pobreza de um país Africano, onde os politicos (além do vicio das viaturas de alta gama pagas pelos contribuintes) também têm o hábito de prometer aquilo que nunca cumprem e onde são mais lestos a aprovarem subvenções vitalicias para si próprios ou a arranjarem emprego para boys e girls como se deu conta aqui ou ainda aqui.  ou muito mais recentemente este vergonhoso concurso, que faz prova que o primeiro mandamento da classe politica Portuguesa (ao contrário do que sucede no Norte da Europa) é ajudar os amigos, como bem o demonstra o caso do ex-Ministro Manuel Pinho, que está acusado de corrupção que há uma década atrás disse que a sua forma de estar na vida era ajudar os seus amigos.  E é por conta desta pandemia de amizades politicas desinteressadas que é importante insistir, as vezes que forem necessárias, que faz falta a Portugal uma lei contra o enriquecimento ilicito.